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Qual a diferença entre Chrome e Chromium?

Por  • Editado por Douglas Ciriaco |  • 

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Douglas Ciriaco/Canaltech
Douglas Ciriaco/Canaltech

Se você acompanha as notícias do Canaltech, provavelmente já deve ter se deparado com três expressões parecidas: Chrome, Chromium e Chrome OS. Os nomes semelhantes não são por acaso, afinal todos são produtos desenvolvidos pelo Google para o mercado online. Mas qual a diferença entre eles? Por que eles são três coisas diferentes? É isso que você vai descobrir nas próximas linhas.

Chromium: o que é e de que se alimenta?

O projeto Chromium é uma iniciativa em código aberto desenvolvido pelo Google para criar uma comunidade forte na criação de um software de navegação. A ideia é reunir diversos desenvolvedores engajados em criar uma solução segura, rápida e estável para todos os usuários da web, nas mais diversas plataformas.

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Para se alcançar esse objetivo, há sites e repositórios nos quais os programadores trocam ideias, produzem esboços, compartilham visões gerais de arquitetura, solucionam bugs, criam recursos e promovem testes variados. Por se tratar de open source, qualquer pessoa tem acesso ao código e pode fazer modificações conforme as boas práticas da programação.

Embora tenha nascido como um projeto, o Chromium também é um navegador. A compilação bruta dele, contudo, pode ser “tremendamente cheia de bugs”, como o próprio Google ressalta, e o seu uso é desaconselhado. Isso porque todo o ajuste fino é feito pelas companhias nas distribuições próprias, o que deixa o “paizão” meio bagunçado.

O navegador original também está em constante processo de atualização. Ao entrar no seu site oficial, é bem provável que o usuário se depare com uma versão modificada a poucos minutos, com uma numeração pouco compreensível para que não conhece o ritmo de updates.

Chrome estabeleceu novo paradigma

O Chrome é o navegador derivado desse projeto iniciado pelo Chromium, servindo de vitrine para o Google no segmento. Quando foi lançado, em 2008, o objetivo era oferecer uma terceira via para a ferrenha disputa entre Internet Explorer e Firefox.

O seu sucesso veio por apresentar plataforma mais rápida, leve e versátil, além da vantagem do código aberto, o que facilitava a criação de plugins e extensões. Ele também tinha como diferencial a integração direta com serviços da companhia, sempre populares entre os usuários, com um único login integrado.

O resultado foi um crescimento meteórico e o domínio amplo do mercado. Segundo a companhia StatCounter, em julho de 2021, o Chrome está presente em 65,13% dos dispositivos mundiais, o que inclui computadores de mesa, notebooks, celulares e tablets. O Safari, segundo colocado, acumula singelos 18,64%, três vezes menos adeptos do que o rival.

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Em terras brasileiras, o domínio do Chrome é ainda maior: 80,41% do mercado. Esse predomínio também tem relação com a popularização de dispositivos móveis no país, afinal os celulares com Android predominam por aqui — mesmo assim, não dá para negar a relação de amor que a maioria dos brasileiros tem com o software.

No fim das contas, o programa fez exatamente o que abominava: o estabelecimento de um monopólio mercadológico, deixando os rivais para trás comendo poeira. Mas é claro que o troco viria, justamente com a estratégia de "virar o feitiço contra o feiticeiro".

Se não pode superá-lo, junte-se a ele

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Em razão do sucesso, várias empresas especializadas em navegadores adotaram a base do Chromium como padrão, algumas até bastante reconhecidas no mercado. Além do Google Chrome, a Opera, a Brave, a Vivaldi e a Microsoft usam o sistema como base para as suas distribuições.

Isso não significa que elas sejam meras cópias, muito pelo contrário. Cada criadora faz modificações na interface do usuário e até no interior da programação do navegador, introduzindo melhorias de segurança, aumento de performance e gestão de recursos do dispositivo no qual roda.

A Opera, por exemplo, tem um foco maior para a parte visual e um apelo junto à comunidade gamer. O Vivaldi opta por uma aparência mais clean e minimalista, voltado para quem gosta de personalização. Já a Brave foca no bloqueio a rastreamento e oferece recursos de monetização que recompensa o usuário pelo uso.

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O projeto de maior destaque baseado no Chromium na atualidade é o Edge. A Microsoft tem investido muito tempo de desenvolvimento e recursos para tornar o projeto capaz de rivalizar com o Chrome. Embora ainda esteja distante em termos de popularidade, a solução da criadora do Windows é uma das distribuições mais completas do mercado.

E o Chrome OS?

Do projeto Chromium também deriva um sistema operacional totalmente open source. O Chrome OS parte da mesma premissa do navegador, mas expande as fronteiras para um gerenciador computacional inteiro. Na prática, ele é muito leve a roda com a mesma simplificidade de um navegador, sem abrir mão de recursos inerentes à gestão de computadores.

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Há alguns anos, você pode se lembrar do enfoque dado pelo Google a notebooks de baixo custo, voltados para um público menos exigente, chamado de Chromebooks. Esses computadores portáteis vêm equipados com o Chrome OS de fábrica e estão cada vez mais escassos, mas ainda fazem parte da vida de muita gente.

Como não tem que pagar pela licença, e as configurações são mais básicas, o custo deles é bem inferior ao de máquinas mais parrudas. Não são indicados para quem trabalha com edição multimídia nem para rodar jogos, mas dá conta de executar editores de textos e acesso à internet, por exemplo.

Chromium: algumas curiosidades

Embora o navegador Chromium seja a origem de tudo, o navegador fica bem atrás dos seus “filhotes” quando o assunto são funcionalidades. Confira recursos que ele NÃO possui:

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  • Atualizações automáticas do navegador
  • Chaves de API para alguns serviços do Google, incluindo sincronização do navegador
  • DRM (tecnologia proprietária de gerenciamento de direitos digitais)
  • Codecs licenciados para rodar formatos de áudio e vídeos populares, como H.264 e AAC
  • Mecanismos de rastreamento para produção de relatórios de uso e falhas

Apesar disso, o programa puro tem cerca de 35 milhões de linhas de código, tudo produzido do zero pelos engenheiros do Google e pela comunidade que colabora com o projeto. Na época da criação, a companhia contratou funcionários da rival Mozilla, criadora do Firefox, para desenvolver o software.

A principal linguagem usada é o C++, com quase metade da base do código, o que abrange os motores Blink e V8, o protocolo HTTP e HTTPS, o sistema de cache interno e outros componentes essenciais do navegador. Já a parte de interface do usuário mistura HTML, CSS e JavaScript.

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O sistema de identificação de bugs é liberado em um espaço público, no qual os desenvolvedores podem analisar a falha e trocar ideias sobre a solução. Esse repositório se chama Chromium Gerrit, ele é acessível via web e aberto a qualquer pessoa, embora seja bastante difícil compreendê-lo para quem não ter formação em programação.

De início, a ideia de ter um navegador proprietário sofreu bastante resistência na companhia, especialmente do CEO Eric Schmidt. Não fosse a insistência de Larry Page e Sergey Brin, a companhia jamais teria lançado o Chrome — e ainda bem que isso ocorreu, porque foi graças a eles que o mundo conheceu o mais navegador dos últimos anos.

Fonte: Chromium, Chromium Gerrit, BGR, Chrome Developers