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Conheça o "orfinho", animal híbrido de orca com golfinho

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Outubro de 2023 às 10h42

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Mark Interrante/Flickr
Mark Interrante/Flickr

Em uma ilha do Havaí, nos Estados Unidos, vivem curiosos híbridos que surgiram a partir do cruzamento de orcas (whale, em inglês) e golfinhos (dolphin), os "orfinhos" (wholphins). Fugindo do senso comum, as espécies são tão próximas geneticamente que os descendentes são férteis, permitindo a criação de uma pequena linhagem ainda na primeira geração dentro do Sea Life Park, em cativeiro.

A história dos híbridos do Havaí começa com o orfinho fêmea Kekaimalu. O espécime nasceu fruto do acasalamento da mãe golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), medindo aproximadamente 2 metros, com o pai falsa-orca (Pseudorca crassidens), espécie também conhecida como orca-bastarda, de 5 metros. Por causa da diferença de tamanhos, é difícil imaginar que a gestação não estivesse rodeada de riscos.

Na natureza, existem inúmeros casos de animais híbridos, como a estranha junção entre uma raposa e um cachorro, identificada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ainda existem registros de diferentes espécies de macacos que cruzam entre si.

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Como surgiu o híbrido?

Aqui, vale dizer que o cruzamento entre falsa-orca e golfinho, talvez, não ocorresse na natureza. No caso de Kekaimalu, ela surgiu pelo fato dos pais "viverem" em uma piscina compartilhada dentro do parque no Havaí, ou seja, o número de parceiros e possibilidade de escape estavam limitados.

No entanto, a equipe de cuidadores só descobriu o incidente com o nascimento do filhote, que era muito escuro para um golfinho e tinha o "nariz" mais encurtado. Anos depois, a primeira híbrida de orfinho acasalou com um golfinho e teve, pelo menos, três filhotes.

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Até então, foi registrado em um parque de Tóquio, no Japão, em 1981, um cruzamento envolvendo as duas espécies que originaram Kekaimalu. Só que, por algum motivo desconhecido, o filhote morreu antes de completar os primeiros 200 dias de vida.

Relação entre falsa-orca e golfinho

Apesar das espécies serem diferentes, ambas compartilham algum grau de intimidade na natureza, segundo pesquisadores da Universidade de Massey, na Nova Zelândia. Entre os anos de 1995 e 2012, a equipe avistou diferentes momentos de interação desses dois cetáceos — os mamíferos exclusivamente aquáticos. A pesquisa foi publicada na revista Marine Mammal Science.

Híbrido pode ser fértil?

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No Brasil, quando se pensa em híbridos, o primeiro animal que costumamos imaginar é a mula, fruto do acasalamento entre o asno macho e a égua (cavalo). Neste caso, o animal gerado é infértil. Só que esta não é uma regra universal.

Na verdade, o que irá definir se espécies diferentes podem ter descendentes férteis é o número de cromossomos. Se eles forem iguais, passa a existir essa possibilidade, como ocorre com cachorros e lobos e também com golfinhos e falsas-orcas. Neste último caso, ambos contam com 44 cromossomos.

Fonte: Marine Mammal ScienceIFLScience e Flickr