Preview Citroën C3 Aircross | SUV surpreende com sua alma de minivan

A Stellantis finalmente lançou no Brasil o novo Citroën C3 Aircross, SUV compacto derivado diretamente da versão hatch do C3. Como é de praxe na montadora francesa desde as antigas gerações de modelos como o próprio C3 e o C4, por exemplo, aqui há uma mudança conceitual bem interessante e que deve fazer com que esse player seja uma opção quase que única no mercado.

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O "quase" é explicado pelo seguinte: por mais que tenha porte de SUV, é muito mais fácil chamar o C3 Aircross de uma minivan. Seu entre-eixos alongado, o porta-malas enorme, o balanço de carroceria e o formato do seu design nos remetem muito mais a uma minivan do que a um utilitário.

O Citroën C3 Aircross chega, no momento, com versões de cinco lugares, com as variantes de sete assentos ficando somente para o ano que vem. O Canaltech foi até o evento de lançamento do SUV e vai te contar como foi a breve experiência a bordo do modelo.

Citroën C3 Aircross: Primeiras impressões

Como a versão de sete lugares chega ao mercado somente no ano que vem, procuramos passar mais tempo com o Citroën C3 Aircross com cinco assentos, de modo a ser mais justo com vocês na hora de buscar esse modelo nas concessionárias.

Logo de cara, o contato com o C3 Aircross trouxe dúvidas à cabeça. O design realmente ficou bem atraente, harmonioso e, de certo modo, imponente, mas é difícil se acostumar com a ideia de que estamos lidando com um SUV compacto.

A Stellantis sempre reforça isso [que o carro é um SUV], mas a ideia é que esse modelo, além de competir contra modelos como Chevrolet Tracker e Hyundai Creta, seja o principal rival da Chevrolet Spin, que vai passar por grande reestilização e se aproximar desse "conceito SUV".

E as armas para isso estão bem claras. Espaço interno excelente, usabilidade fora do comum para a categoria com um porta-malas de 497 litros, e uma facilidade enorme de se entrar no habitáculo, com pouquíssimo esforço para que pessoas altas como eu possam conviver por ali. Mas, não é só isso.

A cereja do bolo no caso do Citroën C3 Aircross foi abandonar o antigo motor 1.6 herdado da PSA e adotar o novo 1.0 turbo de 130cv e 20,4 kgf/m de torque, o mesmo que vimos no Peugeot 208 e no Fiat Fastback. No trajeto de pouco mais de 70km com o SUV, notamos que força não será problema para ele.

Percorrendo um caminho majoritariamente de estrada, o Citroën C3 Aircross teve vigor de sobra para encarar a viagem, realizar ultrapassagens e ter uma tocada agradável e segura. A suspensão recebeu uma calibração interessante e as curvas mais forçadas foram feitas sem muita torção na carroceria, embora o balanço traseiro fosse bem presente.

Percepção de qualidade muda pouco

Uma das nossas críticas ao Citroën C3 hatch foi a percepção de qualidade. Embora seja um carro muito competente para o uso urbano, o acabamento é ponto crítico no modelo e isso seguiu no C3 Aircross. Mesmo com a inclusão de bancos em couro e um novo cluster digital de sete polegadas, a impressão é de que ainda estamos falando de um projeto que, em tese, é de baixo custo.

Citroën C3 Aircross: O que esperar do SUV?

O convívio com o Citroën C3 Aircross foi breve, mas trouxe muitas respostas — e algumas dúvidas. Como será o posicionamento de mercado quando a versão de sete lugares chegar? Em alguns minutos com esse modelo, deu para perceber que há méritos inegáveis e o mercado pode gostar de uma opção espaçosa e ágil para o uso urbano, mas os preços podem incomodar um pouco, mesmo ele sendo o SUV turbo mais barato do país.

De modo bem resumido, o C3 Aircross é, espiritualmente, o grande rival da Chevrolet Spin, mas deve incomodar outros players no mercado de SUVs. As armas estão na mesa.