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Enorme complexo maia perdido é descoberto na Guatemala com escaneamento a laser

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Dezembro de 2022 às 14h24

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Hansen et al./Ancient Mesoamerica
Hansen et al./Ancient Mesoamerica

Cientistas descobriram complexos interconectados de assentamentos maias no norte da Guatemala — nunca antes vistos, eles abarcam 1.685 km², conectados por 177 km de estradas antigas, construídas no período pré-clássico da civilização, ou seja, de cerca de 1.000 a.C. a 150 d.C. No total, são 964 vilas diferentes.

Para descobrir as vilas escondidas, foi utilizada a tecnologia LiDAR, que utiliza sinais laser refletido sobre superfícies na terra para detectar formas, estruturas e caminhos. Ela permite revelar o que está por baixo de camadas de vegetação, especialmente a densa, facilitando bastante a vida dos arqueólogos. Neste caso, a Bacia Cárstica de Mirador-Calakmul (BCMC) foi o local estudado.

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O complexo maia e suas vias

Através do grosso dossel da selva guatemalteca, foram notadas ligações diretas e indiretas entre vilas e cidades maias, conectadas por uma rede vasta de passeios pavimentados. Na BCMC, foram encontrados 775 sítios maias, com mais 189 no entorno do carste— um tipo de relevo caracterizado pela presença de rochas quimicamente corroídas.

Formando os 964 sítios, estavam 417 cidades, vilas e povoados, que pareciam fazerem parte da mesma civilização. Isso foi identificado pela padronização das formas arquitetônicas, esculturas artísticas, cerâmicas e, especialmente, pelas conexões pavimentadas entre os locais. Os habitantes teriam de obedecer a um centro político, social e econômico unificado, uma solidariedade orgânica entre quem morava por ali, segundo os cientistas.

Anteriormente, a literatura arqueológica acredita que o local era muito pouco povoado, um canto abandonado das bordas do Império Maia. Com a complexidade do novo sítio, essa crença foi desafiada: para construir tudo isso, teriam sido necessários milhares de trabalhadores, já que falamos de plataformas, diques, palácios, pirâmides e passadiços construídos do período maia pré-clássico médio ao tardio.

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Além da quantidade de pessoas, sua habilidade também teria sido indispensável para as construções, que requeriam o trabalho de especialistas em calcário, argamassa e agricultura, técnicos em lítio e extração de pedras, logísticos, arquitetos, oficiais da lei e eclesiásticos — todos sob a mesma unidade política e ideológica.

Mais avanços

Entre todas as surpresas arquitetônicas, os pesquisadores ressaltam o valor dos impressionantes pavimentos, as maiores conquistas dos maias antigos, ligando as regiões sob o seu domínio. São 133,22 quilômetros de estradas que ligam todos os vilarejos encontrados, com mais 38,23 quilômetros de ligações internas entre os locais e suas construções. Isso facilitava o trânsito entre assentamentos, das visitas aos esforços coletivos de trabalho.

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Além disso, foram identificadas pirâmides e plataformas em alguns locais, indicando possíveis funções políticas, e 30 campos de jogo de bola mesoamericano espalhados pelos sítios. Como não havia rios ou lagos facilmente disponíveis por todo o ano na região, grandes trabalhos para coletar água foram necessários. No total, 195 reservatórios artificiais foram encontrados, junto a uma rede de canais para transporte de água.

Fonte: Ancient Mesoamerica