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De asgardianos ao Olimpo: quantos Deuses existem no MCU?

Por| Editado por Jones Oliveira | 20 de Abril de 2022 às 11h20

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Divulgação/Marvel Studios
Divulgação/Marvel Studios
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Tanto quanto o multiverso, a mais recente fase do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) vem flertando muito também com o lado mítico do mundo dos super-heróis. Vimos a criação do mundo em Eternos, nos deparamos com as entidades egípcias em Cavaleiro da Lua e agora o primeiro teaser de Thor: Amor e Trovão deixou claro que, além dos asgardianos, as divindades da mitologia grega também existem nesse universo.

Esse pezinho no mitológico é algo que sempre existiu no MCU, afinal o fato de Thor ser uma divindade nórdica sempre manteve essa temática tangenciando as histórias que acompanhamos ao longo da última década. A diferença é que, agora, temos vários outros panteões aparecendo.

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Assim, fica a grande dúvida: quantos deuses existem no MCU? E, o mais importante, como Kevin Feige e seus roteiristas estão costurando essa salada mítica de modo a fazer com que essas divindades tão distintas coexistam com os deuses modernos, como os próprios Vingadores?

A solução Asgard

Sendo bem sincero, dificilmente Thor: Amor e Trovão ou qualquer outra produção do MCU vá se preocupar em explicar ao certo como funciona essa dinâmica entre deuses e o que é verdade e o que é mito nessa bagunça toda. Já são 14 anos de histórias até aqui e o máximo que tivemos foram algumas respostas bastante vagas sendo pinceladas.

E é essa resposta meio vaga o grande ponto de partida que o MCU nos deu para entender a existência e a própria relação entre os deuses que existem nesse universo.

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No primeiro Thor, quando o herói chega à Terra pela primeira vez, é explicado que os asgardianos não são exatamente deuses como os humanos antigos acreditavam. Pelo que é explicado, eles nada mais são do que aliens como tantos outros que vivem em algum canto da galáxia e que, ao chegarem à Terra — a qual eles tratavam como Midgard, uma das partes dos Nove Reinos —, foram interpretados como divindades e suas histórias se tornaram parte da mitologia daquele povo.

Essa é uma saída bastante simples de conciliar todo o lado mítico do qual a Marvel se apropriou da cultura nórdica com o elemento fantástico do MCU. Isso permite a existência de todo o panteão escandinavo, de Thor e Loki até os gigantes de gelo, Hela, Surtur e o próprio Ragnarok em paralelo com outros povos tão antigos quanto a própria Asgard — como é o caso dos Eternos.

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Eternos e o erro de comunicação

Essa saída asgardiana é bem parecida com aquilo que vimos em Eternos. Da mesma forma que Thor e seu povo, Ikaris, Makkari e Sersi também foram erroneamente interpretados pelos humanos da Antiguidade, que viram nesses seres imortais uma espécie de divindade e incorporaram suas histórias às suas culturas.

Isso é algo que é explicitado no filme quando a Duende conta para os sumérios as aventuras do eterno Gilgamesh ao lado de seu amigo Enkidu, sugerindo que foi a partir desse relato que surgiu a epopeia mesopotâmica. Da mesma forma, o longa também revela que os gregos antigos transformaram Thena e Phastos nos deuses Atena e Hefesto, por exemplo.

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Esse sempre foi o grande charme dos personagens tanto no MCU quanto nos quadrinhos. Quando os Eternos foram criados por Jack Kirby, em 1976, foi justamente essa mistura de mitologia com ficção científica que chamou a atenção. E o cinema soube brincar muito bem com isso ao mostrar esses diferentes povos coexistindo na galáxia — como quando Kingo diz que conheceu Thor quando o Deus do Trovão ainda era uma criança em Asgard.

Os mistérios egípcios

Como se não bastasse toda essa salada, o MCU ainda encontrou espaço para trazer a mitologia egípcia para a brincadeira. Só que, no caso de Cavaleiro da Lua, há uma diferença fundamental nisso tudo: ao contrário dos asgardianos e dos eternos, não há qualquer menção ao fato de Osíris, Rá e todas as divindades do Nilo serem alienígenas. Na verdade, o que vimos até agora na série é algo bem mais divino mesmo.

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A série ainda está na metade e tudo pode mudar até o fim da temporada, mas o comportamento e as habilidades de Khonshu realmente são bem únicas. Basta lembrar que ele reorganizou as estrelas no céu só para permitir que Steven Grant pudesse olhar as estrelas de eras atrás — algo que nenhum outro pseudo deus do MCU fez até então.

Além disso, é mostrado que esses deuses são tão poderosos que são capazes de possuir humanos, escolhendo alguns para serem seus avatares, como é o caso do próprio Steven/Marc.

E o fato de eles serem deuses ao invés de uma raça alienígena é interessante, pois significa que eles não existem em um planeta distante como Asgard. Não fica claro onde Khonshu está quando não fica assombrando o personagem de Oscar Isaac, mas tudo leva a crer que é algum plano diferente do nosso — e isso os mantém também um tanto desconectados dos demais panteões.

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Os Celestiais e a cosmogonia do MCU

Se a gente for um pouco mais além, vamos esbarrar na fatídica pergunta: o que é que faz um deus? Fugindo das discussões filosóficas e metafísicas que essa questão pode trazer, podemos simplificar essa ideia como um ser poderoso capaz de criar e reger a vida. E, nesse caso, os próprios Celestiais podem ser vistos dessa forma dentro do MCU.

Como vimos em Eternos, essas entidades colossais foram os verdadeiros responsáveis por criar a vida não apenas na Terra, mas em todo o universo — mesmo que, para isso, tenham destruído alguns planetas no processo. Mais uma vez, é aquela mistura de narrativa mítica com elementos científicos: o Big Bang nada mais é do que a explosão de vida que vai criar um Celestial e dar vida a bilhões de seres pelas galáxias.

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E eles são tão vistos como deuses que há até mesmo uma devoção religiosa dos Eternos com essas entidades. Na verdade, é justamente esse conflito entre fé e dogma contra a luta pela vida que norteia o roteiro do filme, com Ikaris se mostrando extremamente devoto a esse propósito maior dados por esses deuses espaciais.

Isso faz deles algo divino? Claro que não, já que eles seguem a lógica do MCU e são apresentados apenas como uma raça alienígena muito poderosa — primordial, talvez —, mas ainda assim mortal. Não por acaso, Luganenhum é a cabeça de um Celestial morto que virou um entreposto comercial nos confins do universo.

Da mesma forma, também podemos interpretar que os Vigias podem ser um tipo de divindade do MCU. Afinal, Uatu e toda sua raça de aliens cabeçudos são os grandes guardiões do destino: seres poderosos o suficiente para olharem tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá — inclusive em múltiplas realidades. Essa é uma figura que está presenta em várias mitologias, seja das Moiras entre os gregos ou as Nornas entre os nórdicos.

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E onde entram os Deuses Gregos?

Além de ter mostrado a Poderosa Thor, o trailer de Thor: Amor e Trovão mostrou que os deuses gregos vão ser finalmente apresentados ao MCU. Vimos muito pouco disso, apenas um breve vislumbre do que é o Olimpo e uma muito rápida aparição de Zeus, vivido aqui por Russell Crowe.

O ponto é que o teaser não dá nenhuma dimensão do que podemos esperar dos olimpianos. Muito provavelmente, eles também serão essa raça alienígena que vive em um canto da galáxia, que tiveram contato com os humanos em algum momento e foram tratados como deuses por suas habilidades especiais. Isso, é claro, até Gorr chegar e mostrar por que ele é chamado de Carniceiro dos Deuses.

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Ao mesmo tempo, a introdução do Olimpo pode criar algumas incongruências nessa salada mitológica do MCU. Afinal, se a humanidade interpretou parte dos Eternos como os deuses das mitologias que conhecemos, como Zeus e companhia se encaixam nisso tudo? A própria ideia do Olimpo, em tese, era para ser uma interpretação de Olympia, o mundo-natal dos Eternos e não esse planeta que Thor vai visitar.

Sendo bem honesto, dificilmente vamos ver essa questão ser abordada em Amor e Trovão. Muito provavelmente, os deuses gregos vão aparecer apenas para serem mortos por Gorr e, quem sabe, introduzir o herói Hércules em algum momento no futuro do MCU.

Toda essa questão de “eram os deuses astronautas” é algo que só a gente, um bando de nerd maluco, gosta de ficar quebrando a cabeça. Só que é justamente nessa brincadeira de transformar cultura pop em nossa própria mitologia moderna que está a verdadeira graça de tudo.