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Como o carregamento dos celulares mudou nos últimos 10 anos

Por| Editado por Wallace Moté | 16 de Julho de 2022 às 13h00

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A mudança dos celulares ao longo dos últimos dez anos passou por diversos aspectos, que também incluem as tecnologias de carregamento das baterias. Além do aumento expressivo da velocidade e segurança das recargas, a década também foi marcada por diversas alterações no padrão dos cabos, e pela inauguração das soluções sem fio.

O ano de 2012: carregamento lento e porta micro USB

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Muitos aspectos de carregamento foram alterados desde o ano de 2012, começando pela própria entrada utilizada pelas marcas. O Galaxy S3, um dos modelos mais importantes da época, tinha em sua construção uma porta micro USB.

Aos poucos, este padrão foi substituído pelo chamado USB-C, com diversas vantagens em relação à tecnologia anterior. Além das velocidades mais altas de carregamento por fio, o cabo de interface reversível — ou seja, que pode ser encaixado de qualquer lado — também pode realizar transferências de arquivos a uma taxa bem mais eficiente.

Em geral, carregadores desta época não passavam de 15 W — na verdade, os mais comuns costumavam ser bem mais limitados que isso. Para efeito de comparação, as tecnologias atuais já chegam a 150 W ou mais, o que é suficiente para completar tanques bem maiores em questão de poucos minutos.

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Portanto, as velocidades de carregamento eram bem mais lentas em comparação com os modelos atuais, mesmo que os módulos de bateria fossem consideravelmente menores. Fóruns da época apontam que aparelhos demoravam entre duas e três horas para ter sua carga completada, mas este tempo pode variar entre cada modelo.

Além disso, o padrão USB 2.0 comum a grande parte dos cabos Micro USB tem envio e recebimento de arquivos limitado a 480 Mbps, enquanto tecnologias mais novas como o USB 3.0 e 4.0 chegam a 5 e 40 Gbps, respectivamente.

O nascimento do Lightning

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No mundo dos iPhones, o ano de 2012 representou uma virada de chave no quesito de carregamento da bateria. Foi nessa época que a Apple lançou o iPhone 5, primeiro smartphone da marca a trazer um conector Lightning, em vez da porta de 30 pinos que permaneceu até o iPhone 4S.

Além do formato mais compacto e prático, o Lightning também se destacou pela conexão reversível, algo que só chegaria anos depois em modelos de outras marcas. De forma curiosa, o primeiro celular Android com USB-C foi o Le 1, da marca chinesa LeTV — ele foi apresentado apenas em 2015, com uma bateria de 3.000 mAh.

Carregamento sem fio e reverso

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Entretanto, otimizar o carregamento por fio não era suficiente. A última década também foi marcada pelo desenvolvimento de diversas tecnologias de recargas em bases wireless, com cada vez mais segurança e velocidade nas transferências de energia.

Mesmo que versões prévias dessa tecnologia já tivessem sido pensadas desde 2008, foi justamente em 2012 que ela finalmente chegou aos celulares disponíveis ao público. Trata-se do Nokia Lumia 920, modelo que foi analisado pelo Canaltech:

A série Lumia seria descontinuada apenas quatro anos depois, mas a tecnologia de carregamento sem fio ficou cada vez mais presente nos celulares topo de linha. Em 2017, o iPhone 8 apareceu como primeiro representante da Apple a trazer o recurso, que está disponível até hoje.

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Um dos grandes fracassos da companhia de Cupertino está relacionado justamente ao carregamento sem fio. Trata-se do AirPower, base wireless anunciada junto ao iPhone X de 2017, mas que nunca chegou ao mercado em sua forma inicial.

Neste caso, o flop aconteceu pois a Apple não conseguiu desenvolver uma tecnologia segura o suficiente para utilização sem problemas de superaquecimento. A ideia era oferecer um sistema de bobinas que permitisse o carregamento independentemente do posicionamento do smartphone acima da base — ou seja, não somente acima de uma área específica da superfície —, o que atrasou o processo em vários anos e transformou expectativas em frustrações.

Por outro lado, a marca também apresentou uma das tecnologias mais exclusivas no mercado atual de smartphones: o MagSafe. Utilizada inicialmente com foco nos MacBooks da marca desde 2006, a solução para carregamento magnético chegou aos celulares com o lançamento da linha iPhone 12, em 2020 — mesmo que o sistema já tenha versões similares em marcas como a Realme, ele ainda não teve formas semelhantes nos concorrentes mais diretos da Maçã.

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A linha Galaxy S6 foi responsável para trazer o carregamento sem fio de forma mais evidente para o universo Android. Entretanto, a tecnologia era bastante lenta e levava várias horas até completar o tanque, e por isso só tinha sentido quando utilizada enquanto o usuário dormia.

Depois das recargas sem fio, a próxima etapa no avanço de tecnologias do tipo foi o carregamento reverso. Com ele, é possível utilizar o próprio smartphone como uma base sem fio, transferindo energia para itens como fones de ouvido, smartwatches e até mesmo outros celulares.

O aparelho responsável por inaugurar esta tecnologia foi o Huawei Mate 20 Pro, em 2018. Entretanto, ela foi descrita na época como “praticamente inutilizável”, pois oferecia uma velocidade de recarga demasiadamente lenta, que levava bastante tempo para completar até os tanques mais compactos.

Mesmo que diversos celulares tenham incrementado a tecnologia ao longo dos últimos anos, ela nunca foi considerada essencial para grande parte dos usuários. Até por conta disso, ela não costuma ganhar destaque nos eventos de lançamento que acontecem ao redor do planeta.

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Protocolos de carregamento e adaptadores GaN

Protocolos como o Power Delivery (PD, para conexões USB) ou o Qi (para bases wireless) tornaram-se cada vez mais comuns em soluções de diversas marcas, com a realização de uma bateria de testes para assegurar que a recarga acontecerá da forma esperada e com a melhor performance possível.

Além disso, os últimos anos foram marcados pelo desenvolvimento dos carregadores GaN, compostos por nitreto de gálio. Em termos resumidos, o GaN é um material semelhante ao cristal, que substitui o silício na parte interna dos adaptadores para permitir um fluxo de energia mais rápido e intenso de maneira estável — desta forma, é possível completar cargas sem problemas de superaquecimento.

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Componentes internos de carregadores GaN são posicionados de forma extremamente próxima uns aos outros, o que também permite uma construção bastante compacta. Desta forma, acessórios que passam dos 100 W podem ter tamanhos físicos comparáveis a outros adaptadores mais simples.

A tecnologia GaN ainda tem um desenvolvimento muito recente, e por isso não é tão comum entre os aparelhos mais vendidos no mercado. Mesmo assim, ela é corriqueiramente apontada como o futuro do carregamento de celulares e outros dispositivos móveis.

Outras companhias responsáveis pela atualização dos sistemas de carregamento ao longo dos últimos anos incluem a Qualcomm, com o protocolo Quick Charge apresentado em 2013. Ele chegou a sua versão 5.0 em 2020, com o suporte para recargas superiores a 100 W e temperaturas limitadas a 40º.

200 W já é realidade

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Atualmente, smartphones com recargas de 200 W por meio da porta USB-C já estão prontos para serem lançados. Xiaomi e outras marcas relevantes já desenvolveram suas tecnologias de forma a permitir uma operação segura e praticamente instantânea, com uma carga completa terminada em menos de dez minutos.

Entretanto, as duas empresas mais populares do mercado de smartphones tendem a tomar medidas mais cautelosas. A Samsung, que foi centro de um dos maiores escândalos da última década com explosões no Galaxy Note 7, tem recargas limitadas a “apenas” 45 W nos modelos mais avançados.

A tendência da Apple é semelhante, já que seus carregadores mais rápidos para celulares são limitados a 30 W. Além disso, quando é utilizado um adaptador MagSafe, este valor cai para 15 W.

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A última década também foi marcada pela retirada dos carregadores das caixas dos celulares, especialmente aqueles mais caros. Mesmo que tenha uma motivação oficial nobre por conta do comprometimento com o meio ambiente, a medida gera diversas críticas por parte dos consumidores, pois em geral não reduziu o valor cobrado pelos smartphones.

Os próximos 10 anos: carregamento pelo ar, celular sem entradas e mais

O panorama atual em relação ao carregamento de smartphones entrega boas dicas em relação ao que poderá acontecer no mercado ao longo dos próximos dez anos. Enquanto as recargas superiores a 100 W costumam ser exclusivas dos modelos mais avançados de cada marca, é possível imaginar que elas deverão se popularizar entre modelos intermediários e básicos.

Enquanto isso, o mundo dos smartphones topos de linha pode tomar rumos mais ousados. Rumores anteriores apontam que a Apple deve lançar iPhones completamente sem entradas físicas daqui a alguns anos, com carregamento apenas por meio de MagSafe ou outras bases wireless — com isso, tudo leva a crer que as empresas concorrentes podem tomar caminhos semelhantes.

Um passo mais distante já foi mostrado pela Xiaomi no início do 2021, com o Mi Air Charge. Esta solução torna possível o carregamento pelo ar, ou seja, a vários metros de distância do celular.

De acordo com conteúdos mostrados pela marca chinesa, a tecnologia funcionaria como uma espécie de “laser invisível”, em que as ondas milimétricas são concentradas no smartphone ao longo de sua movimentação. Uma base centralizada possui antenas para detectar o posicionamento do dispositivo em tempo real, e assim a carga seria realizada de forma completamente imperceptível.

Até o momento, o Mi Air Charge foi apresentado apenas como uma possibilidade para o futuro, já que funciona a apenas 5 W e não tem previsão de comercialização para o usuário comum. Entretanto, ela pode representar bem uma suposta tendência a ser seguida pelas marcas em um médio/longo prazo.

Outra marca a apresentar uma solução similar foi a Motorola, que inclusive possui protótipos bem avançados que permitem recarregar celulares a uma distância de até três metros. A proposta é basicamente a mesma, mas a torre de recarga da marca tem um visual bem mais discreto, sendo similar a um modem de internet ou roteador. 

O conceito foi apresentado no início de 2021 e ganhou novos detalhes no final do mesmo ano, mas até então a Motorola não deu uma previsão mais concreta de quando a tecnologia será vista em nível comercial.

E aí, o que achou da evolução das tecnologias de carregamento ao longo dos últimos 10 anos? Ansioso para ver o que o Canaltech irá noticiar nos próximos 10 anos sobre isso? Não esqueça de compartilhar este artigo com os amigos!

Fonte: Android Authority, GSMArena, NotebookCheck, USMobile, Belkin, Qualcomm