Astronautas da NASA e da Rússia deixam a ISS e chegam juntos à Terra
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 30 de Março de 2022 às 10h30
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O astronauta norte-americano Mark Vande Hei e os cosmonautas Anton Shkaplerov e Pyotr Dubrov retornaram para a Terra nesta quarta-feira (30). O trio deixou a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo de uma nave russa Soyuz MS-19, que pousou no Cazaquistão às 08h29 (horário de Brasília) após cerca de quatro horas de viagem.
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A viagem de volta à Terra começou às 04h21 no horário de Brasília, momento em que a Soyuz MS-19 foi desacoplada do módulo Rassvet. O retorno dos tripulantes pareceu ter corrido conforme o planejado e, segundo o comandante Shkaplerov, “eles estavam se sentindo ótimos” durante a descida.
Vande Hei chegou à marca de 355 dias na órbita baixa da Terra, quebrando o recorde de voo espacial mais longo já realizado por um astronauta norte-americano — a marca anterior era de Scott Kelly, de 340 dias. “A missão do Mark não é somente a quebra de um recorde, mas também abre o caminho para os exploradores futuros na Lua, Marte e além”, comemorou Bill Nelson, administrador da NASA.
Já o cosmonauta Dubrov estava junto de Vande Hei no lançamento à ISS no ano passado, e também somou 355 dias em sua missão. Enquanto isso, Shkaplerov somou 175 dias a bordo do laboratório orbital, servindo como comandante da tripulação da Expedição 66. “Trabalhamos muito duro, como uma única tripulação, e não tivemos problemas”, relatou Shkaplerov, durante a cerimônia de troca de comando na estação.
Durante a estadia, Shkaplerov completou 2.816 órbitas da Terra, e Vande Hei e Dubrov chegaram às 5.680 órbitas completas. Após passar por exames médicos preliminares, Vande Hei seguirá para o Johnson Space Center, em Houston, enquanto a dupla de cosmonautas retorna para a base de treinamento em Star City, na Rússia.
Retorno em meio a tensões geopolíticas
O pouso foi semelhante ao de outras missões, mas, desta vez, ocorreu em um contexto geopolítico diferente. O retorno da Soyuz aconteceu em meio à invasão da Rússia na Ucrânia, que afetou as relações com países do Ocidente. Grande parte das parcerias em atividades espaciais civis e comerciais foi suspensa — com exceção da ISS.
Em meio às tensões, a NASA vem ressaltando que as atividades na estação espacial não foram afetadas pela invasão na Ucrânia. “Pela segurança dos nossos astronautas, o relacionamento entre a NASA e nossos parceiros internacionais continua, e isso inclui o relacionamento profissional entre os cosmonautas e nossos astronautas”, disse Nelson, no início desta semana.
Prova disso estava na cerimônia de mudança de comando, realizada na ISS nesta terça-feira (29); ali, Shkaplerov transferiu formalmente o comando da estação a Thomas Marshburn, astronauta da NASA. “As pessoas têm problemas na Terra; em órbita, somos uma tripulação”, disse. “Acho que a ISS é como um símbolo de amizade e cooperação, é um símbolo da futura exploração do espaço.”
Fonte: NASA