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Saiba por que vai ficar mais difícil comprar carro elétrico no Brasil

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/GWM
Divulgação/GWM

A chegada dos carros elétricos importados da China ao Brasil causou um efeito dominó nos preços, especialmente no segmento de entrada, e alavancou as vendas do setor, mas a situação deve sofrer uma reviravolta em breve. E para pior.

Em entrevista à agência Reuters, o secretário de Desenvolvimento Industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira, confirmou que o Governo pretende acabar com a atual isenção do imposto para importação de veículos elétricos, além de mexer na taxação dos híbridos, que hoje tem teto de 4%.

A medida será adotada de forma gradual e implementada ao logo dos próximos três anos, até chegar à alíquota de 35%, hoje praticada para carros movidos a combustão. O reflexo da mudança será sentido nos preços dos carros elétricos importados, que deixarão de ser tão atrativos para o consumidor.

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O BYD Dolphin, por exemplo, que chegou ao Brasil movimentando o mercado, passaria dos atuais R$ 149.800 para cerca de R$ 202 mil com a nova alíquota. Um aumento de quase R$ 52,5 mil, que tornaria ainda mais inacessível a compra de um carro elétrico de entrada para boa parte da população.

“Incentivo à produção local”

A possibilidade de tornar o cenário para a compra de carros elétricos ainda mais inacessível para a população de renda mais baixa não pareceu incomodar o secretário. Segundo Uallace Moreira, os veículos com esse perfil “já têm valores elevados” e, portanto, “beneficiam as famílias de alta renda”.

Por conta disso, na visão do secretário do ministério, a equiparação das alíquotas com as praticadas para os carros a combustão se torna necessária para prestigiar a produção local de veículos.

“O que a gente pode fazer para estimular a produção local? É dificultar um pouco ou encarecer a importação. Todas as montadoras já estão fazendo investimento, então temos que defender a produção local. Estamos fazendo o que o mundo está fazendo”, argumentou.

A volta do imposto de importação ainda precisa da aprovação do ministro da pasta, Geraldo Alckmin, mas conta com o apoio maciço das montadoras nacionais e do presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite. Do lado oposto estão os executivos das fabricantes chinesas que vêm ganhando terreno no país, como a BYD e a GWM.

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Fonte: Reuters