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Montadoras chinesas ganham terreno em disputa com a Anfavea

Por| Editado por Jones Oliveira | 29 de Setembro de 2023 às 08h30

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Weibo/BYD
Weibo/BYD

A queda de braço entre as principais montadoras de carros com fábrica no Brasil e as chinesas, que por enquanto estão no mercado apenas com modelos importados, teve um novo round em Brasília, que parece ter sido escolhida como palco final do “combate”.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, GWM e BYD, principais expoentes da “invasão chinesa” que vem ocorrendo no segmento de carros elétricos no país desde 2022, estão aproveitando desentendimentos internos entre as fabricantes filiadas à Anfavea, entidade da qual não fazem parte, para se aproximar do governo.

A ideia compartilhada pelas chinesas é derrubar, o mais rápido possível, a possível volta da cobrança de impostos com alíquota de até 35% em cima de carros elétricos importados, como desejam Renault e outras marcas que já possuem fábrica no país.

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A GWM, que recentemente ironizou a manobra política encabeçada pelas rivais nacionais, reforçou, em nota assinada pelo diretor de Assuntos Institucionais, Ricardo Bastos, qual sua posição em relação ao assunto.

Segundo o executivo, a empresa “apoia a estratégia do governo de não se limitar apenas a discutir a alteração ou não da alíquota de importação para veículos elétricos” e “acredita que o governo vai apresentar um programa robusto, capaz de promover uma verdadeira reindustrialização do setor automotivo brasileiro”.

A iniciativa da GWM foi endossada pelos executivos da BYD, que conta em seu quadro com Alexandre Baldy, ministro das Cidades durante o governo Michel Temer. A montadora, assim como a GWM, quer anunciar o mais rápido possível, de forma oficial, o cronograma para iniciar a nacionalização de seus carros elétricos na Bahia.

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Anfavea tem “briga doméstica”

A reportagem da Folha informou que a GWM e a BYD tentam a aproximação com o governo brasileiro justamente em um momento no qual as próprias montadoras nacionais não estão em sintonia total.

Apesar de todas concordarem com o fim da isenção para importação de carros elétricos, há um outro ponto que tem causado discórdia, e tem como alvo conjunto a Stellantis, dona das marcas Jeep, Fiat, Citroën, Peugeot, RAM e Abarth, entre outras.

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Volkswagen, General Motors e Toyota têm feito visitas frequentes aos Ministérios do Desenvolvimento e da Fazenda com um objetivo comum: reclamar dos benefícios fiscais que o Grupo Stellantis goza por produzir boa parte de seus carros na região Nordeste — na cidade de Goiana, em Pernambuco.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, que se posicionou favorável à volta da taxação às chinesas, avisou que, no caso da discussão entre as montadoras nacionais, não tomará partido, pois “o importante é produzir no Brasil, mas onde se vai produzir não é competência da Anfavea”.

Fonte: Folha de S.Paulo