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Quem são os Eternos nos quadrinhos e como deve ser a adaptação do Marvel Studios

Por| 02 de Novembro de 2021 às 12h45

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Esta semana está reservada para a estreia do mais novo filme do Marvel Studios: Eternos. A trama deve narrar a jornada de seres imortais criados pelos deuses cósmicos conhecidos como Celestiais, que os colocaram na Terra como um experimento de avanço de tecnologia em uma cultura primitiva.

O enredo, que, claro, tem fontes enraizadas nas histórias da Marvel Comics, deve servir como base de explicação para a fundação do Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês). A expectativa é de que a trama explique, por exemplo, por que a Terra é tão importante entre tantos planetas, e a cada ano cresce como um celeiro de superseres. E, claro, deve trazer elementos que poderão ser explorados futuramente, como a existência de antigas civilizações e criaturas (a exemplo de Atlântida e Namor) e até mesmo os genes mutantes que ativam os poderes dos X-Men.

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Os trailers revelaram que teremos vários personagens, todos interpretados por rostos famosos de Hollywood, a exemplo de Salma Hayek, Angelina Jolie, Kit Harington, entre outros. Mas como exatamente sugiram os Eternos e quem é quem nos quadrinhos e na adaptação? Por que esses superseres não auxiliaram os heróis da Terra nas ameaças passadas? Qual a razão de eles aparecerem só agora e quais as consequências para o MCU?

É o que o Canaltech te explica logo abaixo.

Eternos inicialmente não faziam parte da cronologia Marvel

A publicação dos Eternos começou nos anos 1970, quando Jack Kirby havia deixado a Marvel Comics para trabalhar na DC Comics. A ideia do autor era a de criar uma nova franquia, que não estivesse atrelada aos tradicionais heróis da editora. Então, ele produziu os Novos Deuses, que mostram uma casta de seres imortais extremamente poderosos — Darkseid é um deles. Contudo, essa saga ficou incompleta quando Kirby retornou para a Marvel; e os Novos Deuses, posteriormente, foram incorporados ao Universo DC — que deixaremos para contar em outra ocasião.

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Pois bem, ainda em meados dos anos 1970, Kirby utilizou alguns dos conceitos que havia idealizado nos Novos Deuses para criar os Eternos, em uma proposta semelhante de franquia descolada da cronologia tradicional do Universo Marvel. Então, Eternals #1 foi lançado em 1976, com o autor introduzindo os deuses cósmicos Celestiais, que visitaram a Terra há um milhão de anos e fizeram experimentos com nossos ancestrais, que mais tarde formariam a raça humana.

Mas… após várias histórias, a própria Marvel notou que a trama inicial lembrava muito alguns conceitos vistos em Novos Deuses. E como o título, assim como os personagens, não eram assim tão populares, a editora decidiu cancelar a revista — deixando, novamente, a história original de Kirby incompleta. Ainda assim, explicar as origens de superseres na Terra era algo que faltava na fundação do Universo Marvel. Então, partir desse conceito soou como uma boa oportunidade para dar mais base aos super-heróis da Casa das Ideias.

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Em 1980, os roteiristas Roy Thomas e Mark Gruenwald aproveitaram a criação de Kirby e terminaram algumas linhas de narrativa inacabadas em Eternals na revista do Thor, mais precisamente na edição 301. A partir daí, os Eternos começaram a ser incorporados à cronologia do Universo Marvel, ainda que de forma tímida e um tanto desconexa.

Cinco anos depois, a Marvel resolveu reposicionar os Eternos como parte definitiva da criação do Universo Marvel, com uma minissérie de 12 edições. Ali já havia algumas conexões com os heróis tradicionais e os primórdios da Terra na Casa das Ideias; e um especial lançado em 2000 fez uma conexão dos Eternos com os X-Men e o vilão Apocalipse.

A ideia agradou e os Eternos tiveram um reboot em 2003, na frente de publicações adultas Marvel MAX. Em 2006, Neil Gaiman e John Romita Jr. mais uma vez revisaram a franquia e criaram a sociedade que será a inspiração para a adaptação, definindo melhor o papel de cada integrante do grupo, assim como sua função de proteção evolutiva sem interferência no progresso da humanidade.

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Os Eternos ganharam mais uma série limitada, de nove edições, em 2008 e 2009; e, agora, em 2021, temos nas bancas gringas um novo título, que basicamente combina tudo o que aconteceu no passado e encaixa a franquia definitivamente na cronologia do Universo Marvel, com direito a elementos diretamente conectados com a versão que veremos nos cinemas.

Em uma fase recente dos Vingadores nos quadrinhos, vimos até a introdução dos Celestiais Sombrios; e a explicação de que a própria Terra possui em sua estrutura substâncias derivadas da decomposição de um dos deuses cósmicos, que morreu por aqui. Isso explica, por exemplo, a razão de termos tantos superseres ativados por acidentes radioativos ou químicos, e até mesmo a presença dos genes mutantes e do DNA alienígena nos Inumanos — afinal, ao longo dos séculos, o planeta herdou elementos que faziam parte da anatomia alienígena da poderosa divindade espacial.

Eternos, Deviantes e seres humanos

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Bem, o quem são os Eternos? A partir dos primeiros humanos de nosso planeta, os Celestiais criaram duas raças para viver entre nós: os Eternos, seres imortais de grande poder e tecnologia avançada; e os Deviantes, que tinham aparência e instintos animalescos e monstruosos. É como se nós, terráqueos, fôssemos um “meio-termo” entre as duas espécies. Esse tipo de experimento também foi realizado pelos deuses espaciais em outros planetas, como nos lares dos Kree e dos Skrulls.

Como dito acima, os Eternos foram designados pelos Celestiais a proteger a humanidade, especialmente das garras dos Deviantes, durante sua jornada evolutiva. Contudo, embora eles tenham esse papel de nos defender enquanto vivem entre nós, os imortais não podem interferir em nossos erros — que, no final das contas, levam-nos para o próprio aprendizado e progressão ao longo dos séculos.

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A maioria dos Eternos possui em comum superforça, capacidade de teleporte e manipulação genética, fator de cura acelerado, telepatia, poder de transmutação de objetos e habilidade de criação de rajadas e campos de força. Mas... a grande limitação desses semideuses está relacionada ao “livre arbítrio”, já que eles não conseguem se desvencilhar das ordens a que foram programados pelos Celestiais — o que inclui o fato desses seres não poderem atacar seus próprios criadores.

Ou seja, podemos até fazer uma analogia com anjos, já que os Eternos podem viver entre nós e até tentar serem como nós, mas eles precisam nos defender e não têm a mesma liberdade que os humanos para escolherem seus próprios destinos. Os Eternos são separados em cinco gerações, as quais a formação que veremos nas telonas deve mesclar integrantes da segunda à quinta casta.

Quem é quem nos Eternos e suas versões na adaptação

Abaixo estão os principais Eternos e como devem ser suas representações no filme do Marvel Studios:

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Ajak (Salma Hayek)

Originalmente um personagem masculino, Ajak teve seu gênero alterado e nas telonas será representado por uma mulher. Ela é considerada uma das líderes da equipe, com avançado treinamento de combate corpo a corpo, capacidade de voo e resiliência acima do comum. Ela também é a especialista em botânica e zoologia.

Thena (Angelina Jolie)

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Ela é maior guerreira dos Eternos, com uma vasta experiência em batalhas e visão tática para o combate. Thena originalmente era chamada de Azura, mas, após um pacto de seu pai, Zuras, com Zeus, seu nome mudou para ficar parecido com o da filha do deus olímpico, Atena. Como já sabemos que Zeus vai aparecer em Thor: Amor e Trovão, pode ser que tenhamos alguma explicação relacionada a esse acordo.

Ikaris (Richard Madden)

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Ele é loiro nos quadrinhos e é o rosto mais conhecido do grupo. Após desafiar Thena, Ikaris se tornou o líder do grupo e é o mais poderoso da equipe, com a capacidade de emitir devastadores rajadas pelos olhos. O herói também pode conjurar a Chama Azul, energia rara que pode unir as formas dos humanos, Eternos e Deviantes na Uni-Mente, uma consciência coletiva na forma de uma entidade de escala titânica.

Sersi (Gamma Chan)

Assim como a maioria dos Eternos, ela tem poderes de manipulação genética e teleporte, além de um acelerado fator de cura. Suas especialidades são projeções luminosas e a capacidade de criar ilusões, além de habilidades relacionadas a telecinese. No teaser, é possível vê-la gerando água de suas mãos, que rapidamente desenvolvem uma planta. Ela ama a humanidade e foi a primeira a viver entre nós.

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Kingo (Kumail Nanjiani)

Originalmente caracterizado como japonês nos quadrinhos, o Kingo das telonas tem aparência indiana, e não se sabe se suas habilidades de samurai serão mantidas na adaptação. Ele seria o mais “mundano” dos Eternos, já que aproveitou melhor sua imortalidade para se mesclar aos humanos, desfrutando da fama e dos prazeres como um produtor e astro de ação dos cinemas.

Phastos (Brian Tyree Henry)

Outro personagem que mudou para promover mais diversidade na caracterização dos Eternos nas telonas, Phastos é um excepcional ferreiro e grande conhecedor de tecnologia. E, apesar de ser mestre em criar armas, costuma ter um posicionamento bastante pacífico, sempre evitando o combate físico.

Makkari (Lauren Ridloff)

A personagem era originalmente um homem branco nos quadrinhos, aqui interpretado pela atriz surda-muda Lauren Ridloff. Ela é a velocista dos Eternos, capaz não somente de se mover rapidamente como também de criar veículos ágeis. Sua impaciência e ansiedade, contudo, fazem com que Makkari entre constantemente em atrito com os demais integrantes.

Gilgamesh (Don Lee)

Ele é considerado a “força bruta” dos Eternos, com todos os atributos que alguém desse porte costuma ter: superforça, velocidade e reflexos incomuns, resistência sobre-humana e incrível agilidade. Como passou muito tempo lutando, possui amplo conhecimento sobre vários métodos de combate e manuseio de armas.

Druig (Barry Keoghan)

Ele possui os poderes comuns aos Eternos, como manipulação de energia, incluindo os átomos de seu próprio corpo. Druig tem uma inclinação, digamos, “menos heroica”, e costuma usar seus dons para controlar mentes e aplicar métodos de tortura contra os inimigos. O imortal já chegou a ser um agente da KGB na Rússia e se envolveu com política no país fictício Vorozheika, que fica ao norte da Chechênia.

Sprite (Lia Mchugh)

Embora tenha o visual de uma criança, a personagem tem vários séculos de idade — originalmente é um menino, mas aqui fica com o gênero aparentemente indefinido. Inspirado em Puck, de Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare, Sprite costuma pregar peças e abusar de ilusões para trapacear e enganar as pessoas. E, ainda que seja “adulto”, tem mesmo o comportamento inconsequente de um infante — o que, claro, traz muita dor de cabeça para seus colegas de equipe.

Dane Whitman/Cavaleiro Negro (Kit Harington)

O personagem não é um membro dos Eternos nos quadrinhos. Na verdade, ele sempre foi atrelados aos Vingadores. Whitman é sobrinho do Cavaleiro Negro Nathan Garret e, assim como seu tio, é o único que pode empunhar a Espada de Ébano, uma arma amaldiçoada que tem sede de sangue. Ele provavelmente será a grande conexão dos heróis da modernidade com os imortais protetores do título do filme.

Kro

Ele não é um Eterno e nem um Vingador, mas deve ter grande importância no filme, pois é o Deviante que provavelmente será o grande antagonista para a equipe. Ele não chegou a aparecer de forma clara no teaser (a imagem acima é retirada do vazamento de um suposto brinquedo do longa), mas pode ser que seja ou esteja por trás da criatura que em certo momento aparece em uma cena de ação em um local com camponeses sendo controlados mentalmente. Como você vai ver abaixo, sua participação pode ser a grande razão de um segredo mantido por Thena.

Como deve ser a adaptação no MCU?

Quem já assistiu aos filmes de Chloé Zhao, a exemplo do oscarizado Nomadland, sabe que ela busca jornadas contemplativas, sempre propondo alguma profundidade de reflexão sobre os temas abordados. Além disso, o chefão do Marvel Studios, Kevin Feige, disse em diversas ocasiões que a proposta de Eternos é de ser um épico que vai moldar as fundações do MCU. Então, é de se esperar que tenhamos conflitos existenciais envolvendo a imortalidade dos protagonistas e as próprias funções designadas a eles pelos Celestiais.

Como é viver tanto tempo observando a humanidade progredir e ao mesmo tempo afundar em erros e guerras, sem poder fazer muita coisa? Quais são as motivações individuais de seres que vivem tanto tempo entre nós, mas não podem exatamente ser um de nós? De que maneira os Eternos lidam com o papel de proteger e não interferir ao longo de tantos séculos? E o que acontece quando os integrantes desafiam seus próprios criadores? Foi difícil ficar em segundo plano enquanto os Vingadores enfrentavam Thanos?

Essas perguntas devem permear os sentimentos de vários dos personagens. Nos quadrinhos, Thena e o vilão Kro alimentam um romance proibido, que resulta em filhos. Se você observar o teaser, vai notar que ela sempre parece infeliz ou preocupada. E isso talvez seja uma das grandes razões pelas quais os Eternos vão reunir-se, brigar ou se revelar na trama. Aliás, há quem acredite que um dos filhos do casal possa ser Thanos, já que, nos gibis, ele é filho de Eternos que acaba desenvolvendo a herança genética Deviante.

A expectativa é de que a trama deva atravessar cerca de 25 mil anos, segundo o próprio Feige. Assim, veremos também a influência dos Eternos em várias civilizações, mitologias e eventos da vida real e dos gibis. É possível que vejamos a história do grupo interagindo com fatos conhecidos de nosso mundo e dos quadrinhos. A criação da Atlântida e de Namor; a ascensão dos deuses gregos e nórdicos; o desenvolvimento dos Inumanos e a chegada dos genes mutantes estão nessa lista. Além disso, a presença do Cavaleiro Negro seria a conexão entre os heróis imortais com os defensores contemporâneos, leia-se os Vingadores.

Como dá para notar, o filme deve trazer muitas respostas para o MCU e plantar sementes para as próximas fases. E não precisaremos esperar mais tanto assim: Eternos estreia nos cinemas de todo o Brasil na quinta-feira, dia 4 de novembro.