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Anfavea e montadoras cravam: Futuro do Brasil não é elétrico, é eclético

Por| Editado por Jones Oliveira | 16 de Junho de 2023 às 14h35

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Divulgação/Anfavea
Divulgação/Anfavea

Mais do que impulsionar apenas a eletrificação, o evento promovido pela Anfavea na quarta-feira (14), em Brasília, exaltou a possibilidade infinita que o Brasil tem de expandir o universo das tecnologias de abastecimento com combustíveis livres de emissão de poluentes.

Márcio de Lima Leite, presidente da entidade, ressaltou que a descarbonização da frota de veículos no Brasil tem na eletrificação um grande expoente, mas a missão pode ser alcançada também tanto por meio de carros híbridos-flex quanto por hidrogênio e gases específicos, como o biometano:

“O futuro chegou. Nós precisamos acelerar nossos processos para não ficarmos para trás Temos diversidade tecnológica que nos colocará em outro patamar. Não tem tecnologia vencedora, “A” ou “B”. O futuro do Brasil não é elétrico, e sim eclético. O que queremos é o desenvolvimento do nosso país, e esse compromisso será nossa busca incansável”.
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Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do governo Lula, endossou as palavras do presidente da Anfavea, assegurou apoio irrestrito ao tema e afirmou que o evento em Brasília marca uma “mudança de época”.

Segundo o ministro, o plano do governo é aumentar a escala para tornar os carros eletrificados uma realidade mais acessível para uma parcela maior da população brasileira, mas isso será feito sem esquecer dos biocombustíveis.

“Queremos olhar para o futuro com destaque para o híbrido-flex, que é nossa realidade mais próxima. É uma tecnologia altamente eficiente”, resumiu.

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CEOs das montadoras mostram sintonia

Os CEOs de algumas das principais fabricantes de veículos do Brasil mostraram coesão no discurso em relação aos processos que precisarão ser adotados para descarbonizar a frota de carros e demais veículos no Brasil.

Um bom exemplo foi dado por Santiago Chamorro, que vai apostar 100% na eletrificação pura da frota da General Motors. Mesmo assim, o executivo defendeu a importância de tecnologias múltiplas. E avisou que o carro elétrico não fará com que o papel do etanol e dos biocombustíveis seja menos importante na transição energética.

“A GM sonha com um mundo zero emissão, zero acidentes e zero congestionamentos. Temos vocação para jogar um papel de destaque nessa transformação, e é um mito que o veículo elétrico vá destruir um ativo tão importante quanto o etanol”, avisou.

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Ricardo Gondo, CEO da Renault, lembrou que a história da marca com carros elétricos teve início há mais de uma década na Europa, e pontuou que, para a montadora francesa, esse é o futuro. O executivo pontuou, porém, que o Brasil está indo nessa direção, mas que a transição híbrida é a ideal para o país.

Até mesmo quem comanda uma marca que vive momentos de “amor e ódio” com a eletrificação engrossou o coro. Rafael Chang, CEO da Toyota do Brasil, afirmou que a descarbonização é um caminho sem volta, e não uma “futurologia”. E deu seu recado:

“Nós, como Toyota, acreditamos na diversidade tecnológica, dependendo do país e da infraestrutura local. Hoje é uma realidade, mas daqui a 5, 10 anos, será outra. O Brasil é um país privilegiado, e nós temos que aproveitar isso. Cada rota tecnológica tem seu custo e, dentro desta diversidade, o consumidor vai escolher qual a melhor para sua condição”.
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Christian Podgorski, CEO da Scania para a América Latina, pediu a palavra para expor o que o segmento dos veículos pesados pensa a respeito da eletrificação. E avisou: “Não existe uma só bala de prata, uma solução única, ainda mais para um país do tamanho do Brasil”.