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Crítica Loki | Episódio 5 e a hora de cancelar o apocalipse

Por| Editado por Jones Oliveira | 07 de Julho de 2021 às 11h55

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Divulgação/Marvel
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Faltando apenas dois episódios para sua conclusão, Loki entrou definitivamente em sua reta final. Depois da enxurrada de revelações que vimos na semana passada, o capítulo que chega ao Disney+ nesta quarta-feira (7) se prepara para a última batalha, mas não sem plantar um monte de dúvidas em nossas cabeças e ainda deixar muita coisa em aberto — para bem ou para mal.

Da última vez que encontramos o Deus da Mentira, ele tinha acabado de ser podado pela Autoridade de Variância Temporal (TVA, na sigla em inglês) e acordado em um mundo pós-apocalíptico rodeado por variantes suas, incluindo uma versão mais velha e um jacaré. E agora chegou a hora de descobrirmos o que diabos aconteceu.

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Atenção! Daqui em diante este texto contém spoilers.

Como muita gente imaginava, a TVA não apaga ninguém de maneira literal. Na verdade, o que a agência faz é enviar as variantes e até mesmo realidades inteiras para uma espécie de lixão temporal — o Vazio. Como tudo na série, a explicação é um tanto quanto confusa, mas basta entender que se trata de um ponto no fim dos tempos em que nenhuma linha é capaz de se ramificar mais. Ainda assim, é lá que os Lokis apagados encontraram uma forma de sobreviver.

E boa parte do episódio é dedicado a explorar esse Vazio, como o próprio nome do capítulo sugere. Aliás, Jornada ao Mistério é uma bela referência à revista Journey Into Mistery, que introduziu o personagem Loki às histórias do Thor. E o passeio por esse fim de mundo é um prato cheio tanto para os fãs dos gibis quanto para quem acompanha o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês), já que ele é repleto de easter eggs. No episódio anterior a gente já tinha visto a Torre dos Vingadores destruída e, agora, podemos encontrar várias outras menções a elementos e personagens das HQs e dos filmes.

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Só que estar no fim dos tempos não é bem um caminhar no parque e logo descobrimos que o Vazio é protegido por Alioth, uma espécie de tempestade que se alimenta da aura temporal — lembra desse conceito que foi apresentado no primeiro episódio? — de tudo aquilo que é jogado nessa realidade. E é aqui que a história começa a se encaminhar para o seu fim.

Logo após ser salvo por suas variantes, Loki tem uma breve aula sobre aquele local e aprende da pior maneira possível que não tem muito o que fazer além de encontrar uma forma de sobreviver. Não há como fugir, retornar à TVA e muito menos reencontrar Sylvie. Assim, ele precisa achar um jeito de fazer o impossível e fugir do fim do mundo.

Ao mesmo tempo, acompanhamos os desdobramentos da revelação sobre os Guardiões do Tempo. E, nesse aspecto, o ideal é que você mantenha suas expectativas baixas, já que a série traz uma reviravolta para fazer com que as respostas que a gente tanto quer sejam entregues somente no episódio final. No entanto, ela deixa claro que há alguém por trás disso tudo e que Ravonna Renslayer realmente sabe muito mais do que falou até agora. Em outras palavras, teremos uma longa semana repleta de teorias sobre quem é essa pessoa controlando tudo por todo esse tempo.

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Assim, se este quinto episódio de Loki não traz as respostas que a gente esperava e nem arma o confronto final, o que ele apresenta? Para quem joga videogame, Jornada ao Mistério é como se fosse o confronto com o subchefe, aquele inimigo poderoso, mas que ainda não é a grande ameaça a ser derrotada. E temos isso na figura do Alioth, que é literalmente o guardião de todas as respostas.

E isso é, em certa medida, frustrante. Os preparativos para o embate são interessantes e até mesmo parte da ação vale a pena — muito por causa do Loki clássico, é verdade —, mas não deixa de ser decepcionante ver tudo isso ser montado para que os personagens enfrentem mais uma nuvem gigante. Já se tornou um clichê ruim do universo de super-heróis que toda batalha final se resume a enfrentar algo amorfo vindo dos céus e aqui vemos a fórmula se repetir mais uma vez. A diferença é que, no caso, estamos falando do cão de guarda do vilão. E, no fim, a gente nem é recompensado por acompanhar essa briga, já que o episódio literalmente termina quando as respostas vão ser entregues.

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Além disso, ele também deixa a desejar em relação às variantes, que são muito mal aproveitadas. Esses personagens despertaram a curiosidade de todo mundo, mas elas se revelam apenas como um Deus Ex Machina para justificar a sobrevivência do Loki de Tom Hiddleston e pouco interferem de fato no andamento das coisas. E eles poderiam ser muito melhor explorados. Todos os diálogos envolvendo esse grupo são ótimos — o Crocodiloki rouba a cena em todas elas —, mas faltou vê-los mais em ação além de uma pancadaria sem sentido e descartável. É um enorme potencial desperdiçado.

Isso não significa que Jornada ao Mistério é um episódio ruim, mas frustrante. Ele deixa a desejar porque estamos falando de um penúltimo capítulo de uma série que vem prometendo muito semana após semana e que, na hora H, não entrega.

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É claro que o desfecho pode ser tudo aquilo que a gente quer, mas o que temos aqui nesta semana é uma sequência de coisas que ficaram pela metade. É triste ver um elenco de personagens tão cativante aparecer tão pouco, da mesma forma que é decepcionante uma grande batalha contra um inimigo que nem tem forma — e tudo isso em um episódio que é uma bela homenagem a tanta coisa feita pela Marvel. É um tropeço pequeno, é verdade, mas que eleva a responsabilidade da conclusão da série.