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Tecnologias que você usa e que foram criadas para a exploração espacial

Por| Editado por Patricia Gnipper | 10 de Setembro de 2021 às 10h20

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Canaltech/Envato
Canaltech/Envato

Desde o lançamento do satélite Sputnik em 1957 — o primeiro objeto enviado à órbita da Terra na história —, a tecnologia espacial evoluiu a passos largos, permitindo que a humanidade pisasse na Lua, que existisse uma estação espacial em órbita abrigando turmas periódicas de astronautas, e que sondas científicas estudassem de perto diversos outros mundos do Sistema Solar — com duas delas já tendo alcançado o espaço interestelar, por sinal. Para que missões do tipo sejam possíveis, são precisos muitos anos de desenvolvimento de novas tecnologias, e diversas delas acabam sendo adaptadas para beneficiar a humanidade aqui mesmo na Terra.

Hoje, uma variedade fascinante de coisas que fazem parte do nosso dia a dia devem sua existência às tecnologias espaciais. Nesta matéria, você confere algumas tecnologias que você usa e que foram desenvolvidas, na verdade, para a exploração espacial, mas que acabaram beneficiando e até mesmo transformando a nossa vida em sociedade.

Tecnologias espaciais que beneficiam a humanidade

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Filtro de água

Na década de 1960, a NASA elaborou um sistema de filtros capaz de limpar as fontes de água de naves a partir de cartuchos de iodo. Por conta da sua eficácia em eliminar bactérias, desde então a tecnologia passou a ser aplica em filtros aqui na Terra — inclusive para a limpeza de piscinas.

Câmera de celular

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Pensando em tecnologias mais compactadas e inteligentes para estarem a bordo de naves interplanetárias, nos anos 1990 a NASA buscou alternativas que melhorassem os sensores de imagem da época. Com as tecnologias aprimoradas pela agência espacial, as câmeras puderam ser miniaturizadas, mas sem perder a qualidade nos registros. Foi assim que surgiu o sensor tipo CMOS-APS (semicondutor de óxido de metal complementar de pixel ativo), presente tanto em câmeras DSLR quanto nas câmeras de smartphones.

Tênis de corrida

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A NASA desenvolveu um novo tipo de borracha para ser utilizada nos capacetes de seus astronautas. O material, com grande capacidade de absorção de impactos, passou a ser utilizado também na fabricação dos tênis de corrida que conhecemos hoje.

Travesseiro de viscoelástico

Você já deve ter visto ou ouvido falar nos famosos "travesseiros da NASA". Na verdade, a agência espacial norte-americana jamais desenvolveu um travesseiro — nem para nós, nem para os astronautas. Mas o travesseiro de viscoelástico só existe por causa de tecnologias desenvolvidas pela NASA. Em 1966, a agência criou uma material que seria capaz de aliviar os efeitos da gravidade nos corpos de tripulantes em naves espaciais para, então, criar assentos personalizados para cada um, mas a ideia acabou não se mostrando prática.

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Então a saída foi criar um material capaz de se moldar ao corpo enquanto utilizado, mas que depois voltasse ao seu formato inicial. Como boa parte das tecnologias desenvolvidas pela NASA, a patente deste material entrou em domínio público, o que aconteceu nos anos 1980. Assim, muitas empresas passaram a fabricar travesseiros com este material inovador, chamando eles de "travesseiros da NASA" como jogada de marketing.

Fórmula enriquecida para bebês

As papinhas e fórmulas de leite artificial para bebês já existiam, mas foi graças a estudos da NASA, envolvendo alimentação de astronautas no espaço, que tais fórmulas foram ainda mais enriquecidas. Pesquisadores da agência espacial descobriram uma fonte natural do ácido graxo ômega-3, existente no leite materno e que tem papel fundamental para o desenvolvimento infantil. Hoje, a fonte de ômega-3 descoberta pela NASA está presente na maioria das fórmulas infantis do mercado, ajudando no bom desenvolvimento do cérebro, coração e olhos de bebês em todo o mundo.

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Ranhuras transversais em pavimentos (grooving)

Grooving é a aplicação de ranhuras transversais em superfícies de concreto para aumentar a tração em pistas e facilitar a drenagem da água, o que é muito benéfico em pistas de pouso e decolagem. Com esta tecnologia, reduz-se a derrapagem e a hidroplanagem (ou seja, o deslize em pistas molhadas). Aeroportos e rodovias em todo o mundo utilizam o grooving para aumentar a segurança de veículos nas pistas, tecnologia esta que também veio da exploração espacial: a NASA trabalhou inicialmente nesta técnica para manter suas aeronaves — como os antigos ônibus espaciais, por exemplo — mais seguras quando pousassem.

Lentes refletoras de raios ultravioleta e resistentes a arranhões

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Se, hoje, as lentes de óculos de sol são resistentes a arranhões, ao mesmo tempo em que protegem nossos olhos contra os perigosos raios ultravioleta do Sol, também devemos esse benefício à NASA. A agência espacial trabalhou em revestimentos para visores de capacetes de astronautas que não riscassem facilmente e também que tivessem filtros embutidos para fornecer proteção aos olhos em viagens espaciais. Foi nos anos 1980 que a tecnologia para o uso espacial foi abraçada pelas fabricantes de óculos de sol, bem como por fabricantes de óculos de esqui e de máscaras de segurança para soldadores.

Aparelhos dentais transparentes

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A Alumina Policristalina Translúcida (TPA, na sigla em inglês) foi desenvolvida inicialmente para proteger antenas infravermelhas no espaço. Trata-se de uma cerâmica translúcida que acabou sendo "abraçada" pelas fabricantes de aparelhos ortodônticos nos anos 1980, uma vez que permitiu a criação de aparelhos mais resistentes do que os clássicos metálicos — e sua transparência foi um grande atrativo também.

GPS preciso

O GPS foi desenvolvido no início dos anos 1970, contando com satélites em órbita capazes de mapear todo o planeta, comunicando-se receptores em Terra para auxiliar nas navegações. Mas a incerteza das posições exatas daqueles satélites podia gerar erros nos dados — ou seja, o GPS antigo era bom, mas nem tanto. Nos anos 1990, a NASA criou um software para corrigir erros nos dados transmitidos na rede global de receptores de GPS, e isso permitiu que a tecnologia fosse cada vez mais aprimorada, até chegarmos aos GPS que temos hoje em qualquer celular, com alta precisão em tempo real.

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Tecidos resistentes na arquitetura

No final dos anos 1960, a NASA trabalhava no desenvolvimento de materiais para trajes espaciais que fossem leves, fortes, duráveis, flexíveis e não inflamáveis. Essa necessidade surgiu após a tragédia da Apollo 1, em 1967, quando um incêndio na nave acabou matando três astronautas durante um teste em Terra. Naquela época, os trajes espaciais eram confeccionados em náilon. O novo material para trajes espaciais contava com filamentos ultrafinos de vidro entrelaçados no tecido, com essa camada sendo revestida em politetrafluoroetileno (o popular Teflon), gerando um traje não inflamável e durável o suficiente para as necessidades do programa espacial da NASA — tanto que ele foi usado nas missões Apollo seguintes e também no programa Skylab dos anos 1970, que levou à órbita a primeira estação espacial norte-americana.

A eficiência do material atraiu a atenção da construção civil e da arquitetura. Hoje, vemos lonas confeccionadas com este tecido em estádios, aeroportos, pavilhões e outras construções do tipo por todo o mundo — incluindo no Brasil, como é o caso do estádio Arena Fonte Nova, em Salvador, que você vê na imagem acima.

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Fonte: Com informações de NASA