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Review Citroën C3 1.0 | O verdadeiro anti-Kwid

Por| Editado por Jones Oliveira | 13 de Agosto de 2023 às 09h30

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Review Citroën C3 1.0 | O verdadeiro anti-Kwid
Review Citroën C3 1.0 | O verdadeiro anti-Kwid

A expectativa em torno do lançamento da nova geração do Citroën C3 trouxe vários questionamentos sobre como ele seria posicionado no mercado, já que seria um dos primeiros projetos da montadora francesa após fazer parte do grupo Stellantis.

Quando chegou, o hatch dividiu opiniões e logo teve sua “capivara” contada. Um carro de custo menor, mais simples do que a geração anterior, mas que trazia características interessantes para o mercado nacional, como se tivesse feito por outra empresa (alô, Fiat?!).

Entre idas e vindas, promoções e descontos, o Citroën C3 em suas versões 1.0 é o rival ideal do Renault Kwid, que tem proposta semelhante de ser simples, compacto, valente e barato. O problema do Citroën, porém, é que ele não é tão barato assim.

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Conectividade, Segurança e Tecnologia

A versão Feel do Citroën C3 vem com um conjunto de equipamentos apenas razoável, mas condizente com a proposta do veículo. Longe, aqui, de aplicar a alcunha de carro tecnológico, mas básico, também, ele não é, já que se trata da versão mais completa com o motor 1.0.

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De série, o C3 vem com a excelente central multimídia de 10,25 polegadas, munida de uma tela com ótima resolução, interface bem fácil de ser explorada e (ainda bem) o espelhamento sem fio do Android Auto e Apple CarPlay. Não há, aqui, qualquer auxílio de concierge ao motorista, como em outros modelos da Stellantis, mas sem surpresas.

Essa central, aliás, cumpre um ótimo papel dentro do C3, porque tira um pouco do aspecto simplório demais que o carro tem, mas é algo que falaremos mais adiante.

No campo da segurança, temos o que hoje pode ser considerado básico. Controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e declives, sistema ISOFIX para cadeirinhas infantis e apenas dois airbags, os obrigatórios por lei. Há rivais menos equipados e até mais em conta com quatro bolsas, como é o caso do próprio Renault Kwid.

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Sim, a ideia do Citroën C3 é de ser um carro de combate da Stellantis, mas o investimento em segurança deveria ser um pouco maior. E não estamos exigindo itens como alerta de colisão frontal, por exemplo, mas um pouco além do básico.

Não dá para dizer que o carro é inseguro, mas esse aspecto não é bem trabalhado no C3. Além da ausência de equipamentos que citamos, há uma percepção de que o carro é frágil, fruto de um acabamento simples demais e sem detalhamentos, muito embora a plataforma CMP, herança do grupo PSA, seja uma das melhores do mundo para modelos compactos.

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Experiência de Uso e Conforto

Como bom hatch compacto, o Citroën C3 foi pensado para o uso urbano, mas essa geração passou uma impressão ainda melhor e mais competente no decorrer dos dias em que ficou conosco.

Quase como um sucessor do recém-aposentado Fiat Uno, o C3 recebeu um “banho de Brasil” e se transformou em um carro mais parrudinho, quase como um micro-SUV, com suspensão bem acertada para nossas ruas esburacadas, ótimos ângulos de entrada e saída (23º e 39º), vão-livre do solo superior ao de muitos SUVs (18cm) e o bom motor Fiat 1.0 Firefly de 75cv e 10,7 kgf/m.

Essa vocação para o uso em nossas ruas é uma qualidade irretocável do C3 na atual geração. O câmbio manual de cinco marchas está bem escalonado e suas trocas são bem precisas, algo que melhorou o já bom desempenho desse motor de três cilindros. Tivesse uma marcha a mais, porém, tudo seria ainda melhor.

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O uso na estrada não desagrada, mas vai faltar fôlego em situações como ultrapassagens, por exemplo. Para compensar, o consumo será algo que fará seu bolso agradecer. A média no uso misto cidade/estrada foi de 12,4 km/l, já que nossa unidade estava abastecida com gasolina. Os picos, porém, foram ainda melhores, com 14 km/l na cidade e 16 km/l na estrada.

Na prática, por vezes, chegamos a nos lembrar dos momentos com o Citroën C4 Cactus. Essas valências da plataforma CMP e o modo como a montadora pensou o carro o tornaram bem valente para o uso urbano, passando a impressão de ser um SUVinho. A posição de dirigir também é bem agradável, com ótimo campo de visão e muito conforto para o motorista, também proporcionado pela direção elétrica bem leve.

Espaço interno é o trunfo

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Mas é no espaço interno que o Citroën C3 brilha, de fato. São 3,98m de comprimento, 1,73m de largura, 1,58m de altura e entre-eixos de 2,54m, um dos maiores do segmento. Graças à plataforma CMP, que é modular, o trabalho de aproveitamento de habitáculo por aqui é digno de nota.

Pessoas mais altas, como é o meu caso, vão sem aperto na fileira traseira, mesmo com o motorista passando de 1,80m. Os bancos são macios e o espaço para a cabeça é excelente, dando a impressão, de novo, de estarmos em um carro maior do que ele realmente é. A bola fora, nesse aspecto, é o porta-malas. A Citroën fala em 315 litros, mas ele aparenta ter menos.

Em termos de itens de conforto, temos aqui vidros elétricos nas quatro portas, ar-condicionado, alarme, compartimento abaixo dos bancos traseiros e banco traseiro rebatível.

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Faltam, porém, coisas que deveriam estar por aqui, principalmente considerando o preço. Recursos como sensor de estacionamento, câmera de ré e chave canivete não fazem parte do pacote Feel 1.0.

Design e Acabamento

Se falha na percepção de valor e na simplicidade do projeto, o Citroën C3 pode atrair o consumidor por seu design e a ideia do “Size Impression”. As medidas do hatch até que são modestas, mas os desenhos da carroceria e a musculatura aplicada pela Citroën deram ao hatch uma sensação de ser maior.

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O conjunto óptico é ligado pela faixa cromada da montadora, assim como no SUV C4 Cactus. Há a luz diurna de LED, mas as demais são halógenas. No modelo Feel, também há teto biton e rodas em liga leve de 15 polegadas.

O acabamento, como citamos, é um ponto negativo. Não esperamos muito capricho de um carro que nasceu para ser popular, mas a sensação de simplicidade salta demais aos olhos, sobretudo quando tocamos o carro e fechamos as portas, por exemplo.

O que ajuda a deixar a aparência da cabine um pouco melhor é o bom encaixe dos materiais e a já mencionada central multimídia.

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Concorrentes

Por ser um hatch compacto, quase todos os modelos dessa categoria podem competir com o Citroën C3 em suas versões 1.0. São eles: Fiat Argo, Volkswagen Polo, Chevrolet Onix e Hyundai HB20. Há, porém o Renault Kwid, que embora menor deve disputar com os clientes do Citroën.

Os preços desses hatches pode variar entre R$ 69 mil e R$ 100 mil, sempre nas versões com motor 1.0.

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Citroën C3 1.0: hatch francês vale a pena?

Apesar de ser simples demais, o Citroën C3 é um carro muito competente e que pode atender as principais necessidades de locomoção urbana. Econômico, ágil e com ótimo espaço interno, o hatch francês parece ter sido feito sob medida para o Brasil e nossas necessidades em grandes centros urbanos.

Se clientes de Fiat Mobi e Renault Kwid observarem bem, talvez seja mais interessante migrar para o C3.

O Citroën C3 Feel 1.0 pode ser encontrado em todo o Brasil a partir de R$ 83.990, mas há versões do hatch por a partir de R$ 69.990.

No Canaltech, o Citroën C3 foi avaliado graças a uma unidade gentilmente cedida pela Stellantis South America.