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Anfavea e montadoras cravam: Futuro do Brasil não é elétrico, é eclético

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Anfavea
Divulgação/Anfavea

Mais do que impulsionar apenas a eletrificação, o evento promovido pela Anfavea na quarta-feira (14), em Brasília, exaltou a possibilidade infinita que o Brasil tem de expandir o universo das tecnologias de abastecimento com combustíveis livres de emissão de poluentes.

Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, ressaltou que a descarbonização da frota de veículos no Brasil tem na eletrificação um grande expoente, mas a missão pode ser alcançada também tanto por meio de carros híbridos-flex quanto por hidrogênio e gases específicos, como o biometano:

“O futuro chegou. Nós precisamos acelerar nossos processos para não ficarmos para trás Temos diversidade tecnológica que nos colocará em outro patamar. Não tem tecnologia vencedora, “A” ou “B”. O futuro do Brasil não é elétrico, e sim eclético. O que queremos é o desenvolvimento do nosso país, e esse compromisso será nossa busca incansável”.
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Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do governo Lula, endossou as palavras do presidente da Anfavea, assegurou apoio irrestrito ao tema e afirmou que o evento em Brasília marca uma “mudança de época”.

Segundo o ministro, o plano do governo é aumentar a escala para tornar os carros eletrificados uma realidade mais acessível para uma parcela maior da população brasileira, mas isso será feito sem esquecer dos biocombustíveis.

“Queremos olhar para o futuro com destaque para o híbrido-flex, que é nossa realidade mais próxima. É uma tecnologia altamente eficiente”, resumiu.

CEOs das montadoras mostram sintonia

Os CEOs de algumas das principais fabricantes de veículos do Brasil mostraram coesão no discurso em relação aos processos que precisarão ser adotados para descarbonizar a frota de carros e demais veículos no Brasil.

Um bom exemplo foi dado por Santiago Chamorro, que vai apostar 100% na eletrificação pura da frota da General Motors. Mesmo assim, o executivo defendeu a importância de tecnologias múltiplas. E avisou que o carro elétrico não fará com que o papel do etanol e dos biocombustíveis seja menos importante na transição energética.

“A GM sonha com um mundo zero emissão, zero acidentes e zero congestionamentos. Temos vocação para jogar um papel de destaque nessa transformação, e é um mito que o veículo elétrico vá destruir um ativo tão importante quanto o etanol”, avisou.

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Ricardo Gondo, CEO da Renault, lembrou que a história da marca com carros elétricos teve início há mais de uma década na Europa, e pontuou que, para a montadora francesa, esse é o futuro. O executivo pontuou, porém, que o Brasil está indo nessa direção, mas que a transição híbrida é a ideal para o país.

Até mesmo quem comanda uma marca que vive momentos de “amor e ódio” com a eletrificação engrossou o coro. Rafael Chang, CEO da Toyota do Brasil, afirmou que a descarbonização é um caminho sem volta, e não uma “futurologia”. E deu seu recado:

“Nós, como Toyota, acreditamos na diversidade tecnológica, dependendo do país e da infraestrutura local. Hoje é uma realidade, mas daqui a 5, 10 anos, será outra. O Brasil é um país privilegiado, e nós temos que aproveitar isso. Cada rota tecnológica tem seu custo e, dentro desta diversidade, o consumidor vai escolher qual a melhor para sua condição”.
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Christian Podgorski, CEO da Scania para a América Latina, pediu a palavra para expor o que o segmento dos veículos pesados pensa a respeito da eletrificação. E avisou: “Não existe uma só bala de prata, uma solução única, ainda mais para um país do tamanho do Brasil”.