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Como Eternos se encaixa no futuro do MCU?

Por| Editado por Jones Oliveira | 02 de Novembro de 2021 às 22h00

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Divulgação/Marvel Studios
Divulgação/Marvel Studios

Atenção! Este texto traz spoilers de Eternos. Leia sabendo que ele pode revelar detalhes da história do filme.

De todas as estreias da Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês), Eternos é o que mais chama a atenção em termos de futuro. Afinal, os personagens destoam de tudo aquilo que vimos das histórias de super-heróis até aqui e o caráter quase divino do grupo abre caminho para histórias até então inexploradas nos filmes. Assim, é natural que você saia do cinema se perguntando o que vem por aí agora as portas do lado cósmico foram abertas.

E o longa traz várias deixas que tanto podem ser aproveitadas em outros filmes como criam conexões com histórias que a gente já conhece, expandindo esses elementos. O próprio conceito dos Celestiais é algo que já permeia o MCU há algum tempo, mas que somente aqui é mais bem desenvolvido e com possíveis implicações nas demais tramas galácticas do estúdio. Isso sem falar dos novos personagens que certamente vão dar as caras em filmes e séries futuros.

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Assim, por mais que Eternos traga uma galeria de heróis que é desconhecida até mesmo para boa parte dos leitores de quadrinhos, ele já desponta como um dos filmes mais importantes desta Fase 4 do MCU até agora por deixar mais do que claro alguns dos caminhos que os heróis vão trilhar daqui em diante.

Mergulhando no universo cósmico

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Oficialmente, o universo cósmico da Marvel teve início com Guardiões da Galáxia. Foi no primeiro filme do Senhor das Estrelas que o MCU deixou a Terra pela primeira vez e fomos apresentados aos Celestiais, as grandes entidades que criaram basicamente tudo, das Joias do Infinito à vida no universo. De forma bem simplista, eles são as grandes divindades desse mundo, embora com esse caráter mais alienígena — em uma pegada bem dos deuses astronautas.

Só que, até então, tudo isso era algo muito distante e de pouco impacto. O próprio fato de Peter Quill ser meio-Celestial é algo que nunca foi muito bem explorado nos filmes de modo que muita gente nem lembra desse fato, tampouco que o próprio Ego faz parte dessa raça. Isso porque o tom de comédia dos dois Guardiões tira muito do peso dessas informações.

Assim, coube a Eternos dar a devida importância a esse lado mais sério do universo cósmico da Marvel. Era como se, até agora, tivéssemos visto apenas a superfície dos cosmos e o novo filme permitiu que fôssemos um pouco mais além, conhecendo mais a fundo algumas coisas e vislumbrando um outro tanto que ainda está por vir.

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E o principal ponto que foi introduzido aqui é justamente o papel dos Celestiais. Até então, eles eram aquelas entidades Ancestrais do início da criação e que apareciam apenas como um planeta-vivo genocida ou como uma cabeça flutuante no espaço que serve de base para bandidos. Contudo, Eternos mostrou que eles estão muito ativos e, inclusive, se revelaram uma enorme ameaça para a humanidade.

Isso significa que podemos ver um Celestial aparecendo como um vilão futuramente? Talvez, já que há uma infinidade desses seres e há alguns considerados malignos dentro dos quadrinhos. Contudo, pelo que foi mostrado no MCU, eles operam muito mais dentro de uma moral própria e é pouco provável que vejamos os Vingadores ou qualquer outro grupo caindo na porrada com algum desses seres. Até porque, de certo modo, já vimos uma dessas entidades ser derrotada em Eternos, então esse tipo de confronto soaria um pouco repetitivo.

Por outro lado, o filme abriu as portas tanto para as atuações mais presentes dos Celestiais — tanto que Arishem literalmente sumiu com Sersi (Gemma Chan), Kingo (Kumail Nanjiani) e Phastos (Brian Tyree Henry) — quanto permite que mais desses elementos cósmicos possam ser explorados. Exemplo disso é que podemos ter desde uma introdução de Galactus, o Devorador de Mundos e clássico vilão do Quarteto Fantástico, como seres como o Tribunal Vivo, Eternidade e Infinito, os quais estão diretamente ligados com a proteção do multiverso e se conectam a esses elementos cosmogônicos que vimos por aqui.

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E por mais que tudo isso soe distante e improvável, é preciso lembrar que há mais histórias espaciais vindo aí. Além de um eventual Eternos 2 que a Marvel já deixou claro ser possível de acontecer, temos que lembrar que Guardiões da Galáxia 3 pode se aproveitar muito desses elementos, até porque já sabemos que Adam Warlock está confirmado. Além disso, Thor: Amor e Trovão é outro que pode se aproveitar desse avanço cósmico, ainda mais se lembrarmos que o Deus do Trovão terminou Vingadores: Ultimato ao lado do Senhor das Estrelas.

Isso sem falar, é claro, de The Marvels. De todas as franquias do MCU, é a nova aventura de Carol Danvers que pode melhor aproveitar as deixas entregues por Eternos — até porque já sabemos que a Capitã Marvel tem um nível de força surreal e somente uma ameaça nível Celestial pode fazer frente a ela.

Os eternos perdidos

O desaparecimento de Sersi, Phastos e Kingo é outro ponto que abre muitas portas para o futuro cósmico do MCU. Pelo que Eternos dá a entender, a procura por esses personagens vai ser o ponto central de sua sequência, principalmente após a entrada triunfal de Starfox (Harry Styles) em cena, revelando saber muito sobre a natureza da raça, sua relação com os Celestiais e como encontrar os heróis levados por Arishem.

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Assim, levando em conta que o grupo a bordo da nave Domo está isolado de todo o resto do MCU — ninguém do núcleo que conhecemos sabe quem são eles e que estão ali —, tudo leva a crer que Druig (Barry Keoghan), Thena (Angelina Jolie) e Makkari (Lauren Ridloff) vão mesmo se aliar ao eterno Eros para ir atrás dos demais e, para isso, devem mergulhar no mundo dos Celestiais.

Como dito, dificilmente vamos vê-los enfrentando esses deuses ancestrais no soco, mas a simples jornada em busca de Sersi e companhia pode revelar muito sobre a natureza do mundo e sobre os próprios eternos. Sabemos que há outros da espécie vivendo pelo universo — e o próprio Starfox é um deles —, assim como já foi mostrado que os Celestiais são capazes de acabar com mundos inteiros, além de terem criado as Joias do Infinito no início dos tempos. Então, o que pode estar por vir?

Nossa aposta é que essa cruzada iniciada por Thena e os demais vai trazer uma possível solução para a bagunça no multiverso que está começando a se desenhar na Terra. Sabemos que Kang, o Conquistador vem aí e ele deve ser a grande ameaça dessa Fase 4, mas todo esse arco só deve ser encerrado fechando as portas do multiverso para que essa bagunça não se repita no futuro — e é aí que alguma possível entidade cósmica deve aparecer.

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Assim, a busca pelos eternos perdidos pode trazer seres como Eternidade e Infinito para o MCU, o que também serve de deixa para a introdução da contraparte dessas entidades: Abraxas. Em linhas gerais, ele é a não-vida, ou seja, a força destrutiva que busca consumir o universo e todas as realidades contidas na existência.

Dessa forma, o que temos é um planeta que deveria ter sido destruído e impediu o nascimento de um Celestial, que mexeu com forças cósmicas mais de uma vez com as Joias do Infinito e que agora bagunça com a realidade — ou seja, um enorme chamariz para que essas entidades ancestrais passem a se interessar cada vez mais pela Terra.

E é nesse eventual Eternos 2 que podemos ver essa ameaça maior que a própria existência dando as caras pela primeira vez e o grupo de Sersi descobrindo uma forma de confrontá-lo.

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O que a entrada de Starfox

A apresentação de Starfox pegou muita gente de surpresa nos cinemas não apenas pela escolha de Harry Styles para o papel, mas pelo fato de o personagem ser uma presença improvável para o atual momento do MCU. Nos quadrinhos, o irmão de Thanos é um dos heróis que tenta impedir o Titã Louco de usar as Joias do Infinito, mas isso foi deixado de lado nos cinemas. Assim, que futuro o eterno Eros nos reserva?

A verdade é que não há como saber quais as reais motivações do personagem. Apesar de ele ser sempre representado como um herói nas HQs, a sua personalidade mais malandra pode ser facilmente adaptada para torná-lo alguém mais dúbio — e o Marvel Studios já mostrou que não tem apego algum a esses personagens desconhecidos e pode fazer com que um mocinho se torne um vilão.

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Dificilmente teríamos uma revelação desse porte em uma cena pós-crédito para nada e Starfox deve mesmo ter a sua importância daqui para frente, seja como guia dos demais eternos para essas profundezas da existência ou trazendo esses elementos para a Terra. Será que ele vai passar a habitar o planeta, assim como nos quadrinhos, em que ele chegou a fazer parte dos Vingadores?

Ao mesmo tempo, a sua chegada ao MCU é uma boa forma de conectar esse lado mais cósmico que vimos em Eternos com a história que a Marvel desenvolveu até aqui. O laço parental com Thanos amarra essas histórias e deixa claro que toda a bagunça causada pelo Titã Louco e pelos Vingadores teve consequências que foram para muito além da Terra e chamaram a atenção para o planeta — e vamos lembrar que Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis termina com a revelação de que os artefatos são um sinalizador para algo vindo do espaço.

Cavaleiro Negro e conexão com Vingadores

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Por fim, temos uma história que é introduzida em Eternos e que pode ter grandes consequências no MCU no lado mais terreno da coisa. O personagem Dane Whitman (Kit Harington) foi introduzido aqui de forma bem superficial e sem grande destaque, sendo apenas o namorado humano de Sersi. Tanto que ele aparece só no começo e no fim do filme, mas a sua cena pós-crédito já deixa clara a sua importância para o futuro.

Na verdade, o longa traz várias pistas sobre isso, seja quando ele fala sobre seu relacionamento com o tio ou quando comenta que tem um segredo e que sua família é complicada. Tudo isso está relacionado ao fato de ele ser o Cavaleiro Negro, um dos heróis mágicos da Marvel.

A cena pós-crédito entrega isso bem, com Whitman encarando a Espada de Ébano e pronto para assumir o legado familiar — até que ele é interrompido por uma voz que, segundo a diretora Chloé Zhao, é de Blade (Mahershala Ali).

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E é aqui que temos a grande incógnita sobre a relação de Eternos com o futuro do MCU, já que ele introduz um personagem que é muito importante e que vai ganhar seu próprio filme, mas que não traz nenhum contextualização. No que as divindades da Marvel estão relacionadas aos vampiros? Como a origem do Cavaleiro Negro se encontra com Blade? Nas HQs, não há nada que sugira algo nesse sentido, então tudo fica bastante nebuloso, mas que abre tantas possibilidades quanto o multiverso oferece.

Eternos entra em cartaz nos cinemas de todo o Brasil nesta quinta-feira (4); os ingressos já estão à venda — garanta o seu na Ingresso.com.