Review Honda HR-V Touring | SUV se destaca pelo desempenho e equilíbrio
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |
A Honda já anunciou que o novo HR-V chegará em 2022 e será um SUV maior, pronto para competir com Toyota Corolla Cross, Volkswagen Taos e o líder deste segmento, o Jeep Compass. Entretanto, mesmo com os dias contados, a atual geração do ainda SUV compacto da Honda segue sendo um produto que merece a nossa atenção, ainda mais se considerarmos todos os seus diferenciais na versão topo de gama, a Touring.
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A acertada decisão da Honda em colocar o conjunto mecânico do Civic deixou o HR-V extremamente ágil e potencializou um carro já muito competente e completo. Não que o modelo 1.8 não seja bom, longe disso, mas é gratificante termos no saturado mercado de SUVs compactos um carro tão gostoso de guiar e sem passar aquela sensação de jipe que quase todos transmitem, sobretudo se considerarmos seu desempenho apimentado.
Apesar de todos os louros, o HR-V carece de mais aparatos tecnológicos e de segurança ativa, o que escancara a defasagem do projeto, sobretudo se o compararmos com rivais bem mais baratos, como o Chevrolet Tracker, Nissan Kicks e o Volkswagen T-Cross.
O Canaltech passou um tempo com o Honda HR-V em suas versões topo de gama em ambos motores, o 1.5 turbo e o 1.8 flex, e vai te contar a experiência de uso e todos os detalhes de um dos melhores produtos do mercado automotivo nacional.
Prós e contras
Prós
- Conjunto mecânico confiável, ágil e econômico;
- Acabamento acima da média da categoria;
- Ótima sensação ao volante;
- Bom espaço para um SUV compacto.
Contras
- Preço elevado e que ultrapassa até modelos de categoria superior;
- Faltam itens de tecnologia e segurança ativa;
- Péssima câmera de ré.
Conectividade e Segurança
O Honda HR-V foi lançado em 2015 como modelo 2016 para competir diretamente com o também novíssimo Jeep Renegade. Esses automóveis são, talvez, os grandes responsáveis pela popularização desenfreada dos SUVs e sempre foram objetos de desejo de consumidores e consumidoras ávidos por espaço interno e uma sensação mais "segura" de direção.
Desde seu lançamento, a Honda fez algumas atualizações estéticas no HR-V, lançou a versão turbinada com mesmo motor do Civic, mas não deu um talento quando pensamos na tecnologia, sobretudo nos aspectos de conectividade e segurança — mesmo ele sendo um carro seguro, faltam algumas coisas. Isso, infelizmente, escancara a idade do projeto que, como já citamos, será completamente alterado no ano que vem aqui no Brasil.
O modelo avaliado pelo Canaltech estava equipado com todos os itens de série e opcionais disponíveis na linha HR-V, mas sentimos falta de recursos de segurança como alertas de frenagem, sensores de tráfego traseiro, sensores de ponto cego, entre outros. Por outro lado, o SUV tem seis airbags, controles de estabilidade e tração e vetorização de torque, que controla melhor a frenagem nas curvas.
Assim com o acontece no Civic Touring, o HR-V é equipado com uma câmera no retrovisor direito que mostra a imagem lateral do veículo. Segundo a Honda, é para ajudar nas mudanças de faixa e funciona como um alerta de ponto cego, mas, na prática, assim como falamos na análise do sedã, mais atrapalha do que ajuda.
Já no campo da conectividade, o HR-V está equipado com uma central multimídia até que competente, que possui bom sistema de som e GPS nativo. Há, também, o espelhamento com Android Auto e Apple Car Play com fio, mas a interface padrão do sistema é muito lenta e antiquada, bem como a resolução da tela, que é baixa. Isso sem falar no tamanho do display, bem pequeno e que não está harmônico com o belo painel. Para um carro que tem preço superior aos R$ 140 mil, é um absurdo não ter um sistema, no mínimo, equivalente ao do Civic.
Para finalizar, a câmera de ré presente no HR-V é bem ruim, com imagem escura e embaçada. Apesar disso, há sensores de estacionamento traseiros e dianteiros.
Os itens de segurança são completados pelo sistema iso-fix e o assistente de partida em rampa.
Conforto e experiência de uso
O HR-V Touring brilha mesmo é no desempenho. Assim como o Civic, ele é equipado com um motor 1.5 turbo de 173cv e 22,4 kgf/m de torque, movido à gasolina e sempre acoplado a um câmbio do tipo CVT. Com esse powertrain, o SUV vai de 0 a 100km/h em apenas 8,9 segundos, 0,3s a mais do que o sedã. O uso na cidade é ágil e extremamente agradável, mesmo em momentos em que não precisamos pisar tão fundo. Isso acontece, claro, pelo torque, que aparece logo a 1.700 giros. Já a variante 1.8 oferece 139cv e 17,4 kgf/m, que também possui câmbio CVT, é mais focado no conforto e não tanto no desempenho. Em momentos de maior aceleração, os roncos foram altos e a saída foi mais lenta, bem mais anestesiada.
Em ambos os motores, o consumo dos nossos testes foi ótimo:
- 1.5 Turbo (gasolina): 11,4km/l na cidade e 12,6 km/l na estrada
- 1.8 (etanol): 8 km/l na cidade e 10 km/l na estrada
- Não testamos o motor 1.8 com gasolina, mas ele possui números oficiais de 11 km/l na cidade e 12,3 km/l na estrada.
De modo geral, o HR-V tem uma posição de guiar que mais se assemelha a um hatch do que propriamente a um SUV. Isso acontece porque seu vão livre do solo e suspensão são mais baixos, o que passa essa sensação de mais "chão". No entanto, há uma ótima visibilidade e aquela segurança sempre buscada por quem quer um crossover. A direção é sempre elétrica e se comporta de maneira precisa e segura.
Quando pensamos no conforto a bordo, mais elogios. O ótimo espaço entre-eixos de 2,61m garante que pessoas com mais de 1,80m viajem sem maiores problemas. Na versão Touring, aliás, há um enorme teto panorâmico que dá uma sensação de espaço ainda maior. Faltam, porém, saídas de ar-condicionado na traseira, o que seria muito bem-vindo para um carro dessa categoria.
Falar de um Honda é pensar em conforto e, sobretudo, confiabilidade. E isso faz com que esse carro venda muito bem desde seu lançamento. Quando entramos no automóvel, tudo isso salta aos olhos e, quando iniciamos a condução, temos todas as confirmações que precisamos.
Os itens de conforto presentes no Honda HR-V Touring são o ar-condicionado de uma zona e digital, volante com ajustes de altura e profundidade, controles do multimídia no volante, chave presencial, partida por botão, função auto-hold, sensor crepuscular, sensor de chuva e piloto automático.
Design e acabamento
O Honda HR-V ficou melhor depois de um facelift de meia vida, mas ainda é controverso. Como citamos, ele não tem um jeitão de SUV, e sim de um hatch. Há quem goste, claro. No entanto, ele tem um ar elegante auxiliado pelo conjunto óptico, feito totalmente em LED. As rodas são de aro 17.
Já no acabamento, o HR-V não decepciona. Os materiais são muito bem encaixados, com um painel feito majoritariamente de apliques suaves ao toque. O console central também é bem feito e há um espaço bem interessante logo abaixo da central multimídia, assim como acontece no Civic. Na versão Touring, o interior possui cor caramelo como opcional.
Veredicto
O Honda HR-V Touring é um dos melhores SUVs compactos do mercado, mesmo com seu projeto defasado. Isso acontece porque seu motor faz toda a diferença na cidade e na estrada, com desempenho ágil e com economia. Já a variante 1.8 é mais voltada ao conforto, com aceleração mais anestesiada. Em 2022, o SUV será promovido à categoria média e ganhará muitos itens tecnológicos, como o pacote de segurança semiautônoma Honda Sensing.
O Honda HR-V Touring pode ser encontrado em todo o Brasil por a partir de R$ 162.900, já o modelo EXL parte de R$ 136.700.
No Canaltech, o Honda HR-V foi avaliado graças a uma unidade gentilmente cedida pela Honda do Brasil.