Crise energética da China começa a dificultar vida da Apple e iPhone 13
Por Eduardo Moncken | Editado por Wallace Moté | 08 de Outubro de 2021 às 16h07
Que a China concentra boa parte das operações industriais de muitas fabricantes de celular, muita gente sabe, porém, nesta segunda metade de 2021 o país vem enfrentando problemas com a sua matriz energética — muito dependente de carvão e gás natural. A poluição do ar e o aumento de custo para a produção de energia tem levado a suspensões de atividades industriais por períodos que podem prejudicar o cronograma de muitas empresas.
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O consumo doméstico passou a ser prioridade, e por isso, fornecedoras da Apple estão preocupadas com o cumprimento de prazos. Isso porque a Foxconn é uma das principais afetadas — sendo ela uma das principais responsáveis por produzir componentes e montar os iPhones.
Segundo o veículo econômico Nikkei Asia, há grande preocupação que a prática, que se tornou corriqueira em setembro, vire rotina ao longo dos próximos meses. E mesmo que possa parecer pouco, a suspensão da produção por um ou dois dias por semana deve reduzir estoques da Maçã.
Para o negócio de Tim Cook, o momento para apagões forçados não poderia vir em hora pior: o iPhone 13 acabou de ser anunciado, e como sempre deve atrair forte demanda. Fora isso, as festividades de fim de ano são momentos importantes para qualquer setor do comércio, que espera faturar com Black Friday e Natal.
Consumidor ainda não enfrenta problemas
Por enquanto não se fala em quantas unidades do novo celular deixarão ser produzidas — mas isso poderá levar a Apple a rever suas expectativas. É mais comum que essa revisão ocorra quando as vendas são baixas, e não pela eventual indisponibilidade do produto.
Desde o governo Donald Trump, empresas americanas foram incentivadas a saírem da China para investirem em outros mercados. A Apple fez alguns poucos esforços nesse sentido, mas esse novo desafio por lá pode deixar a empresa ainda mais pressionada a diversificar suas plantas fabris.
Vale lembrar que os novos iPhones 13 chegam ao Brasil, em pré-venda, em 15 de outubro. Preços já estão disponíveis e representam uma redução comparados ao lançamento do iPhone 12 por aqui. Para o mercado doméstico parece não haver ainda nenhum sinal de desabastecimento.
Por último, a médio prazo a situação energética da China pode respingar em outras fabricantes de smartphones. E cabe destacar que o mercado já está enfrentando dificuldades para produzir semicondutores. O fechamento forçado de fábricas em alguns dias da semana tende a desacelerar qualquer recuperação.
Fonte: Nikkei Asia, 9to5Mac