AMD oficializa processadores Ryzen 6000 para notebooks com GPUs RDNA 2
Por Renan da Silva Dores • Editado por Wallace Moté |
Após muitos rumores, a AMD oficializou em conferência na CES 2022 a família de processadores Ryzen 6000 para notebooks. Além de serem os primeiros chips mobile da empresa a ultrapassar a barreira dos 5,0 GHz, as novidades chamam a atenção por finalmente abandonarem os gráficos integrados Vega em favor de soluções baseadas na nova microarquitetura RDNA 2.
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Ryzen 6000 para notebooks traz núcleos Zen 3+ a 5,0 GHz
Como de costume, a linha Ryzen 6000 é dividida entre a série H de alto desempenho, voltada para notebooks gamer e profissionais com consumo entre 35 W e 45 W, e a série U de baixo consumo, dedicada aos ultrabooks em versões de 15 W a 28 W.
Curiosamente, a empresa manteve a estratégia de mesclar chips já vista nos chips Ryzen 5000 — os modelos Ryzen 3 5425U, Ryzen 5 5625U e Ryzen 7 5825U são versões revisadas de componentes da geração anterior, apenas recebendo clocks mais altos. A boa notícia é que esta geração abandona totalmente modelos sem Simultaneous Multi-Threading (SMT), a tecnologia que possibilita o uso de duas threads por núcleo.
Toda a série H e os componentes mais potentes da série U são baseados na nova microarquitetura Zen 3+, versão refinada da Zen 3 agora fabricada no processo de 6 nm. A mudança permitiu à AMD elevar os clocks dos processadores a um novo patamar, chegando aos 5,0 GHz de boost no topo de linha, o Ryzen 9 6980HX.
Na prática, a gigante promete ganhos de até 30% em processamento e 40% em eficiência energética, com números ousados de autonomia, que chegaria a até 24 horas de reprodução de vídeo. Entre os responsáveis pelos ganhos, são citadas mudanças como diversos novos recursos de gerenciamento de energia e a litografia de 6 nm.
GPUs RDNA 2 até 100% mais potentes que gráficos Vega
A maior e mais aguardada novidade, no entanto, é a estreia dos gráficos integrados RDNA 2, tecnologia vinda diretamente das placas Radeon RX 6000 e dos consoles de nova geração. Serão duas configurações: a Navi 6, com 6 Unidades Computacionais (CUs) e 384 núcleos, e a Navi 12, com 12 CUs e 768 núcleos. Os clocks também impressionam e atingem 2,4 GHz, números inéditos para iGPUs.
Um ponto interessante a se destacar é que a Navi 12 apresenta configurações similares ao da recém-anunciada Radeon RX 6300M, GPU dedicada de entrada da empresa. As diferenças ficam nos clocks e nas memórias: ainda que atinja velocidades mais altas, a solução integrada será limitada a memórias DDR5, enquanto a RX 6300M terá acesso a RAM GDDR6 própria.
Ainda assim, a AMD promete saltos de 100% sobre a Vega 8 utilizada nas APUs Ryzen 5000 mobile, como indicavam os rumores, deixando para trás a Iris Xe presente no rival Intel Core i7 1165G7 e conseguindo oferecer performance competitiva o suficiente para encarar GPUs dedicadas como a Nvidia GeForce MX 450 — as vantagens dos gráficos RDNA 2 podem chegar a até 303% em games como DOOM Eternal, segundo a companhia.
Outro grande destaque da novidade é a presença de Ray Tracing acelerado por hardware, fazendo dos chips Ryzen 6000 as primeiras APUs do mercado a contar com o recurso. Para garantir a boa performance mesmo nos jogos mais pesados, a solução é compatível com o FidelityFX Super Resolution (FSR), o upscaling espacial concorrente do DLSS, que promete recuperar até 56% de desempenho em títulos como Call of Duty: Vanguard.
As novas iGPUs contam ainda com uma série de novas funcionalidades avançadas, incluindo processamento de conteúdo em HDR, sincronização de display com AMD FreeSync, conexões HDMI 2.1 e DisplayPort 2.0 para telas com alta resolução e elevadas taxas de atualização, além de compatibilidade com o novo codec AV1, que promete assumir papel de importância ao nível do tradicional H.264 no futuro.
Chips suportam RAM DDR5, USB 4, Wi-Fi 6E e mais
Os lançamentos também tiveram os recursos de conectividade e segurança turbinados, acompanhando a Intel ao empregar suporte a memórias DDR5 e LPDDR5, Wi-Fi 6E e Bluetooth 5.2, além de finalmente receber barramento PCI-E 4.0, um dos pontos em que os chips Ryzen mobile estavam defasados. A tecnologia permite agora que laptops com hardware AMD possam ter acesso a SSDs com velocidade acima dos 7 GB/s, por exemplo.
A empresa torna ainda os processadores mais atraentes a profissionais e entusiastas com a adição de conexões USB 4, com taxas de transferência de até 40 Gbps, mesma velocidade entregue pelas portas Thunderbolt 4. Completa o conjunto o chip integrado Microsoft Pluton, munido de inúmeros recursos de segurança por hardware, fazendo dos Ryzen 6000 os primeiros processadores a adotarem a novidade em PCs.