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O que explica a falta de PS5 e Xbox Series X nas lojas de todo o mundo?

Por| Editado por Jones Oliveira | 01 de Maio de 2021 às 16h00

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O que explica a falta de PS5 e Xbox Series X nas lojas de todo o mundo?
O que explica a falta de PS5 e Xbox Series X nas lojas de todo o mundo?

Quem quiser comprar, hoje, um PlayStation 5 ou Xbox Series X no Brasil não deve conseguir. Os dois consoles de nova geração se encontram esgotados por aqui desde o lançamento, em novembro, com as novas remessas de unidades surgindo nas lojas e esgotando em questão de minutos. Para quem está de olho nas novas plataformas, resta esperar ou então aderir ao Xbox Series S, mais fraco em termos de performance, mas também mais barato e com disponibilidade maior.

Dois fatores são os principais responsáveis por essa escassez que, é importante lembrar, não atinge apenas o Brasil, mas também todo o mundo. De um lado, temos uma indústria de semicondutores que já sofria com as dificuldades na transição de tecnologias e, ainda, teve de enfrentar uma pandemia global que reduziu fluxos e dificultou a remessa de componentes a um mercado em demanda crescente. E em toda situação desse tipo, também surgem os aproveitadores, que tentam fazer dinheiro fácil em cima da expectativa dos fãs de games.

Vamos começar do início, já que essa história começa, na realidade, há alguns anos. Os consoles de nova geração da Sony e da Microsoft utilizam chips com arquitetura de 10 nanômetros, fornecidos pela AMD. A fabricante foi capaz de fazer a transição para essa nova tecnologia de forma mais rápida que sua principal rival, a Intel, mas ainda assim viu um ritmo de fabricação menor do que o esperado, em um movimento que afetou não apenas os videogames, mas também todo o mercado de informática e tecnologia.

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Se as fábricas já tinham pouco com o que trabalhar, mas uma alta demanda de unidades para colocar nas prateleiras no lançamento, a pandemia só veio para piorar tudo. A disseminação do coronavírus, no começo de 2020, gerou uma interrupção completa no funcionamento de fábricas, centros de distribuição e demais unidades de negócio envolvidas nesse movimento, gerando atrasos e uma queda ainda maior na disponibilidade de semicondutores. Sem eles, não tem console, nem computador e muito menos o celular que você está usando para ler este texto.

Em condições normais, o estoque já era baixo, mas, com o contágio, veio também a adoção em massa do home office e uma maior demanda por produtos como notebooks, desktops, tablets e outros produtos de informática, colocando ainda mais empresas para competirem por uma quantidade limitada de chips. Não deu para todo mundo, e enquanto até mesmo o governo dos EUA já falou que vai se debruçar sobre a questão e seus impactos na economia global, o que vemos é uma entrega bem menor de PlayStation 5 e Xbox Series X do que todos os envolvidos, desde jogadores até a Microsoft ou a Sony, gostariam.

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Para piorar as coisas, a escassez deve continuar pelo menos até o final deste ano. Essa é a previsão tanto da AMD quanto da Nvidia, que também enxergam uma demanda acelerada das operações de mineração de criptomoedas, gerando falta de unidades nas prateleiras. Hoje, encontrar um console de nova geração à venda é um jogo de sorte e muita espera, o que também nos leva ao segundo pilar de toda essa situação.

Na minha mão é mais caro

O alto interesse dos jogadores e a disposição de gastar algumas centenas de dólares (ou milhares de reais, no Brasil) em um videogame também chamou a atenção dos aproveitadores. Um problema que já era recorrente no e-commerce internacional se tornou ainda mais frequente quando os chamados scalpers, ou cambistas em inglês, varrem os estoques de PS5 e Xbox Series X assim que eles são disponibilizados, com o intuito de vender as unidades por um preço elevado àqueles que estiverem dispostos a pagar.

Em muitos casos, até mesmo bots são utilizados para realizar compras automaticamente no menor tempo possível, reduzindo ainda mais o volume das já poucas unidades disponíveis aos usuários finais. Na medida em que os estoques caem nas lojas, crescem os anúncios em sites de venda como o eBay, com unidades custando, muitas vezes, mais do que o dobro do preço fixado pelas fabricantes.

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O problema é gigantesco. De acordo com a gigante varejista Walmart, mais de 20 milhões de tentativas de compras por “robôs cambistas” foram realizadas apenas nos primeiros 30 minutos do lançamento do PlayStation 5 nos Estados Unidos. A empresa teve de implementar novas medidas de segurança para impedir a prática e algumas restrições, como limitações no número de unidades por cliente ou a realização de cadastros prévios, com foco em clientes mais antigos, para garantir a compra.

No Brasil, não existem tantos relatos de bots desse tipo, o que não significa que os aproveitadores não ajam por aqui. Enquanto, no momento em que esta reportagem é escrita, grandes varejistas não possuem unidades à venda (e a mais recente disponibilidade do PS5, por exemplo, possuía entrega prevista para junho), é fácil encontrar consoles no Mercado Livre e outros sites de venda direta. Isso, claro, desde que você esteja disposto a pagar o dobro do preço, ou até mais, para ter o aparelho agora.

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Uma terceira consideração

Apesar da escassez, a ideia para resolver o esgotamento de consoles parece simples: quem fabricar mais, venderá mais. Por mais que Microsoft e Sony falem abertamente que estão fazendo o possível para normalizar a situação, outro ponto deve ser levado em conta e é inerente à chegada de novas tecnologias desse tipo ao mercado. Como aconteceu nas gerações passadas, as fabricantes chegam a uma nova era vendendo aparelhos com prejuízo por unidade.

Isso se justifica por um pensamento de longo prazo — quanto mais gente comprar agora, maior a lucratividade no futuro, e um dia a situação deve se normalizar. Entretanto, por agora, e por mais que as manchetes indicando falta de aparelhos e a frustração dos jogadores não seja desejável, também não há a intenção de realizar um esforço hercúleo para que todos tenham os seus videogames, enquanto cada um deles representará pequenas perdas para suas empresas.

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Os relatos sobre esse tipo de coisa sempre são envoltos de mistérios e meias-palavras, mas uma coisa é certa: com a dificuldade na fabricação e obtenção de componentes, tais perdas podem estar sendo ainda maiores. Por isso, uma postura mais conservadora, nos bastidores, pode fazer todo sentido.

Para quem está procurando uma plataforma de nova geração, a recomendação é ter paciência e aguardar uma oportunidade. Acompanhar grupos de descontos como o Canaltech Ofertas no WhatsApp ou Telegram, por exemplo, pode ser um caminho para receber notificações assim que o PS5 ou Xbox Series X estiverem disponíveis, agindo rapidamente para garantir uma unidade.

O ideal é evitar o contrário e não contribuir para a atuação de cambistas, preferindo varejistas reconhecidos e que pratiquem o valor oficial. Hoje, o PlayStation 5 custa R$ 4.699 na versão com drive de disco e R$ 4.199 na opção sem, enquanto o Xbox Series X sai por R$ 4.599. Há, também, a opção do Xbox Series S, menor potente e focado nos jogos digitais, que custa R$ 2.799.