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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (12/12 a 18/12/2020)

Por| 19 de Dezembro de 2020 às 11h00

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Steed Yu/NightChina.net/Mariano Ribas/Stefano Pellegrini
Steed Yu/NightChina.net/Mariano Ribas/Stefano Pellegrini
Tudo sobre NASA

Dezembro tem sido um mês agitado para a astronomia, mas esta semana foi especialmente emocionante. Uma série de eventos aconteceram nos últimos dias e, claro, a NASA não deixou de colocar alguns deles em destaque em seu site Astronomy Picture of the Day — o querido e popular APOD. E, como já é de costume, trouxemos a compilação para vocês de todas as imagens da semana.

Um dos eventos astronômicos em destaque é a chuva de meteoros Geminídeas, que atingiu seu pico no início da semana. Temos duas imagens dedicadas a essas “estrelas cadentes”. Também tivemos atualizações sobre a missão japonesa Hayabusa2, que foi concluída com sucesso no início do mês, e a NASA trouxe um merecido destaque para o retorno da cápsula de amostras do asteroide Ryugu.

Outro evento importante é a conjunção rara entre Júpiter e Saturno, que também rendeu duas imagens muito legais. E, óbvio, o último eclipse solar de 2020 também nos proporcionou a imagem impressionante de um efeito conhecido como "anel de diamante". Confira todas essas maravilhas cósmicas!

Sábado (12/12) — Aproximação de gigantes

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Saturno e Júpiter estão prestes a entrar na maior conjunção possível entre os dois planetas, mas eles estão próximos há algum tempo no céu noturno, ambos opostos ao Sol. Em movimento retrógrado, foi fotografado durante as noites do dia 19 de junho a 28 de agosto para formar esta composição que revela o movimento de ambos entre as estrelas das constelações de Capricórnio e Sagitário.

Neste mês de dezembro, eles estão ficando cada vez mais próximos. A conjunção entre Júpiter e Saturno é um evento relativamente raro, pois acontece uma vez a cada 20 anos. Mas, neste mês, temos a oportunidade de contemplar uma aproximação ainda maior entre os dois — a última vez em que eles estiveram tão próximos no céu foi na Idade Média. Esta aproximação máxima é popularmente chamada de "Estrela de Natal".

Desde o dia 16 de dezembro, podemos ver os planetas separados por menos do que o diâmetro de uma Lua cheia. A conjunção é visível em qualquer parte do globo terrestre, mas os habitantes do hemisfério Sul têm o privilégio de prestigiá-la por mais tempo. A conjunção vai continuar até a noite de Natal.

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Domingo (13/12) — Geminídeas

A chuva de meteoros Gemínidas (ou Geminídeas) foi a última do ano. Trata-se de uma das mais interessantes de se observar por ter alta quantidade de “estrelas cadentes” durante o pico, e também uma das mais previsíveis, de acordo com a NASA. Os meteoros dessa chuva são um pouco mais lentos, o que torna o espetáculo mais bonito — a velocidade desses meteoros é de 35 km/s, ou 126 mil km/h, o suficiente para dar mais de 3 voltas no planeta Terra, na linha do Equador. Essa chuva pode chegar a uma taxa impressionante de 120 meteoros por hora.

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A Geminídeas é fruto de minúsculas rochas e destroços largados pelo asteroide 3200 Faetonte. Assim, quando nosso planeta cruza a órbita desse objeto, acaba atravessando o caminho desses detritos, fazendo com que vários deles atravessem nossa atmosfera. Astrônomos cogitam que o 3200 Faetonte tenha sido um cometa no passado, pois ele tem algumas características muito estranhas para um asteroide. Pode ser que o cometa perdeu seu material volátil, sobrando apenas sua parte “suja” — pedras e poeira.

Nesta imagem fabulosa, há mais de 50 meteoros, incluindo uma bola de fogo bem grandinha. Claro, eles não caíram todos de uma vez, mas foram fotografados com longa exposição, durante o pico da Geminídeas em 2015, sobre o Observatório Xinglong na China.

Segunda-feira (14/12) — Retorno ao planeta Terra

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Dessa vez, o risco no céu não é um meteoro, nem cometa. Na verdade, trata-se de um objeto feito por mãos humanas: é a cápsula da missão Hayabusa2 retornando à Terra após coletar material do asteroide Ryugu. Ela voltou no início deste mês trazendo pequenas rochas e poeira da superfície do objeto, e este vídeo impressionante merecia aparecer no APOD.

As análises podem dar à humanidade novas compreensões sobre o início do Sistema Solar e pistas sobre como a água e a matéria orgânica surgiram na Terra. A Hayabusa2 foi lançada em 2014 e alcançou o Ryugu em 2018, onde ela passou cerca de um ano e meio observando e coletando amostras do objeto. Deixou a órbita do asteroide no ano passado e agora, após enviar a cápsula que continha as amostras à Terra, a sonda robótica seguirá viagem ao asteroide 1998 KY26.

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Terça-feira (15/12) — Conjunção dos gigantes

Na terça-feita, Júpiter e Saturno já estavam próximos o suficiente para impressionar qualquer um que olhasse para o céu. Afinal, não é comum uma aproximação como esta nem mesmo entre as estrelas visíveis, quanto mais quando se trata destes planetas, que aparecem muito brilhantes. Sem dúvidas, o evento chama a atenção. Nesta imagem, acompanhamos uma simulação do movimento de ambos ao longo dos dias, desde o 1º de novembro até 31 de dezembro.

A grande conjunção começou no dia 16, mas se você perdeu a chance de observar, ainda dá tempo. Mas é preciso olhar cedo para o céu, pois a cada dia que passa, os planetas estarão mais perto do horizonte, sumindo cada vez mais cedo. No dia 25, por exemplo, você já não poderá observar a conjunção depois das 20h30. Portanto, sempre procure pelos planetas entre as 19h e 20h.

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Júpiter e Saturno estarão em conjunção outra vez daqui a 20 anos (ou um pouco mais). Porém, uma aproximação como essa só acontecerá novamente em 15 de março de 2080. Depois disso, em algum momento de 2400.

Quarta-feira (16/12) — Embate de teorias 

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Este vídeo é mais que uma imagem convertida em ondas sonoras. Trata-se do aglomerado de galáxias Bullet Cluster (1E 0657-558), que se tornou o centro de uma batalha teórica interessante. É que ele cria distorções através de lentes gravitacionais em galáxias ao fundo de uma forma peculiar. Há duas hipóteses para o que está acontecendo ali: uma afirma que o comportamento das lentes gravitacionais indica que há matéria escura por lá, enquanto outra sugere que se trata de gravidade modificada.

Há décadas os astrônomos notaram que há mais interação gravitacional nas galáxias do que deveria existir considerando a massa das estrelas, planetas, nebulosas e outras estruturas. Se houvesse apenas a gravidade da matéria “normal”, ou seja, observável, as galáxias deveriam ter se dilacerado por causa da velocidade que giram. Por isso, a ideia da matéria escura é tão bem aceita para explicar o universo.

Contudo, existe uma corrente de astrônomos e astrofísicos que cogita a existência da gravidade modificada que poderia colocar por água abaixo toda a teoria sobre a matéria escura. De acordo com os defensores dessa explicação, a atração gravitacional nas galáxias difere do previsto porque as regras da gravidade são alteradas em dimensões galácticas — e não porque existe algum tipo de matéria feita por partículas indetectáveis e invisíveis.

O Bullet Cluster não é o único aglomerado de galáxias usado nesse debate de ideias, mas é um protagonista interessante. Nesta imagem transformada em som, o vermelho representa os raios-X emitidos pelo gás quente e o azul representa a distribuição de matéria escura — se é que ela existe.

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Quinta-feira (17/12) — Mais meteoros

Depois de queimar alguns neurônios com as teorias de astrofísica apresentadas na quarta-feira, chegou a hora de apreciar mais um espetáculo no céu terrestre. Esta foto da chuva de meteoros Geminídeas foi tirada ao longo de uma hora, após a meia-noite (no horário local da Itália) do dia 13 de dezembro. Foram necessárias 35 exposições para criar esse cenário fabuloso.

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Sexta-feira (18/12) — Eclipse solar total

Claro que o eclipse solar não ficaria de fora. Na segunda-feira, por volta das 14h (horário de Brasília), o Sol foi eclipsado pela Lua. Ou, em outras palavras, a sombra da Lua passou pela superfície da Terra. Isso aconteceu no hemisfério sul do planeta, mas apenas algumas cidades do Chile e Argentina puderam contemplar a escuridão de um eclipse total, ou seja, quando o Sol foi completamente coberto pelo disco lunar.

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O resultado do eclipse total no momento de escurecimento máximo é um efeito conhecido como “anel de diamante”, e é isso o que vemos na foto acima. Isso acontece duas vezes: um pouco antes da totalidade do eclipse, uma fatia bem fina do disco solar fica visível atrás da borda da Lua, e cria um efeito deslumbrante. Isso acontece de novo logo após o escurecimento máximo, quando a Lua começa a se deslocar para desbloquear a luz do Sol.

E você, conseguiu fotografar o eclipse, a chuva de meteoros ou a conjunção de Júpiter e Saturno? Envie suas fotos na seção de comentários abaixo; nós adoraríamos vê-las!

Fonte: APOD