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Paleontólogos encontram fóssil de pinguim gigante de 150 kg na Nova Zelândia

Por| Editado por Luciana Zaramela | 22 de Fevereiro de 2023 às 11h07

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Simone Giovanardi
Simone Giovanardi

Paleontólogos encontraram fósseis de duas espécies diferentes de pinguins gigantes com pelo menos 50 milhões de anos, ancestrais das atuais aves nadadoras com mais de 150 kg e um tamanho pelo menos 3 vezes maiores do que seus parentes modernos. O achado foi feito na Nova Zelândia, nas praias de North Otago, na ilha sul do país, entre 2016 e 2017.

Ambas as espécies estavam em rochas com 57 milhões de anos, e foram retiradas do interior dos minerais para uma datação mais precisa. Isso os colocou entre 59,5 e 55,5 milhões de anos atrás, ou seja, cerca de 10 milhões de anos depois da extinção dos dinossauros não-avianos, no final do período Cretáceo. A equipe internacional responsável pelo estudo o publicou na revista científica Journal of Paleontology.

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Medindo os enormes pinguins

Através de escaneamento a laser, foi possível criar modelos digitais dos ossos e compará-los a fósseis de outras espécies, como tordas (Alcidae) e pinguins modernos. Centenas de ossos de pinguins, aliás, foram medidas para que fosse possível estimar o tamanho das espécies escavadas, já que apenas algumas pequenas partes ósseas puderam ser recuperadas da rocha. Um modelo de regressão baseado no osso da nadadeira permitiu calcular o peso dos ancestrais dos proficientes nadadores gelados.

O maior dos ossos colocou o fóssil correspondente como tendo um incrível peso de 154 kg, um tamanho recordista quando o comparamos aos maiores e mais pesados pinguins vivos atualmente, os pinguins-imperadores, que variam entre 22 e 45 kg. A nova espécie foi batizada de Kumimanu fordycei, um "pinguim jogador de basquete", como brincam os pesquisadores.

A homenagem do nome é direcionada ao Dr. Ewan Fordyce, um respeitado pesquisador que trabalhou muito com pinguins. Já "kumimanu" significa "pássaro monstruoso" em maori, língua dos nativos neozelandeses. Na rocha, também estavam presentes diversos espécimes de um pinguim menor, mas ainda bem grande comparado aos atuais animais, batizado de Petradyptes stonehousei.

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Em grego, "petra" significa "pedra" e "dyptes" é "mergulhador", brincando com o fato de que o animal estava dentro de uma rocha. Já "stonehousei" busca homenagear o já falecido Dr. Bernard Stonehouse, primeiro cientista que observou o ciclo reprodutivo de um pinguim-imperador, um marco importante para a biologia dessas aves.

Por que tão grandes?

Com os fósseis, a ciência descobriu que os pinguins ficaram bem grandes no início de sua história evolucionária, milhões de anos antes de refinarem as nadadeiras e se adaptarem completamente ao nado. As duas novas espécies exibiam, por exemplo, nadadeiras mais esguias e ligamentos musculares que lembram os das aves voadoras.

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E o tamanho, lhes dava alguma vantagem evolutiva? Segundo os pesquisadores, sim. Pinguins maiores conseguem pegar presas maiores, conseguindo também conservar a temperatura corporal um pouco melhor em águas profundas. Passando dos 45 kg, é possível que o peso elevado tenha os ajudado a se espalhar para outras partes do mundo a partir da Nova Zelândia.

As características avantajadas dos nadadores avianos também levantou alguns questionamentos aos paleontólogos: como animais marinhos grandes e de sangue quente da atualidade conseguem mergulhar até grandes profundidades, teria o K. fordycei uma ecologia que os pinguins atuais não têm? Ao chegar até lugares mais fundos, eles teriam acesso a alimentos que não estão disponíveis aos seus parentes modernos. A enorme ave é, segundo os cientistas, um dos fósseis mais intrigantes já encontrados pela ciência.

Fonte: Journal of Paleontology