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Crítica Shazam! Fúria dos Deuses | Mesmo sem brilho do antecessor, filme diverte

Por| Editado por Jones Oliveira | 15 de Março de 2023 às 20h00

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Shazam! Fúria dos Deuses chega ao cinema com uma missão bastante ingrata: dar continuidade a um universo que está com os dias contados. Assim, como tornar essa história atrativa para um público que está mais interessado no que vem a seguir? A resposta é simples: apostar naquilo que o personagem tem de melhor e trazer uma aventura simples, muito divertida e repleta de carisma.

Tanto que o longa repete bastante a dinâmica de seu antecessor, apostando muito mais em uma trama simples e bem-humorada do que em criar conexões com outros filmes ou mesmo em apontar um caminho para o futuro. É muito mais sobre as desventuras dessas crianças que viram super-herói do que um grande épico ou coisa parecida — e, por isso mesmo, funciona bem.

Ainda que não tenha o mesmo brilho do primeiro Shazam!, a sequência é um belo lembrete de que nem todo filme de quadrinho precisa reinventar o gênero ou elevar a escala da pancadaria — às vezes, basta manter o clima de gibi.

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É tudo sobre família

Uma cena de Fúria dos Deuses que foi repetida à exaustão nos trailers é o momento em que Shazam (Zachary Levi) faz uma piada com Velozes e Furiosos para falar sobre a importância da família. É uma brincadeira boba e bastante pontual no roteiro, mas que traduz bem toda a essência do que é o longa.

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Mais do que ser um grande capítulo desse universo mambembe — ou a sua despedida —, o longa é sobre relações familiares. E isso fica bem claro tanto na trama envolvendo os heróis quanto as próprias vilãs.

De um lado, temos Billy Batson (Asher Angel) finalmente se aceitando como parte de um lar e agora dividindo os poderes com seus irmãos. Só que a sensação de não ser um bom líder somado ao medo de perder as pessoas que o acolheram faz com que se torne controlador, como aquele pai que tenta apagar a individualidade de todos à sua volta — e é ao aceitar isso que ele passa a entender sua própria capacidade.

Do outro, temos a chegada das Filhas de Atlas, divindades gregas que vêm ao mundo humano para recuperar não só os poderes do titã que foram roubados pelo Mago Shazam (Djimon Hounsou), mas também tentar restaurar o mundo dos deuses.

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No meio desses dois opostos, acompanhamos a dinâmica (e o confronto) desses núcleos e a evolução de cada um deles. Ainda que não seja nada muito incrível ou mesmo original, é algo que funciona nessa aventura quase infantojuvenil que Shazam! faz tão bem. É aquela história simples de gibi que funciona para além de boneco dando porrada e soltando poderzinho da mão.

Muito disso está justamente no carisma do elenco. A grande novidade de Fúria dos Deuses é que Billy não é o único herói e agora há toda a Família Shazam dividindo os poderes e ver esse pessoal em ação é muito divertido.

É aqui que o longa reproduz aquilo que havia de melhor no Shazam! original, que era a ideia de termos crianças assumindo o corpo e os poderes de um adulto com habilidades divinas. O novo roteiro explora isso muito bem, não só criando situações que escancaram esse sonho infantil como explora a personalidade de cada um dos irmãos.

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É muito bom ver a Darla super-heroína (Meagan Good) ser tão ingênua quanto sua contraparte mirim (Faithe Herman), assim como a versão heroica de Freddy (Adam Brody) tenta compensar as inseguranças que seu eu adolescente (Jack Dylan Grazer) apresenta. E tanto o texto quanto os próprios atores sabem aproveitar isso, fazendo com que você veja o mesmo personagem e seus trejeitos em corpos diferentes — o que ainda é muito divertido.

A grande exceção é o próprio Shazam. Quando Billy grita a palavra mágica e se transforma, ele não ganha apenas um corpo de adulto. Na verdade, ele se transforma no próprio Zachary Levi — o que incomoda a partir de um ponto.

Primeiro porque o ator parece estar quase no automático, optando por entregar uma atuação exagerada e quase abobada que fica cansativa em pouco tempo. Mais do que isso, é um tipo de comportamento que não casa com aquilo que vimos no Billy adolescente.

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Sem os poderes, o herói parece ter amadurecido muito mais. Embora apareça em poucos momentos, ele sempre é muito sério e centrado no que precisa ser feito e sem todo o jeito tresloucado de Levi. É quase como se, ao invés de Shazam, ele se transformasse no Freakazoid quando grita as palavras mágicas.

No primeiro filme, esse exagero bobo funciona porque Billy também é assim. Ele é um adolescente imaturo que lida com piadas e sarcasmo todos os problemas da sua vida. Em Fúria dos Deuses, porém, o jovem está prestes a fazer 18 anos e amadureceu — mas tudo isso é descartado quando ele vira Shazam. É engraçado no começo, mas cansa muito rápido, ainda mais quando o restante da equipe faz essa transição de forma muito mais competente.

Um filme mais tradicional

O novo Shazam! aumenta muito a escala do que seu antecessor apresentou e, talvez por isso mesmo, ele parece ser muito mais um filme padrão de super-herói do que aquela surpresa que vimos em 2019. Não é um problema, mas é perceptível que ele não tem o mesmo brilho de antes.

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Como dito, a aventura original é quase uma fantasia infantojuvenil: a história de uma criança que descobre ser capaz de virar um adulto superpoderoso. É aquela mesma fantasia infantil quando temos 7 anos e lemos um gibi sonhando ser como aqueles fantasiados. Por isso, todas as bobagens do protagonista fazem todo o sentido e dão à trama esse clima quase Sessão da Tarde.

Em Fúria dos Deuses, por outro lado, esse tom é deixado um pouco de lado para contar a grande história das Filhas de Atlas ameaçando os heróis e o próprio mundo. Com isso, o filme se mantém mais dentro da caixa dos filmes mais padrões do gênero. E, embora não traga nada de novo, funciona bem dentro do que se propõe.

Shazam! Fúrias dos Deuses está em cartaz nos cinemas de todo o Brasil; garanta o seu ingresso na Ingresso.com.