iTunes completa 23 anos, mas seu fim está próximo
Por Guilherme Haas • Editado por Douglas Ciriaco |
O iTunes foi lançado pela Apple no dia 9 de janeiro de 2001 como um reprodutor de mídia digital e um aplicativo para o público organizar a biblioteca de músicas em seus computadores Mac. Ao longo dos anos, o app ganhou novos recursos e se tornou uma central para compra e download de músicas, bem como reprodução de vídeos e podcasts.
Apesar de sua grande popularidade no passado, hoje o iTunes sobrevive mais pelo seu legado — com funções que foram incorporadas em novos serviços — enquanto a sua versão como app parece próxima de ser descontinuada por completo.
História do iTunes
A história do iTunes está diretamente ligada ao sucesso do iPod, o aparelho de música portátil lançado pela Apple em outubro de 2001 e que se conquistou os consumidores na época.
O iTunes tinha um papal fundamental no funcionamento do iPod ao fornecer a interface para a sincronização de músicas entre o computador e o dispositivo portátil, além de permitir o gerenciamento da biblioteca de mídias.
Em 2003, a Apple expandiu as funções do app com o lançamento da iTunes Store, que passou a oferecer o serviço de compra e download de músicas. Esse modelo revolucionou o mercado e a indústria fonográfica e apresentou uma nova forma de as pessoas consumirem conteúdos.
Em vez de comprar CDs, importar as faixas de áudio para o iTunes e depois para o iPod, as pessoas começaram a adquirir músicas álbuns de seus artistas favoritas diretamente pleo iTunes. Filmes e programas de TV também foram incorporados ao modelo de compra pelo iTunes.
Em 2007, a Apple introduziu o iPhone, que também utilizava o iTunes como meio principal para a sincronização de dados e mídias. Isso fez com que a base de usuários do aplicativo aumentasse consideravelmente, e incentivou as pessoas a gerenciar suas bibliotecas e a comprar conteúdo digital pela plataforma.
Início do fim do iTunes
Porém, o surgimento de novos modelos de negócios obrigaram a Apple a adaptar os recursos do iTunes. O crescimento de serviços de streaming como o Spotify levou a Big Tech de Cupertino a lançar sua resposta ao mercado, com o Apple Music em 2015.
O novo app representou o primeiro passo na divisão dos serviços oferecidos pelo iTunes em aplicativos dedicados. Além do Apple Music, a empresa lançou nos anos seguintes produtos como o Apple Podcasts e o Apple TV como soluções focadas para cada atividade.
Essa divisão das funções não apenas atendeu à mudança do modelos de negócios — para serviços por assinatura — como permitiu melhores experiências para o público. Em vez de utilizar um aplicativo pesado e lento que centralizava todas as atividades de entretenimento, as pessoas ganharam apps mais leves e com recursos dedicados para o que realmente queriam.
Onde o iTunes ainda existe?
Hoje, o iTunes ainda pode ser acessado como uma loja para compra de áudio e toques para celular (ringtones), mas a expectativa é que o aplicativo seja eliminado por completo no iOS 18 — que chegará ao público ainda este ano. No sistema macOS, o aplicativo foi descontinuado desde a versão Catalina, lançada em outubro de 2019.
No Windows, o iTunes segue disponível como reprodutor de mídias e suporte para aparelhos Apple. No entanto, a Big Tech já oferece aplicativos dedicados de música e TV no sistema operacional da Microsoft para que os assinantes de seus serviços possam acessar suas bibliotecas.
Além disso, a Apple lançou um aplicativo Windows para gerenciamento de aparelhos da marca, o que ajuda na atualização, backup ou restauração de iPhones por exemplo.
Esses sinais indicam que o aniversário de 23 anos do iTunes pode ser o último. O seu nome e a importância que seus recursos tiveram para o desenvolvimento do modelo de consumo de mídia digital, porém, ficarão para sempre na história da tecnologia.