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O céu (não) é o limite | O que está rolando na ciência e astronomia (07/04/2020)

Por| 07 de Abril de 2020 às 15h26

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mohamed Hassan/Pixabay
mohamed Hassan/Pixabay

Hoje é terça-feira, dia em que o Canaltech publica esta coluna com o "resumão" das notícias científicas mais importantes da última semana. E, claro, mais uma vez a síntese aqui está recheada de informações fresquinhas sobre a pandemia do novo coronavírus com a doença COVID-19. Mas, primeiro, vamos falar sobre o que rolou de relevante no universo da astronomia?

NASA mantém cronograma lunar

O Programa Artemis, ao menos até o momento, não corre risco de ser adiado por conta da pandemia de COVID-19. A agência espacial dos EUA garantiu que o cronograma dos lançamentos com as primeiras entregas de cargas à Lua, incluindo experimentos científicos e demonstrações de novas tecnologias, segue inalterado. Esses lançamentos iniciais contarão com módulos de pouso construídos por duas empresas privadas, que concordaram em realizar a missão no terceiro trimestre de 2021.

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Além disso, a NASA revelou mais detalhes sobre a base lunar que pretende construir em nosso satélite natural nesta década, também como parte do Programa Artemis. Essa base se chama Artemis Base Camp e deve começar a ser construída a partir de 2024 — ou seja, depois que o tão esperado retorno humano à superfície lunar aconteça.

A Artemis Base Camp é um habitat fixo que deverá ser montado no polo sul lunar, capaz de hospedar até quatro astronautas por vez. Os planos também envolvem um habitat móvel capaz de abrigar astronautas longe da base fixa por até 45 dias. Para esse transporte entre as bases, a ideia é levar um veículo de transporte. Depois disso, é possível que a base fixa receba uma espécie de trem lunar, locomovendo-se sobre trilhos ou uma esteira para levar cargas úteis e equipamentos por toda a Lua.

ESA retoma missões espaciais

A Agência Espacial Europeia retomou as operações das missões espaciais que precisaram ser interrompidas por conta das medidas de isolamento e quarentena contra a disseminação do novo coronavírus no território europeu. 21 espaçonaves tiveram seus instrumentos desligados por pouco mais de uma semana.

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E a NASA? Vai interromper alguma missão?

Não! Ao menos até o momento, a agência espacial dos EUA não precisa pausar nenhuma missão espacial em andamento. A NASA continua trabalhando normalmente em missões como as do Solar Dynamics Observatory e do Solar Terrestrial Relations Observatory, que monitoram o Sol 24 horas por dia, e também continua observando o espaço ao redor da Terra para estudar e, quem sabe, detectar objetos espaciais que representem risco ao nosso planeta.

Outras missões que não estão sob ameaça são a OSIRIS-REx, cuja sonda está observando o asteroide Bennu de pertinho e, em breve, coletará amostras para trazê-las à Terra; o rover Curiosity, que explora Marte desde que chegou lá em 2012; a sonda Juno, que está na órbita de Júpiter desde 2016; e, claro, a expedição atual na Estação Espacial Internacional, com astronautas da NASA a bordo do laboratório orbital realizando uma série de pesquisas científicas.

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Crosta da Terra está mais "silenciosa" por conta da quarentena global

Por conta da imposição do isolamento social em diversos lugares ao redor de todo o mundo, a crosta de nosso planeta está mais "silenciosa". Afinal, com a redução das atividades humanas (incluindo a circulação de pessoas e carros pelas cidades), as vibrações que essa movimentação constante gera estão reduzidas e, com isso, sismógrafos estão detectando menos ruído.

Com esse “silêncio” todo, cientistas agora conseguem leituras sísmicas da superfície terrestre tão claras quanto as que geralmente se obtêm quando esses mesmos instrumentos estão a 100 metros abaixo da superfície do planeta. Mas, calma, pois as atividades sísmicas normais da Terra não foram alteradas (como tem sido divulgado erroneamente por aí); apenas a interferência que causamos nas medições é que está bastante reduzida. Embora o preço pago para isso seja alto demais, isso está ajudando cientistas no monitoramento da atividade vulcânica e outros eventos sísmicos. Além disso, ter esses dados como meios de comparação com medições de outros períodos pode ser bastante útil em estudos futuros.

Nosso visitante interestelar está se despedaçando

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O cometa interestelar 2I/Borisov, que "passeia" pelo Sistema Solar, parece que não está "aguentando o tranco" do ambiente de nossa vizinhança espacial. É que o telescópio Hubble mostrou que o cometa proveniente de outro sistema estelar se dividiu em dois pedaços.

Essas duas partes que agora compõem o núcleo do cometa são igualmente brilhantes, embora pareçam ter tamanhos distintos. E, baseado no que sabemos sobre os cometas nativos do Sistema Solar, podemos prever o que está acontecendo com o Borisov, mesmo sem conseguir saber exatamente o tamanho dessas partes. Mas, de acordo com outras observações, a parte secundária do núcleo dividido em dois é bem menor do que a parte principal, sendo bastante gelada — e esse gelo, agora exposto, "borbulha" e sublima rapidamente, produzindo bastante poeira ao seu redor.

E, de fato, podemos ver essa poeira nas imagens do Hubble. No entanto, cientistas ainda entendem ser improvável que o cometa em questão esteja se desintegrando por completo. Há quem estime que ele tenha pedido apenas de 0,1% a 1% de sua massa total — como se um carro tivesse perdido seu retrovisor lateral.

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E aquele barulho estranho que muita gente ouviu vindo do céu?

No final da última semana, um montão de pessoas do Brasil (e de outros países, também) relataram nas redes sociais que ouviram um barulho estranhíssimo vindo do céu. A hashtag #barulhonoceu ficou no primeiro lugar dos Trending Topics do Twitter, por sinal — e claro que muitas teorias conspiratórias surgiram rapidamente para explicar o fenômeno.

Mas nada de naves alienígenas, experimentos científicos escusos, planeta Nibiru chegando para destruir a Terra, e muito menos trombetas do apocalipse… apesar de ainda não se ter certeza de o que realmente aconteceu, alguns cientistas entendem que tal som possa estar ligado à movimentação de gases na atmosfera — quando gases entram em contato com uma mudança brusca de pressão atmosférica. Mais ou menos como acontece quando o ar sai de uma bexiga cheia, ou de uma panela de pressão. No caso do céu, isso pode ter acontecido por meio de buracos na camada de ozônio.

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Outra explicação pode ser a interação da atmosfera terrestre com os ventos solares, que podem ter pressionado a magnetosfera do planeta, criando um efeito chamado ondas magnetossônicas. Quando as condições do clima espacial são calmas, essa “canção” magnética também é calma. No entanto, quando há uma tempestade solar, o som atinge outras frequências.

Ainda, pode ser que tenha sido algo nada complicado de se explicar: tempestades distantes. Um trovão fortíssimo pode passar por um "corredor" específico na atmosfera, onde as condições do momento permitem que seu ruído estrondoso possa ser ouvido a milhares de quilômetros de distância.

Neutralizaram o coronavírus em apenas 48 horas

Um estudo australiano mostrou eficácia no uso de um medicamento antiparasitário para neutralizar o novo coronavírus em apenas 48 horas. A droga ivermectina interrompeu o ciclo reprodutivo do vírus SARS-CoV-2, e os pesquisadores descobriram que mesmo uma dose única poderia remover essencialmente todo o RNA viral, causando uma redução realmente significativa após poucas horas da administração.

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Agora, a equipe trabalha para descobrir se a dose que a ivermectina pode ser apicada em humanos é eficaz contra o coronavírus, e não apenas em laboratório.

Recorde: 1 milhão de infectados pelo coronavírus em todo o mundo

Mais de 1 milhão de pessoas já tiveram a confirmação de terem sido infectadas pelo novo coronavírus em todo o mundo. Aqui no Brasil, o boletim mais recente do Ministério da Saúde revela mais de 12 mil confirmados com a COVID-19, além de mais de 533 óbitos. Desde a última semana, diariamente uma média de mil novos casos de pacientes infectados são somados a essa lista.

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E a coisa pode piorar…

Uma segunda onda de infecções do novo coronavírus pode estar por vir em nosso país, a exemplo do que já está acontecendo em lugares onde a disseminação da COVID-19 estava aparentemente controlada, como Hong Kong, Singapura, Taiwan, Coreia do Sul e China. Esses países foram os primeiros a ter algum sucesso no controle da pandemia, mas já enfrentam uma segunda onda de infecções. Fica o alerta!

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