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Pente feito com crânio humano pode ter sido usado em rituais da Idade do Ferro

Por| Editado por Luciana Zaramela | 01 de Março de 2023 às 13h26

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Museum of London Archaeology (MOLA)
Museum of London Archaeology (MOLA)

Um pente de 2.000 anos atrás feito a partir de um crânio humano foi descoberto na Inglaterra, mas seu uso continua misterioso para os cientistas. O achado veio de Bar Hill, uma vila que teve seu sítio arqueológico escavado até 2018. Estima-se que o pente seja da Idade do Ferro (750 a.C. a 43 d.C.), tendo 5 centímetros de comprimento e quase uma dúzia de dentes. Ele estava na coleção do Museu de Arqueologia de Londres (MOLA).

Conhecido como o Pente de Bar Hill, o artefato é um entre 280.000 do MOLA que estão sendo analisados por pesquisadores, que nada podem fazer além de teorizar sua utilidade. Os dentes do item não estão gastos, e um buraco feito no centro e topo pode sugerir que ele teria sido usado como um amuleto de proteção ou adorno ao invés do praticidade óbvia de um pente.

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Pente, ornamento ou apenas arte?

Mesmo que nunca descubramos o real uso do item, ele já pode nos mostrar pelo menos um dos usos que os povos da Idade do Ferro tinham para restos humanos, que poderiam ter incluído rituais. É possível que ele tenha sido simbólico e poderoso para uma comunidade antiga, segundo os cientistas. Pode ser que sua origem tenha sido um membro importante da sociedade, preservado e comemorado através do uso de seus ossos.

Não é a primeira vez que um artefato trabalhado a partir de restos humanos foi descoberto na região, vale notar. Em outras escavações, já encontramos ferramentas feitas a partir de pernas e braços humanos, sendo usadas, por exemplo, para limpar peles de animais e trabalhar com tecidos.

No condado inglês de Cambridgeshire, mesma região onde o pente foi achado, duas peças semelhantes construídas a partir de crânios humanos também já foram encontradas, lembrando pentes, como a agora analisada. Uma delas mostra dentes esculpidos e foi escavada nos anos 1970, enquanto a outra possui algumas linhas feitas em ranhura, encontrada, por sua vez, nos anos 2000.

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Um dos cientistas do MOLA e especialista que lidera o projeto, Michael Marshall, tem uma teoria um pouco diferente. Ele acredita que os objetos não foram feitos para pentear cabelos, mas sim para representar as suturas naturais que unem as seções do crânio humano. É possível, segundo ele, que a tradição seja presente apenas nas comunidades da Idade do Ferro da região inglesa. O pente será acomodado no Arquivo Arqueológico de Cambridgeshire, que contém outras peças encontradas no local.

Fonte: LiveScience