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Enorme pirâmide enterrada na Indonésia pode ser a mais antiga do mundo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 03 de Novembro de 2023 às 16h03

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RaiyaniM/CC-BY-SA-4.0
RaiyaniM/CC-BY-SA-4.0

É bom ir se acostumando ao nome Gunung Padang, já que você provavelmente o ouvirá mais vezes — é assim que se chama uma enorme pirâmide subterrânea encontrada nas colinas da Indonésia, mais antiga que Stonehenge, pirâmides maias e astecas e até do que as Pirâmides de Gizé, no Egito. A estrutura é provavelmente a maior construção megalítica já feita por humanos.

O monumento fica na ilha de Java Ocidental, em uma elevação sagrada aos habitantes locais, chamada por eles de “punden berundak”, que significa “pirâmide de degrais”. Diversos terraços levam até o topo, justificando o termo, e mesmo ainda descobrindo apenas a superfície da pirâmide, os pesquisadores já afirmam que o achado encaminha-se para ser um “testamento memorável” da engenhosidade humana.

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Entre as características marcantes da estrutura, está o fato de ter sido feito sobre um vulcão extinto antes da agricultura e da civilização terem sido idealizadas pelo Homo sapiens. O interior, segundo levantamentos dos cientistas indonésios, pode estar repleto de câmaras e salas com tesouros arqueológicos escondidos.

A pirâmide e a Montanha da Iluminação

Na língua local, “Gunung Padang” significa “montanha da iluminação”, já que é uma colina natural de lava considerada sagrada há milênios. As primeiras datações com radiocarbono sugere que a construção inicial do monumento começou na última era glacial, há pelo menos 16.000 anos e possivelmente até 27.000 anos atrás.

Göbekli Tepe, enorme complexo de pedra que fica na atual Turquia, é considerada atualmente como o megálito (estrutura de pedra) mais antigo do mundo, com 11.000 anos, e seria facilmente desbancado com a oficialização da pirâmide indonésia.

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Gunung Padang está sendo estudada há tempos: entre 2011 e 2015, o geólogo Danny Hilman Natawidjaja, da Agência de Pesquisa e Inovação Nacional da Indonésia, liderou uma equipe de geofísicos, arqueólogos e geólogos em estudos que envolveram perfuração, uso de radares e imageamento subsuperfície para catalogar o sítio arqueológico. Com isso, descobriu-se que a parte mais profunda do monumento fica a até 30 metros no subsolo.

Esse centro da estrutura teria sido feito entre 25000 e 14000 a.C., ficando abandonado por milhares de anos. Populações teriam retomado a construção entre 6000 e 5500 a.C., e, por razões que ainda não sabemos, enterraram partes do monumento ou construíram sobre partes mais antigas. Os últimos construtores chegaram entre 2000 e 1100 a.C. e adicionaram a camada mais superficial de solo e terraços de pedra característicos de um punden berundak, e essa é a parte que se vê a olho nu atualmente.

Segundo o estudo, os arquitetos das unidades 2 e 3, as mais antigas, teriam de possuir capacidades notáveis de pedraria, o que normalmente não combina com culturas tradicionais de caçadores-coletores. Como o local tem sido ocupado há muito tempo, acredita-se que o sítio teve uma importância especial aos humanos do passado, já que atraiu ocupação e obras repetidas vezes.

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Estudos mais aprofundados deverão revelar quem eram as pessoas antigas que participaram da construção e a razão da realização de tais obras. Ondas sísmicas revelaram a existência de cavidades e câmaras de até 15 metros de comprimento e 10 metros de altura, e escavações seguintes deverão explorar essas regiões da pirâmide. Caso sejam encontradas, as câmaras serão exploradas com câmeras.

Fonte: Archaeological Prospection