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Review Citroën C3 Aircross | Novo motor é o maior astro do SUV

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Review Citroën C3 Aircross | Novo motor é o maior astro do SUV
Review Citroën C3 Aircross | Novo motor é o maior astro do SUV

Segundo elemento da família C-Cubed a ser lançado no Brasil, o Citroën C3 Aircross chegou ao país em sua nova geração com boas novidades para quem busca por um SUV compacto com preço acessível.

Construído sobre a plataforma CMP, a mesma utilizada para a produção do hatch, o novo C3 Aircross tem como principal trunfo a motorização. A Stellantis abriu mão do propulsor 1.6 aspirado, herdado da PSA, para apostar suas fichas no 1.0 turbo, o mesmo utilizado em versões do Peugeot 208 e do Fiat Fastback.

Com o novo propulsor sob o capô, o SUV compacto agora está mais esperto, com maior agilidade e melhor desempenho que a versão anterior, pois oferece 130 cv de potência e 20,4 kgf/m de torque ao motorista. 

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Após passar um tempo com o novo C3 Aircross, pude observar as principais qualidades e os pequenos ajustes que o SUV francês ainda precisa realizar para entrar na briga pelas primeiras posições do ranking dos mais vendidos do Brasil.

Tecnologia, conectividade e segurança

O combo formado por tecnologia, conectividade e segurança do Citroën C3 Aircross tem mais baixos do que altos, mesmo em sua versão mais completa, a Shine, gentilmente cedida pela Stellantis do Brasil para a confecção deste review.

O SUV compacto conta com duas telas digitais, uma de 7 polegadas, utilizada como painel de instrumentos, e outra um pouco maior, de 10 polegadas, para a central multimídia. Apesar de cumprirem bem seu papel, elas deixam a desejar no que diz respeito à qualidade da resolução, principalmente a voltada para o entretenimento a bordo. Ao menos ela oferece pareamento sem fio com Apple CarPlay e Android Auto sem fio e, com isso, marca pontos no quesito conectividade.

Nos campos de tecnologia e segurança, porém, o C3 Aircross acabou decepcionando um pouco. O modelo francês falha ao oferecer somente 4 airbags, enquanto seus principais rivais tendem a vir com 6 de série. Além disso, não conta com recursos básicos do sistema ADAS, como assistente de permanência em faixa, frenagem de emergência e acendimento automático dos faróis.

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O SUV peca ainda em não disponibilizar em sua lista recursos aparentemente comuns, como ar-condicionado digital (algo que até versões antigas do C3 hatch ofereciam), freio de estacionamento eletrônico e partida por botão. Aliás, além de não ter partida por botão, o Aircross não oferece sequer chaves do tipo canivete. 

Conforto e experiência de uso

A experiência a bordo do Citroën C3 Aircross pode ser considerada boa, mas poderia ter sido um pouquinho melhor. O motivo para essa leve crítica diz respeito à ergonomia, já que o SUV compacto, infelizmente, não conta com ajuste de profundidade do volante. Esse recurso, porém, é bastante útil para motoristas com estatura um pouco mais elevada, como é o meu caso.

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Ajustes à parte, não dá para negar que o C3 Aircross é bem gostoso e divertido de guiar. O motor 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgf/m de torque deu vida nova ao SUV compacto, que encara com agilidade o trânsito urbano e não apresenta qualquer dificuldade nas ultrapassagens em rodovias.

Segundo os números oficiais, o C3 Aircross com o 1.0 turbo pode chegar do 0 absoluto aos 100 km/h em apenas 9,7 segundos, além de atingir máximas de 191 km/h. Não cheguei nem perto disso, por razões óbvias, mas deu para sentir que o novo motor embarcado no SUV é, sem dúvida, o principal destaque dessa geração.

Os dados aferidos pelo Inmetro também merecem destaque, e apontam para um consumo médio que varia entre 7,4 e 8,6 km/l com etanol (cidade e estrada), mas sobe para 10,6 e 12 km/l com gasolina no tanque. Comigo ao volante, com gasolina no tanque, ele ficou dentro do padrão, e encerrou o test-drive de 7 dias com gasto médio de 11,8 km/l.

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O acerto de suspensão também foi uma bola dentro da Stellantis. O C3 Aircross sai de fábrica com McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, configuração que tornou o SUV compacto confortável e seguro na tocada, com pouca torção na carroceria, mesmo nas curvas mais agudas. A buraqueira que costuma castigar os motoristas não chega a incomodar ao volante do SUV francês.

O conforto também foi possível devido ao excelente espaço interno do C3 Aircross, que tem 2.67 metros de entre-eixos (13 centímetros a mais que o hatch). As demais dimensões contribuem para que até cinco ocupantes fiquem bem acomodados na versão com 5 lugares. São 4,32 m (C), 1,72 m (L) e 1,67 m (A). O problema para quem vai atrás é que não há saídas de ar-condicionado. O único mimo para a segunda fileira são as duas portas USB.

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Design e acabamento

O design e o acabamento do Citroën C3 Aircross precisam ser analisados separadamente, pois um é digno de elogios, mas o outro carece de um pouco mais de atenção por conta da marca pertencente ao Grupo Stellantis em suas futuras versões.

Vamos começar pelo lado positivo. O SUV compacto da Citroën está com um visual mais atraente, e isso não dá para negar. Apesar de ter herdado muitos traços da versão hatch, os para-choques exclusivos e, principalmente, a traseira mais encorpada deixaram o Aircross 2024 muito bonito.

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Por outro lado, o acabamento da cabine parece ter sido deixado em segundo plano. A ausência nítida de materiais sensíveis ao toque é o principal defeito do habitáculo, que até está com o visual bonito, principalmente pela presença de elementos em tons de cores pouco usuais, como o champanhe. 

Concorrentes

A Citroën quer ver o Aircross 2024 brigando de igual para igual com os concorrentes do segmento de B-SUVs, que hoje tem como principais expoentes Chevrolet Tracker e Hyundai Creta, mas a adição de uma versão com 7 lugares pode colocar o modelo francês em uma outra disputa.

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A versatilidade oferecida com o leque de versões e o espaço interno parecem destinar o Citroën C3 Aircross a entrar em uma rota de colisão com outro modelo que foi atualizado recentemente: o Chevrolet Spin, minivan com “jeitão” de SUV. E, nessa briga, justamente por conta do motor mais moderno, e do preço mais baixo, o francês tem condições de se sair bem melhor.

Vale a pena comprar o Citroën C3 Aircross?

Depois de passar alguns dias com o Citroën C3 Aircross, qual é o veredicto? Vale ou não vale a pena comprar o carro?

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A resposta, pelo menos para mim, é que sim, o investimento de R$ 128.590 (segundo a tabela de abril de 2024) na versão Shine, topo de linha, é válido, apesar de o pacote de acessórios e recursos de segurança carecer de uma boa melhora.

Por esse preço, o consumidor só encontrará a versão mais básica do Chevrolet Tracker, que é ainda mais pelada, e não sai por menos de R$ 119.900. O Hyundai Creta, por sua vez, parte de R$ 140.900 em sua versão Comfort. 

O Chevrolet Spin, que seria outro rival em potencial, é um pouco mais barato, mas tem motor 1.8 aspirado sob o capô, bem menos eficiente e menos potente que o do Aircross.

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*O Citroën C3 Aircross avaliado neste review foi gentilmente cedido ao Canaltech pela Stellantis do Brasil.