Publicidade

Está na hora de comprar um carro elétrico?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

Compartilhe:
Crazyphotography/Envato/CC
Crazyphotography/Envato/CC

Uma das principais reclamações de quem quer comprar um carro elétrico, mas ainda não o fez, é o preço. Essa barreira, porém, começou a ser quebrada com a chegada do BYD Dolphin ao mercado brasileiro.

O compacto da marca chinesa foi anunciado por R$ 149,8 mil e provocou um verdadeiro “efeito dominó” em outras montadoras que também possuem carros elétricos de entrada em seus portfólios.

Afinal, não foi apenas o preço atraente que o Dolphin mostrou ao mercado. O pacote de tecnologia embarcado no compacto também é digno de modelos de segmentos superiores e, portanto, mais caros.

Canaltech
O Canaltech está no WhatsApp!Entre no canal e acompanhe notícias e dicas de tecnologia
Continua após a publicidade

A “ameaça do Golfinho” fez com que a JAC Motors reduzisse em R$ 6 mil o preço do E-JS1, subcompacto da marca, e impactou ainda mais a Caoa Chery, que tirou R$ 20 mil do valor do iCar para o consumidor final.

Diante desse cenário, a pergunta que não quer calar é bem simples: está na hora de comprar um carro elétrico? É exatamente isso que o Canaltech vai procurar explicar nas próximas linhas.

Queda de preços é tendência?

A reportagem do Canaltech conversou com um especialista do setor para saber se a queda de preços nos carros elétricos é uma tendência ou um efeito passageiro causado pela chegada do BYD Dolphin ao Brasil.

Para Cassio Pagliarini, Chief Strategy Officer da Bright Consulting, o “efeito Dolphin” precisa ser analisado por diferentes ângulos, mas, sem dúvida, é um ponto a ser considerado para quem ainda se pergunta se está na hora de comprar um carro elétrico.

“Quando se compara veículos equivalentes elétricos e a combustão, a distância ainda é grande para veículos BEV, puramente a bateria. Começam a aparecer veículos menos caros, como o BYD Dolphin, embora eu acredite que esse preço seja promocional para o lote inicial. Pelos preços vistos nos sites chineses, existem mais veículos acessíveis por lá que podem ser vendidos no Brasil se homologados na nossa região”.
Continua após a publicidade

China tem “anos de vantagem” em carros elétricos

A afirmação de Pagliarini ganhou força com a confirmação da GWM de que um novo modelo com preço acessível, o Ora GT, será apresentado oficialmente por aqui no próximo dia 20 de julho. Ele chegará para brigar por um lugar no segmento de entrada dos elétricos.

A “revolução chinesa”, aliás, não é por acaso. Segundo o executivo da Bright Consulting, é normal que marcas como BYD, GWM, JAC Motors, Caoa Chery (sino-brasileira) e outras apresentem produtos de qualidade em maior quantidade que as montadoras de outros países.

Continua após a publicidade
“A China se notabilizou pelo desenvolvimento e produção de veículos eletrificados e produção de baterias. Usou isso para conseguir uma vantagem tecnológica sobre outros fabricantes e países. Alguns analistas dizem que a China tem 10 anos de vantagem no desenvolvimento de baterias versus outros países”.

Elétricos ou híbridos: qual o melhor custo-benefício?

Cassio Pagliarini analisou as estratégias adotadas pelas empresas chinesas para iniciar os trabalhos no Brasil e previu que o cenário tende a ficar mais diversificado com o aumento dos investimentos das marcas asiáticas na produção em solo verde-amarelo.

Continua após a publicidade
“Para estabelecer valor de marca e montar suas redes de vendas e assistência técnica por aqui, começaram por veículos em segmentos bem aceitos pelos brasileiros. Essas marcas anunciaram planos de investir na produção de veículos e baterias no Brasil em função do potencial de crescimento. Na comparação com a China, perde-se em custo puro, mas ganha-se com menores custos de frete, pois os componentes desmontados podem ser despachados de forma mais eficiente”.

O executivo também mostrou confiança em ver uma busca crescente por uma alternativa que não seja eletrificada pura, ou seja, os carros híbridos ou híbridos plug-in: “Essas marcas dispõem de flexibilidade para desenvolver rotas tecnológicas específicas para o nosso mercado, como os híbridos e plug-in flex”.

A visão de Pagliarini é compartilhada por executivos de marcas como a própria GWM e até mesmo a Toyota, que já foi resistente à eletrificação de sua frota. Em evento promovido recentemente pela Anfavea, a palavra mais ouvida em relação ao futuro dos carros no Brasil não foi “elétrico”, e sim “eclético”.

Continua após a publicidade

“Nós, como Toyota, acreditamos na diversidade tecnológica, dependendo do país e da infraestrutura local. Hoje é uma realidade, mas daqui a 5, 10 anos, será outra”, pontuou Rafael Chang, CEO da Toyota do Brasil.

“Temos diversidade tecnológica que nos colocará em outro patamar. Não tem tecnologia vencedora, 'A' ou 'B'. O futuro do Brasil não é elétrico, e sim eclético”, completou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.