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Crítica Aquaman 2 | DCEU acaba com um filme que não está nem aí pra ele

Por| Editado por Durval Ramos | 20 de Dezembro de 2023 às 18h00

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Reprodução/Warner Bros
Reprodução/Warner Bros

Logo nos primeiros momentos de Aquaman 2: O Reino Perdido, Arthur Cury fala sobre o fato de todos terem um dom e o seu é falar com peixes. A nova produção da DC Comics nos cinemas, que também serve como despedida do antigo Universo Cinematográfico Estendido da DC (DCEU, na sigla em inglês) antes de sua reformulação nas mãos de James Gunn, mostra que nem mesmo o filme parece muito preocupado em levar a sério o super-herói interpretado por Jason Momoa.

Se o primeiro Aquaman conseguiu cativar o público com uma aventura divertida e despretenciosa, sua sequência segue pelo mesmo caminho, ainda que tropeçando e capotando a cada passo que tenta dar.

A sua maior vantagem frente a outros filmes da DC é exatamente não querer ser sério demais, algo que acaba fazendo com que o espectador releve muitos de seus problemas e acabe embarcando nessa, às vezes, confusa nova aventura do Rei de Atlântida.

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Um rei que não quer reinar

Aquaman 2: O Reino Perdido mostra Arthur Curry em sua nova vida como Rei de Atlântida, mas também como marido e pai. Ao lado de Mera, interpretada novamente por Amber Heard e que não foi tirada do filme apesar de rumores, ele cria Arthur Curry Jr na superfície.

O herói vê sua posição de rei como algo chato, principalmente porque todas as decisões que tem acabam sendo revertidas por um conselho político de Atlântida. As coisas começam a mudar quando David Kane, o Arraia Negra, interpretado por Yahya Abdul-Mateen II (Watchmen), descobre um poder antigo que pode colocar em risco não somente a vida do Aquaman, mas de toda a Terra.

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Para conseguir combatê-lo, Arthur recorre ao seu meio-irmão, Orm, novamente interpretado por Patrick Wilson (Invocação do Mal) e vilão do primeiro filme. Frente a esse resumo que você poderia conseguir do trailer, a adaptação se desenvolve exatamente da maneira como você espera.

Os irmãos começam a sua aventura quase como inimigos, mas aos poucos começam a entender melhor um ao outro, lutando lado a lado. Mera aparece em algumas cenas para ajudar o marido, mas não tem grande impacto no filme.

Aquaman 2: O Reino Perdido é, definitivamente, uma sequência de Aquaman, por bem ou por mal, e o quanto você vai se divertir com o filme depende muito da maneira como reagiu ao primeiro longa. Jason Momoa leva o filme com um Arthur Curry que é basicamente Jason Momoa que respira debaixo d’água e fala com peixes.

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Esse jeito Momoa de ser faz com que, em várias cenas, pareça que o diretor James Wan quisesse que o ator Patrick Wilson vivesse o Aquaman. Não é uma vez que ele está ao lado de Momoa no papel de Orm e não pareça ser uma opção muito melhor para viver o herói nos cinemas, inclusive visualmente.

Mesmo assim, apesar de uma trama com um ritmo que é fácil de perceber o quanto foi mexido em pós-produção, o longa tem algumas cenas divertidas e, como comentamos, não se leva a sério o suficiente para você simplesmente ir no embalo com tudo o que acontece.

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Alguns efeitos parecem muito legais, enquanto outros são bem ruins, mas coisas vão acontecendo e você acaba deixando tudo isso para trás. Talvez o maior pecado de Aquaman 2: O Reino Proibido não é ser chato ou ruim, mas sim ser completamente esquecível.

Só que a culpa de ser assim, estranhamente, não é do filme, mas de forças externas que o tornaram algo completamente dispensável.

O fim do DCEU e de toda essa bagunça

Com o anúncio do reboot do universo DC nos cinemas, vários filmes que fazem parte da atual versão dele, o chamado DCEU, acabaram ficando em um limbo. As estreias de Shazam! Fúria dos Deuses, The Flash e Besouro Azul foram claramente afetadas pela ideia de que nenhum desses filmes faria qualquer diferença.

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Anos condicionando o público a ver tudo interligado fizeram com que esses filmes parecessem perda de tempo, já que o universo que vai valer mesmo só começa depois deles. Isso é uma pena, principalmente para Besouro Azul e, de certa forma, Aquaman 2.

Durante meses, rumores indicavam que o filme do Rei de Atlântida era um imenso desastre, precisando de refilmagens que não pareciam melhorar o longa. Aos poucos, a esperança de o filme ser minimimente divertido foi diminuindo.

Só que Aquaman 2: O Reino Perdido não é assim. Ele tem problemas, como a caracterização do personagem principal, vilões que são ameaçadores ao mesmo tempo que não parecem apresentar grande perigo sozinhos, capangas completamente sem personalidade e um uso esquisito de músicas licenciadas em momentos completamente aleatórios. Porém, se você pensar nos dois filmes do Aquaman em um vácuo, eles funcionam.

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No fim das contas, Aquaman 2 meio que mostra o que toda essa bagunça de universo compartilhado deveria ser. Em momento algum do novo filme é mencionado qualquer elemento do DCEU. Ele é isolado em si mesmo e é quando ele brilha mais.

É como se o herói estivesse focado apenas na missão que tem na frente, sem ficar “Mas e o Batman, hein?! Rapaz, ficou sabendo o que o Flash fez? Doideira, né?”. Ele vive naquele universo, mas cuida de suas coisas. Por conta disso, o espectador se desliga da expectativa e necessidade de ficar prestando atenção em migalhas que são espalhadas para se preparar para um futuro filme.

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É como se o diretor James Wan tivesse tirado do longa qualquer menção do futuro porque sabe que ele não existe. E na verdade, foi exatamente isso que ele fez, já que Ben Affleck (Batman vs Superman: A Origem da Justiça) chegou a gravar cenas para o filme como Bruce Wayne, mas que não estão em lugar algum do filme.

Ao final da trama, Arthur Curry não está se preparando para uma grande nova aventura ao lado da Liga da Justiça, mas focado em criar um mundo melhor como Aquaman.

Os últimos momentos do filme são bastante emblemáticos pois mostram exatamente o que foi o DCEU. Existia ali uma tentativa de criar algo que fosse inspirador, mas que, no final, acaba sendo apenas extremamente equivocado nas suas intenções.

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Não é um desastre, mas também não pode ser chamado de um ótimo filme. Ele é definitivamente um dos filmes já feitos. Pelo menos a última cena do DCEU me fez rir e não é necessariamente porque ela é engraçada.

Aquaman 2: O Reino Perdido entra em cartaz nos cinemas de todo o Brasil no dia 21 de dezembro.