Cientistas descobrem fóssil de pássaro gigante primitivo com 3 milhões de anos
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Cientistas descobriram fósseis de uma espécie de pássaro gigante ancestral de aves que hoje habitam a Nova Zelândia, os petréis-gigantes, cuja espécie nunca havia tido parentes primitivos tão próximos encontrados antes. Vivendo há cerca de 3 milhões de anos, no período Plioceno, as extintas aves são do gênero Macronectes, que ainda sobrevive e traz alguns pássaros consigo — mais especificamente, dois, o Macronectes giganteus e o Macronectes halli.
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O petréis-gigantes modernos são as maiores aves da família Procellariidae, na qual estão inclusos petréis e cagarras, que possuem corpos grandes e pesados e bicos igualmente avantajados. Todos estão distribuídos pelo hemisfério sul, indo da Antártica até os subtrópicos, chegando a locais como Austrália, Argentina e Nova Zelândia. O M. tinae é o primeiro fóssil de Macronectes encontrado na história.
Macronectes, modernos e antigos
Atualmente, a espécie é conhecida pelo costume de seguir navios e realizar atividades de carniceiro bastante brutais, por vezes mergulhando por completo na carcaça de animais mortos, os despedaçando e acabando cobertos de sangues e outros fluidos internos. Embora possa ser um pouco repugnante para nós, o papel desses pássaros na limpeza do mar, do tamanho de pequenos albatrozes (2,10 m de envergadura) e com bicos bulbosos consideráveis, é bastante útil.
Apesar de tudo, as aves são consideradas cativantes, com uma aparência bem distinta e cheiro azedo inconfundível. Embora sejam bastante ferozes na hora de atacar carcaças, os petréis são bem tímidos e ariscos em relação aos humanos, especialmente em terra. Nos ninhos, eles escolhem parceiros para relacionamentos bem longos, cuidando de um filhote por ano.
Os dois únicos fósseis de Macronectes achados até agora estavam nos depósitos costeiros da Formação Tangahoe, em Taranaki do Sul, na Nova Zelândia. Seus restos consistem de um úmero em pedaços e um crânio quase inteiro, provavelmente de indivíduos diferentes, já que estavam separados por 2 km de distância. Comparando os ossos com os esqueletos de Macronectes atuais, então, foi possível notar algumas das características da espécie extinta.
Um gigante menor
O petrel-gigante ancestral era, na verdade, menor do que as espécies modernas, e tinham ossos nas asas com algumas características intermediárias entre os petréis atuais e seus parentes mais próximos entre as aves. O M. tinae é bem parecido morfologicamente (ou seja, em formato) com os pássaros do presente, mas as diferenças no esqueleto são grandes o suficiente para serem óbvias e levarem à classificação de uma nova espécie, já extinta.
Os cientistas, no entanto, não puderam definir a significância funcional dessas diferenças, se é que há alguma — ou seja, se os animais tinham alguma vantagem ou desvantagem por serem diferentes em algumas características. A descoberta foi importante também para o local, a Formação Tangahoe, que já providenciou fósseis incríveis de pássaros marinhos e continua ajudando a ciência a descobrir inúmeros mistérios da evolução, principalmente da Nova Zelândia.
Fonte: Taxonomy