6 dicas para montar um PC gamer competente sem gastar muito
Por Raphael Giannotti • Editado por Jones Oliveira |

Quando se trata de montar um PC, conseguir uma configuração que se encaixa no orçamento pode ser mais difícil do que a montagem em si. Os preços são sempre um desafio, aliado à falta de disponibilidade de alguns componentes ou a grande variedade de alguns deles.
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Um PC é composto por várias peças, e algumas delas ainda têm variáveis que podem deixar o usuário em dúvida. Com isso em mente, o Canaltech conversou com Thiago Stancof Tieri, gerente de marketing da ADATA Brasil, para trazer algumas dicas que podem ajudar na escolha das peças, construindo uma máquina decente para jogos, mas sem pesar tanto no bolso. O famoso equilíbrio entre custo e benefício para você.
1. Trace seu perfil gamer
É importante saber, primeiramente, qual será o uso de seu PC para jogos. Existem diferentes perfis, desde aquele totalmente voltado para jogos competitivos, que exigem menos do hardware, ou ainda aquele que quer jogar os maiores lançamentos, aqueles jogos mais pesados, mesmo em Full HD.
Cada um exige um nível de hardware. Para jogar os últimos lançamentos mais pesados será preciso investir um pouco mais, mesmo jogando em 1080p. Por outro lado, se o foco está em títulos competitivos como Counter-Strike, Valorant e Fortnite, é possível gastar consideravelmente menos, já que estamos falando de jogos mais leves.
2. Estabelecendo a base: placa-mãe e RAM
Começamos lidando com a base do PC, isto é placa-mãe e memória RAM. Considerando que memória DDR4 ainda é mais barata (não sabemos mais por quanto tempo), essa tecnologia é mais interessante, já que para jogos a mudança para DDR5, que é mais cara, não faz sentido por conta do pouco incremento em performance.
"Uma configuração com dual-channel de dois pentes de 8 GB vai entregar bastante", afima Thiago. "Caso tenha um orçamento a mais, dois pentes de 16 GB fica ainda melhor". E falando em orçamento mais livre, o representante da ADATA Brasil reforça que a adoção de memória DDR5 garante uma longevidade maior, diferente de DDR4 que está sendo encerrado. "Às vezes é melhor você montar o mínimo possível que consegue já com DDR5 e pensar em pôr mais memória no futuro", acrescenta.
Como estamos mirando em uma build custo-benefício, a placa-mãe, provavelmente, oferecerá somente dois slots de memória RAM, o que é bom, já que elas poderão operar em uma velocidade maior. No caso de um upgrade futuro, teria que trocar os dois módulos por 16 GB cada. Porém não é difícil encontrar modelos de placa-mãe com quatro slots, mesmo com chipset básico, facilitando o upgrade.
E falando em placa-mãe, vale ressaltar que qualquer chipset de entrada, seja da AMD ou Intel, das últimas gerações, já dá conta do recado sem problemas. O bom é que esses modelos são mais baratos, oferecendo as tecnologias necessárias, embora em quantidade de portas e slots menores.
3. Placa de vídeo para sua necessidade
Com base nos perfis traçados acima, conseguimos escolher a GPU que se encaixa melhor. Em jogos competitivos, como existe uma demanda menor por processamento gráfico, é até possível montar uma máquina sem placa de vídeo, focando em uma CPU com gráficos integrados.
Nesses casos, é importante ter mais memória RAM para maior desempenho dos núcleos gráficos. É bom ressaltar que não é possível alcançar altas taxas de quadros por segundo com uma APU, como é possível com uma boa CPU e GPU, mesmo sendo de entrada.
Se preferir ir além, mas ainda não pode gastar muito, a GeForce RTX 3050 é a atual GPU de entrada moderna mais barata no mercado. Ela é uma placa de vídeo de duas gerações passadas, mas completamente capaz em jogos competitivos. No momento, ela pode ser encontrada próximo de R$ 1.200.
Em relação aos jogos mais pesados, será necessário um investimento maior. Para games em Full HD, que é o sweetspot do PC gamer, onde é possível gastar menos e ainda ter uma boa experiência, nossa indicação fica para Radeon RX 7600. Essa GPU lida bem com os jogos AAA em 1080p, entregando 60 FPS mesmo em qualidade alta (dependendo do jogo). Ela tem custado próximo de R$ 1.700. As GPUs de nova geração passam de R$ 2.200, por isso elas não são interessantes nesse caso.
4. Quantos núcleos de CPU você precisa?
O processador vem em seguida e o planejamento baseado no seu perfil se aplica aqui também. Começando pelos jogos competitivos, o interessante é investir em um modelo mainstream, já que o peso, maior para ter mais FPS, está nesse componente. E por mainstream queremos dizer Intel Core i7/Ultra 7 ou AMD Ryzen 7. Eles não são os mais baratos, mas conseguem entregar altas taxas de quadros.
Caso o foco seja em gráficos de jogos com apelo visual, para acompanhar uma GPU de entrada e entregar os 60 FPS, conseguimos economizar. O ideal, independentemente do caso, é ter um modelo com 6 núcleos e 12 threads, no mínimo. "As versões mais novas vão dar uma longevidade maior para o seu PC, então acho que vale muito a pena" sugere Thiago. Ele reforça que, se possível, é bom aproveitar as novas tecnologias, como maior velocidade e eficiência, das gerações mais recentes.
E sobre CPU em games AAA em 1080p, processadores como o Ryzen 5 5500, o atual melhor custo-benefício de entrada do mercado, ou o Core i5-12400F são ótimas soluções: decentes em desempenho, consomem pouca energia, exigindo placa-mãe, fonte e cooler mais simples. Caso tenha optado por uma geração mais nova, com uma plataforma que use DDR5, o ideal é partir para um Ryzen 5 7600X ou Core i5-13600K, como sugere o gerente de marketing da ADATA Brasil.
Ambos empurram uma Radeon RX 7600 (ou outra GPU de entrada que queira escolher) em Full HD, entregando 60 FPS com os devidos ajustes no preset gráfico. Não indicamos upscaling nesse caso, porque a resolução de renderização é muito baixa e pode gerar artefatos gráficos, dependendo da implementação. Sobre refrigeração, podemos usar o cooler que já vem na caixa desses processadores, gerando mais economia.
5. Armazenamento com velocidade
Até poderíamos dizer que SSDs SATA resolvem a vida do PC gamer com uma configuração de entrada, porém, como os preços de SSDs M.2 NVMe têm baixado cada vez mais, por que não ir direto neles, não é? Modelos de SSDs NVMe são consideravelmente mais rápidos e ajudam na hora de iniciar o sistema e abrir um jogo.
Esse tipo de drive de armazenamento também é o indicado por Thiago. No caso de uma plataforma (placa-mãe e CPU) mais antiga, SSDs NVMe PCIe 3.0 são a escolha ideal. Com uma plataforma mais moderna, a geração PCIe 4.0 é a escolha, já que PCIe 5.0 ainda é bastante caro e a diferença de desempenho em jogos é mínima.
Em relação ao armazenamento, o mínimo aceitável hoje é 500 GB. Se você é do perfil que quer jogar os títulos mais pesados, considere investir em um SSD de 1 TB, porque muitos games já passam facilmente dos 100 GB. E se você não quiser se preocupar com gerenciamento de espaço constantemente, terá que investir um pouco mais nessa peça.
6. Outros componentes
Para alimentar uma configuração desse tipo, o representante da ADATA Brasil indica uma fonte de qualidade de 850W, que dá e sobra para esse tipo de configuração e permite um upgrade considerável no futuro. Você não precisa de um super gabinete, só garanta que ele tem pelo menos uma fan frontal (com boa entrada de ar) para ventilar e uma na parte de trás para atuar como exaustor.
Caso seja jogador competitivo, garanta um monitor com maior foco em velocidade e tempo de resposta. O ideal é um modelo de 24 ou 25 polegadas, 1080p, 180 Hz e 1 ms, que custam menos de R$ 800. Para jogos AAA, onde a taxa de FPS não será alta, o foco precisa ser na qualidade do painel, de preferência IPS, também Full HD, taxa de atualização de imagem de 120 Hz e tamanho máximo de 27 polegadas, já que mais do que isso, pode haver uma baixa densidade de pixels.
Com todos esses cuidados, é possível montar um bom PC para jogos, seja competitivo ou voltado para games mais pesados, sem gastar muito e mantendo um desempenho decente. Lembre-se sempre de traçar, primeiro, o seu perfil de usuário e seguir a lógica:
- Entendendo o perfil
- Escolhendo a base ideal
- A placa de vídeo certa
- CPU que atenda a necessidade
- Foco em velocidade em armazenamento
- Componentes extras necessários
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