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Felipe Ribeiro/ Canaltech
Quando lançado em 2016, o Citroën C4 Cactus chamou atenção por seu design chamativo e, à época, por seu preço competitivo. A alcunha de custo-benefício colou no SUV compacto francês e logo foi notada sua ótima qualidade como produto, afastando alguns dos “memes” sobre carros franceses.
Mas nem o mais fiel detrator dos automóveis da terra do magnífico chef de cozinha Erick Jacquin poderia esperar que, em sua versão topo de gama, a Shine, o C4 Cactus pudesse ser tão bom, tão atraente e tão divertido. O motivo: o motor 1.6 THP.
Esse propulsor, fabricado pela BMW e que ainda é utilizado em alguns carros do grupo alemão, dá ao SUV francês um comportamento dinâmico como poucos automóveis dentro dessa categoria. Arrisco-me a dizer que foi o modelo compacto que mais me agradou ao volante.
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Entretanto, em 2021, a idade do projeto começa a aparecer e está na hora de repensar seus próximos passos.
O Canaltech passou um tempinho com o Citroën C4 Cactus justamente em sua versão topo de gama e hoje conta a você todos os detalhes de como foi a experiência.
Prós
Desempenho acima da média na categoria
Acabamento honesto
Ótima dirigibilidade
Design que traz exclusividade
Contras
Revenda complicada
Espaço interno poderia ser melhor
Central multimídia defasada
Consumo ruim
Conectividade e Segurança
Mesmo sendo um modelo já antigo, o Citroën C4 Cactus pode ser considerado um carro bem equipado. Na variante Shine, ele conta com itens interessantes de série, como a direção elétrica progressiva, seis airbags, controles de estabilidade e tração e freios a disco nas quatro rodas, algo incomum para sua categoria.
Há, também, alguns assistentes passivos de segurança que, a julgar pelo ano do carro, até que são competentes, como os alertas de saída de faixa e de colisão frontal. Com uma calibração apenas razoável, esses itens são de grande ajuda no trânsito e na estrada, emitindo avisos sonoros, mas sem a correção de rota ou frenagem automática.
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No campo da conectividade, o C4 Cactus traz a conhecida central multimídia do grupo Peugeot-Citroën (hoje parte da Stellantis), que dispõe de espelhamento de celulares por meio do Android Auto e do Apple CarPlay. A interface geral, no entanto, é bem ruim, com muita lentidão nos comandos e pouca intuitividade — além da tela pequena (apenas 7 polegadas)
Em se tratando de um carro que passa dos R$ 120 mil, faltam alguns itens importantes, sobretudo quando pensamos em infotenimento. Mas, novamente, quando lembramos da época do lançamento, até que não dá para reclamar.
Completam o pacote de itens de segurança e conectividade a câmera de ré para manobras, sistema ISOFIX para cadeirinhas infantis, piloto automático com limitador de velocidade, seletor de terreno e assistente de partida em rampa.
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Conforto e experiência de uso
Por aqui, o Citroën C4 Cactus brilha — sem qualquer intenção de fazer trocadilhos com o nome da versão. O SUV francês vem equipado com o maravilhoso motor 1.6 turbo THP de 173cv e 24,5 kgf/m de torque, suficientes para fazer o carro, que pesa apenas 1.214 kgs, ir de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, menos do que carros concorrentes com potência parecida, como o Honda HR-V Touring.
Esse conjunto mecânico, em composição com o câmbio automático de seis velocidades e um ótimo acerto de suspensão, transformam o C4 Cactus em um carro muito agradável de guiar, com dirigibilidade semelhante a de hatches médios, já extintos em nosso mercado.
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E se engana quem acham que esse carro não é confiável. Além de ser feito no Brasil, o C4 Cactus tem justamente nesses componentes o seu trunfo para abolir o preconceito contra veículos franceses — mas com uma ajudinha alemã e japonesa.
O motor THP é feito pela BMW, enquanto o câmbio automático é da japonesa Aisin. Eles também equipam modelos como o Peugeot 2008 Skywalker e o Peugeot 3008 GT, além de outros automóveis no mercado.
Com esses predicados, é mais do que óbvio que a experiência de uso com o Cactus seria bem prazerosa. Talvez com exceção ao Jeep Renegade Longitude com motor 2.0 turbodiesel, esse tenha sido o SUV compacto mais legal que já passou em testes nas mãos deste repórter.
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Entretanto, não dá apenas para elogiar. Mesmo turbinado e com boa oferta de toque em baixar rotações, o Citroën C4 Cactus não chega a ser um SUV econômico. Em nossos testes em circuito misto, a média não passou de 6,5 km/l no etanol.
Já com relação ao espaço interno, a sensação é de que poderia ser melhor, mesmo com bons 2,60m de entre-eixos. Ainda assim, ele está à frente, por exemplo, de seu irmão de plataforma, o Peugeot 2008.
Os itens de conforto do C4 Cactus são compostos pelo ar-condicionado digital e automático, sensor de chuva, sensor crepuscular e chave presencial.
O grande trunfo do Citriën C4 Cactus está em seu motor 1.6 turbo. É, possivelmente, o mais divertido do mercado de SUVs compactos
— Felipe Ribeiro
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Design e Acabamento
Gosto não se discute, é verdade, mas não dá para chamar o Citroën C4 Cactus de carro feio. O pacote visual é bem harmonioso, principalmente na dianteira, semelhante ao da Fiat Toro em sua primeira versão. A divisão do conjunto óptico dá a impressão de exclusividade e modernidade em medidas justas.
Já na cabine, o acabamento é muito bem feito, mas sem surpresas, já que os carros da Citroën, historicamente, sempre foram caprichados nesse quesito. Há, inclusive, o uso de materiais emborrachados no painel principal, além de uma faixa em tecido idêntico ao usado em parte dos bancos. Um charme.
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As rodas na versão Shine são de 17 polegadas e a pintura pode ser bicolor.
Esquecido no mercado e prejudicado pela fama antiga dos carros franceses, o Citroën C4 Cactus pode ser considerado o SUV compacto mais divertido do Brasil. Seu motor 1.6 turbo THP é seu grande trunfo, além do ótimo acerto de suspensão e pacote de equipamentos relativamente recheado.
Revenda complicada e defasagem tecnológica são seus principais problemas.
O Citroën C4 Cactus Shine pode ser encontrado em todo Brasil por a partir de R$ 120 mil.
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No Canaltech, o Citroën C4 Cactus Shine foi testado graças a uma unidade gentilmente cedida pela Stellantis.