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Ford Ranger 2020 mostra que picapes também podem ser tecnológicas e divertidas

Por| 25 de Junho de 2019 às 09h00

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Divulgação/ Ford
Divulgação/ Ford
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As picapes não são necessariamente o tipo de veículo que podem ser considerado o “sonho de consumo” dos brasileiros. Embora tenham boas vendas distribuídas em vários segmentos de tamanho e motorização, esses carros são vistos mais como um produto para o trabalho, com jornadas em terrenos de difícil acesso e carregamento de mercadorias. No entanto, a indústria vai se moldando conforme as necessidades dos usuários. Foi-se o tempo em que picape era sinônimo de veículo obsoleto, e podemos verificar isso com os produtos disponíveis em diversas montadoras.

Foi com esse pensamento que a Ford resolveu dar um banho de tecnologia na sua picape mais icônica, a Ford Ranger. A versão 2020, anunciada nesta terça-feira (25) para o mercado brasileiro e sul-americano, traz itens de segurança e conectividade vistos apenas em carros de segmentos de luxo. O conforto ao rodar também foi aperfeiçoado, com mudanças na suspensão e na transmissão automática.

E tudo isso com uma grande vantagem: a montadora manteve o preço da linha 2019.

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O Canaltech foi convidado pela Ford para passar um dia com a picape no autódromo Velo Città, em Mogi Guaçú, e testá-la na estrada, circuito on road e, claro, no off road, que é onde este veículo, de fato, brilha. Com a Ranger 2020, a Ford espera ao menos, diminuir a diferença nas vendas para a Toyota Hilux, a mais vendida entre as picapes médias. Será que ela vai conseguir? Vamos contar os trunfos – e também defeitos – que podem fazer com que esse objetivo seja alcançado.

À prova de barbeiragem, tanto na terra, como no asfalto

A Ford Ranger 2020 é um excelente carro. Ponto. Mas é necessário que expliquemos o que a torna diferente e atraente mesmo para quem não tem uma rotina off-road e que quer utilizá-la como um veículo para o cotidiano. Há duas motorizações para a Ranger 2020: a 2.2, de 160cv com 36,5kgfm de torque a 2.500rpm; e a 3.2, de 200cv e 47kgfm de torque a 3000rpm, ambas a diesel. E, sim, isso faz diferença em todo o resto. Em ambos os motores, no entanto, os opcionais são idênticos. Portanto, foquemos no que a versão topo de linha, chamada de “Limited”, nos apresentou durante os testes.

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A Ford trouxe para a versão 2020 um sistema chamado de Advance Trac. Ele engloba uma série de itens de segurança altamente tecnológicos que são vistos somente em modelos superiores da marca e em outros carros de segmentos de alto padrão. Esse kit contém, além do controle de estabilidade e piloto automático adaptativo:

  • Sistema de permanência em faixa: caso o carro perceba um comportamento estranho do condutor, ele automaticamente o ajusta para que a Ranger fique na faixa. Durante nossos testes, o recurso funcionou de maneira impecável, mesmo a mais de 100km/h. Ele, no entanto, pode ser desativado.
  • Reconhecimento de sinais de trânsito: duas câmeras acopladas na região superior frontal do para-brisa identificam os sinais de trânsito na estrada e o replicam no painel de controle, avisando o motorista sobre os limites de velocidade, mudanças de direção, alertas para parar, entre outros. No trajeto de rodovia que fizemos, tudo foi mostrado com precisão, com leituras precisas e imediatas.
  • Assistente de frenagem autônoma: este recurso ativa todos os freios da picape eletronicamente caso o sistema identifique qualquer automóvel ou pedestre no caminho, parando o veículo totalmente caso esteja com velocidade de até 60km/h. Caso o motorista esteja mais rápido, o sistema também atuará, mas com menos eficácia. Ele pode ser desativado caso o software detecte que o condutor está sob total comando da direção e da frenagem. Durantes os testes, tivemos a oportunidade de vê-lo em ação e foi, digamos, interessante. O ideal é não precisar, claro, mas que ele funciona, funciona.
  • Monitoramento individual dos pneus: a pressão dos pneus é de suma importância para que o funcionamento da Ranger, principalmente em estradas de terra, ocorra da maneira mais eficaz e segura possível. O sistema alerta ao motorista se os pneus não estiverem com a calibração adequada com um sinal no painel de controle.
  • Sistema anticapotamento: mesmo sendo quase impossível capotar um carro 4x4, a Ranger possui um sistema especial que impede que o veículo faça este movimento. Ele atua sobre a suspensão e os freios.
  • Controle adaptativo de carga e reboque: picapes são excelentes para carga e reboque, mas dirigir um carro nessa situação não é a mesma coisa. Por isso a Ford incluiu este controle na Ranger, que a torna mais estável mesmo em situações de peso elevadas.

Vale lembrar que os itens descritos acima funcionam tanto no asfalto quanto na terra.

“Nós costumamos dizer que a Ranger está, ao menos, uns cinco anos à frente da concorrência em termos tecnnológicos. Com o modelo 2020, vamos aumentar ainda mais essa distância e pretendemos, com esse produto, expandir nossa participação no mercado”, comentou Maurício Greco, diretor de marketing da Ford para a América Latina.

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Para o off-road, por mais que não sejam novidades, vale a pena destacar o funcionamento de alguns itens primordiais para quem busca uma picape desse porte. No trajeto que percorremos no autódromo Velo Città, com diversos obstáculos e situações extremas, pudemos sentir o funcionamento do controle de descida, o tracionamento 4x4 e o travamento de equilíbrio para relevos pontudos. Vale lembrar que a Ranger é a única picape média do mercado capaz de suportar até 80cm de imersão na água.

Guiar um veículo pesado na terra é algo complicado, e esses recursos tornam a tarefa muito mais fácil e segura. Mesmo em circuitos terrosos não tão extremos, a tração 4x4 estabiliza a picape de modo que a direção fique bem mais estável

Complementam o pacote de itens de segurança da Ranger 2020 o farol alto automático, diferencial traseiro blocante eletrônico e sete airbags.

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Picape conectada e confortável

Por dentro, a Ford Ranger 2020 teve poucas alterações visuais, mas ganhou mais itens de conforto, direção elétrica progressiva e tecnologia para os motoristas e passageiros. Afinal, o veículo não é apenas para ser usado em situações extremas e a Ford parece ter se preocupado um pouco mais com os usuários que veem na picape seu carro para o cotidiano.

A começar, claro, pela central multimídia Sync 3 com tela de 9 polegadas. Diferentemente do modelo que veio no Ford Ka 2019 e que testamos aqui no Canaltech, a nova versão da Ford Ranger possui GPS nativo. Uma antena na parte traseira da picape capta todo o sinal e o transmite simultaneamente, com muito pouca latência. Até mesmo locais mais afastados são detectados pelo sistema.

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O espelhamento com Android Auto e Apple Car Play continua impecável, bem como todos os outros recursos da central, como os comandos de voz e a assistência de emergência que chama o SAMU em caso de acidente. A tela em si, em um primeiro momento, pareceu com uma sensibilidade maior em comparação com a do Ford Ka, bem como a qualidade da imagem e da interface.

O espaço interno é bem interessante, embora menor do que em outras concorrentes, mas nada que seja desconfortável. Na cabine, temos um acabamento que também está dentro dos padrões da categoria, com a adição de um ar condicionado digital de duas zonas. Já no campo do design, a picape teve leves mudanças em comparação com o modelo anterior. É bom destacar, no entanto, que a identidade visual da Ranger 2020 é global, com alterações sutis de acordo com a legislação de cada país.

Desempenho digno de um peso-pesado

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Picapes são pesadas e isso é fato, mas a Ford conseguiu deixar a Ranger 2020 um pouco mais confortável e divertida. Nos testes que fizemos no autódromo Velo Città, pudemos levar o veículo ao limite de aceleração, frenagem e condução. Porém, de maneira surpreendente, o modelo 3.2 não se mostrou tão agradável nessas condições quanto a versão 2.2.

Mesmo com as mudanças que a Ford diz ter feito no câmbio automático de seis velocidades, o arranque da versão mais potente é bem lento e pesado – e até engasgado, quando um pouco mais forçado. Na estrada, no entanto, as retomadas são muito boas e fazem o motor de 200cv agir bem. Isso pode ser explicado, obviamente, pelo torque despejado em uma rotação um pouco maior. Na pista, quem brilhou foi a versão 2.2. Além de ela pesar menos, possui um motor um pouco mais ligeiro e com o torque aparecendo antes.

Quando vamos para o circuito off-road, aí sim quem se destaca é a versão 3.2. Não apenas por ter um motor mais capaz de superar os obstáculos, mas também por ter uma suspensão mais acertada. Segundo Gilmar de Paula, engenheiro-chefe da plataforma Ranger para a América do Sul, mudanças foram feitas para tornar a picape menos “saltitante”. “Redesenhamos a barra estabilizadora e refinamos os elementos de coxinização. Com isso, a Ranger 2020 é mais estável e macia, não importa o terreno”, comenta De Paula.

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Claro que, em determinadas situações, não dá pra esperar que o carro se comporte como se estivesse nas nuvens. Mas, diante dos obstáculos que enfrentamos nos testes, sobretudo no que era chamado de “caixa de ovos”, a Ranger se saiu muito bem.

Um dia, muitas respostas

Claro que ainda teremos a oportunidade de testar a Ranger em situações urbanas e corriqueiras, mas, dentro das propostas que pudemos vivenciar com a picape, dá pra dizer que ela cumpre bem o seu papel, sendo um veículo altamente tecnológico, seguro e confortável.

Seus sistemas de segurança elevam seu patamar de confiabilidade e o desempenho, outrora criticado, pode ser o trunfo para concorrer com suas rivais diretas, como Chevrolet S10, Volkswagen Amarok e a líder de mercado, a Toyota Hilux.

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A Ford Ranger 2020 estará disponível no mercado no final de agosto partindo de R$ 120 mil (modelo 2.2 manual 4x2) e chegando até R$ 188 mil (modelo Limited 4x4).

O Canaltech viajou para os testes da Ranger à convite da Ford.