Google é acusado de usar ChatGPT para treinar o Bard; empresa nega
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
A inteligência artificial Google Bard pode ter sido treinada com base no modelo de respostas do ChatGPT. A afirmação é do site The Information, que supostamente teve acesso ao questionamento de um ex-engenheiro de IA do Google sobre o uso dos dados.
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Jacob Devlin teria dito que a equipe do Bard estava confiando demais nas respostas do rival, desde quando elas foram publicadas no site ShareGPT. Essa página é dedicada a mostrar respostas do chatbot da OpenAI, geralmente para ressaltar alguma característica positiva ou negativa.
Devlin reforçou que um treinamento feito desta maneira faria com que as respostas da IA do Google fossem semelhantes ao ChatGPT. Ele expôs todas as preocupações ao CEO do Google, Sundar Pichai, e depois renunciou ao cargo, conforme o relato do The Information.
Atualmente, o engenheiro de IA trabalha na OpenAI. A matéria também garante que o Google teria parado de usar os dados para treinar o Bard após o acontecimento relatado.
Google garante não ter usado dados do ChatGPT
Em nota enviada ao site The Verge, o Google garantiu que o Bard não é treinado com dados originários do ChatGPT ou do ShareGPT.
O Bard é um Large Language Model (LLM), a mesma categoria do ChatGPT e do Bing Chat, capaz de gerar conteúdo variado em diversas frentes a partir de entradas de texto. Ele consegue responder a perguntas, criar posts, escrever histórias e revisar artigos com muita facilidade.
Em termos de aparência e funcionalidades, as tecnologias são parecidas: uma caixa de texto na qual o usuário escreve o que deseja. Do outro lado, a IA responde com as tarefas solicitadas dentro de suas limitações.
Quem pôde testar a versão Beta do software do Google disse que ele sofre dos mesmos problemas dos rivais: alucinações, erros factuais, ausência de indicação de fontes e até adoção de dados falsos como se fossem verdade. É justamente por essas questões que o Google desenvolve ainda de modo fechado, trabalhando na correção com base no feedback de poucos usuários.
Futuro da IA do Google
A matéria do The Information também ressalta o trabalho do grupo Brain AI e da DeepMind, empresa da Alphabet, dona do Google. Ambas as equipes teriam unido forças para criar uma solução melhor que a apresentada pela OpenAI.
O projeto seria conhecido internamente como Gemini e uma tentativa de elevar os padrões do Bard para algo igual ou superior ao GPT-4. Uma das metas é supostamente atingir 1 trilhão de parâmetros de entrada, forma como os cálculos executados por um modelo de aprendizado de máquina são medidos.
Fato é que os desenvolvedores estão diante de uma imensa corrida pelas IAs avançadas. A rival Microsoft já está bem à frente com seu projeto de implementação da GPT-4 no Bing e em outras ferramentas de produtividade, como Word, Excel e Outlook.
O Google também já começou a testar o Bard em ferramentas como o Gmail e a suíte Google Workspace, mas ainda não houve uma exibição ampla das capacidades. Parece que a briga deve continuar nos próximos meses, mesmo com a pressão de especialistas para pausar as pesquisas até parâmetros de segurança serem estabelecidos.
Fonte: The Information, The Verge