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Bizarro ritual de pregar cabeças na Espanha revela ser mais complexo

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MAC-Ullastret a De Prado
MAC-Ullastret a De Prado

Na Espanha pré-histórica, os povos locais faziam um ritual bizarro onde os mortos eram decapitados e tinham pregos enormes atravessados por suas cabeças. Segundo uma análise de cientistas da Universidade Autônoma de Barcelona, agora sabemos que o rito tinha duas funções diferentes: intimidar inimigos e honrar os ancestrais da comunidade.

Os crânios analisados são da Idade do Ferro (1200 a.C. - 550 a.C.) e foram estudados pela equipe do arqueólogo Rubén de la Fuente-Seoane, que publicou um comunicado sobre o assunto na última sexta-feira (21). Nele, o pesquisador comenta que buscavam entender se os crânios ritualísticos eram guardados como troféus de guerra ou eram um tipo de veneração de pessoas locais.

O propósito das cabeças pregadas

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Na pesquisa de Fuente-Seoane e colegas, que publicaram os resultados no periódico científico Journal of Archaeological Science, foi usada análise de isótopos de estrôncio para descobrir quais dos crânios das sete pessoas decapitadas encontradas em sítios arqueológicos eram locais ou tinham vindo de fora.

O elemento químico em questão se acumula em dentes e ossos durante o desenvolvimento, refletindo o que a pessoa comia — e, por tabela, onde vivia. Assim, notou-se que três das quatro cabeças achadas no sítio arqueológico de Puig Castellar, na Espanha, vinham de pessoas não-locais, enquanto apenas um dos três crânios do sítio de Ullastret era não-local.

Ambos os locais, localizados a 100 km de distância um do outro, abrigavam cidades antigas abandonadas logo após a Segunda Guerra Púnica, quando os romanos chegaram na região, em torno do terceiro século a.C. Isso indica que, em cada sítio, o ritual de decapitação e prego era aplicado de maneira diferente, mais complexa do que se pensava.

Em Puig Castellar, as cabeças estavam em cima ou próximas das antigas muralhas exteriores, sugerindo que foram pregadas na estrutura para demonstrar poder sobre um grupo externo ao que ali vivia. Em Ullastret, os crânios foram encontrados na moradia dos antigos, indicando que foram pendurados dentro ou fora das casas como forma de honrar membros importantes da comunidade.

Isso concorda com registros históricos escritos por gregos e romanos: eles relataram que os gauleses do sul da França cortavam as cabeças de inimigos e as mantinham em caixas, e que mercenários ibéricos carregavam cabeças inimigas empaladas em suas lanças. O plano, segundo os cientistas, é fazer mais análises para saber mais sobre a curiosa prática de pregar cabeças.

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Fonte: Universitat Autònoma de Barcelona, Journal of Archaeological Science

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