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Opinião: imagens do iPhone 7 mostram que a Apple esqueceu como inovar (Parte 3)

Por| 19 de Julho de 2016 às 23h55

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Enquanto a primeira parte desse artigo foi dedicada a questionar o design do iPhone 7, que já é mais ou menos confirmado e dá todos os sinais de ser um "facelift" do iPhone 6s (ou do iPhone 6, enfim), a segunda parte foca na pré-aprovação dos usuários. Uma espécie de culto, que não dá margem para críticas tanto aos erros quanto aos acertos em relação ao iPhone, o que estimula a Apple a atrasar novos recursos tanto quanto possível.

Seria muito inocente imaginar que a Apple não tem os detalhes do iPhone 10 já praticamente certos, que produtos sucessivos com poucas mudanças são resultado de uma falta de criatividade per se. Não: é algo premeditado, precisamente calculado com base na boa aceitação de poucas novidades entre uma versão e outra. Se o usuário não reclama de poucas novidades, nada mais seguro do que segurar uma novidade para a próxima versão.

Porém, enquanto a Apple segura novidades no iPhone, o iOS segue uma agenda mais ou menos linear de desenvolvimento, com novidades perceptíveis todos os anos. Talvez esse seja o principal argumento dos que preferem a plataforma, além de ser o tópico mais defendido em discussões comparativas com o Android. Por que o Android? Pois o Windows Phone não mostra sinais de futuro, com a própria Microsoft deixando-o em segundo plano, e a BlackBerry abandonou o BB OS, agora usando o Android em seus aparelhos mais recentes. Trata-se de um "duopódio", de fato.

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Querendo ou não, a escolha atual fica entre iOS e Android. O BB 10 foi abandonado em favor do Android, o Windows Phone tem um futuro incerto, Firefox OS é algo bem restrito e o Ubuntu OS ainda está dando seus primeiros passos.

Da mesma forma que o Android está longe de ser imune a críticas, o iOS está longe de ter toda a superioridade técnica propagada por aí, e é disso que vamos tratar nessa terceira parte.

O iOS é realmente tão otimizado assim?

Talvez a resposta mais "na ponta da língua" usada quando alguém questiona o principal ponto de destaque do iPhone seja a "integração entre software e hardware entre iOS e o iPhone". Seguido de "o Android precisa de configurações titânicas para rodar direito e vários GB de memória RAM, e ainda buga, enquanto o iPhone usa somente um processador dual-core e 2 GB de memória RAM". Em outras palavras: um sistema operacional tão ninja que consegue rodar melhor em configurações inferiores. Será mesmo?

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O iPhone é, de fato, um dos smartphone mais potentes por aí, mas atribuir isso somente ao iOS é errado, já que os chips que o equipam são tudo, menos limitados.

Já exploramos os detalhes do Apple A9, o "dualcorezinho" que equipa os modelos iPhone 6s, 6s Plus e SE (links abaixo). De fraco ele não tem nada. Tentar justificar que o iOS é otimizado por rodar liso em um chip dual-core é ignorar o poder de fogo de cada um dos núcleos Twister. A relação entre processamento e quantidade de núcleos é praticamente nula. Se realmente fosse o caso, o Helio X20, com seus 10 núcleos, seria mais poderoso que o Snapdragon 820, e não é o caso. Essa relação simplesmente não existe.

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Segundo o ranking do Antutu, o Apple A9 pontua mais do que o Exynos 8890, chip do Galaxy S7, mesmo pertencendo à geração de 2015, na qual o seu rival direto seria o Exynos 7420, na quinta posição. Em uma comparação simples, seria o mesmo que dizer que um motor 1.0 turbo como o que equipa o New Fiesta seja menos potente do que um 1.4 do Onix simplesmente pelo fato de ser 1.0. Só que o primeiro tem 125 cavalos, enquanto o segundo tem 106 cavalos (com álcool). O fato do Apple A9 ter apenas dois núcleos enquanto os dois Exynos trazem 8 não diz nada sobre qual deles é o mais potente, mas sim o poder de fogo que cada é um é capaz de oferecer.

Empresas adotam estratégias diferentes para criar seus chips, seja focando em eficiência single-core, seja em aumentando a quantidade de núcleos. Qual delas é a melhor pouco importa, desde que o foco seja a experiência do usuário.

Isso significa que a Apple engana seus usuários alegando que a velocidade do iPhone é fruto apenas da otimização, e não de um chip muito potente? É claro que não. Na verdade, palmas para a Apple por criar um chip tão potente, já que o A9 é um SoC excelente, e tudo indica que o A10 será ainda mais poderoso. Só que dar um mérito maior do que o real ao ignorar o poderosíssimo motor responsável por sua fluidez.

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Com apenas 2 núcleos, o Apple A9 tem processamento de sobra, além de trazer a PowerVR GT7600 de seis núcleos, uma das GPUs mais poderosas quando anunciada.

E outra: o principais chips usados no Android também passam por um processo de otimização, com os modelos da Qualcomm, por exemplo, contando com núcleos próprios (Kryo) e GPUs exclusivas (Adreno). Quanto a usar os 2 GB dos novos iPhones para justificar que eles precisam de menos memória RAM, trata-se também de um argumento falso. O Nexus 5X, modelo mais recente do Google junto com o Nexus 6P, também traz 2 GB, e pode ser considerado tudo, menos lento, mesmo trazendo uma resolução de tela maior.

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O Nexus 6P tem 3 GB, de fato, mas traz uma resolução de tela 2,68 vezes maior do que o iPhone 6s (2560x1440 contra 1334x750), exigindo sim mais memória. Sim, 2015 foi o ano em que diversos aparelhos Android migraram para os 4 GB, mas mais por uma questão de marketing do que de necessidade técnica. Com várias dezenas de fabricantes concorrendo entre si, configurações mais "elegantes" se destacam como diferencial.

A Apple realmente influenciou diversos fabricantes a melhorar a qualidade de tela quando o iPhone 4 foi anunciado, o primeiro a trazer tela Retina, e manteve mais ou menos a mesma densidade de pixels desde então, o que não sobrecarrega a GPU.

A verdade é que alguns fabricantes Android abusam tanto com suas interfaces gráficas pesadíssimas que mesmo configurações mais avançadas apresentam problemas. Não é um "problema" do Android, como qualquer um que já teve um Nexus pode atestar, mas sim das modificações do fabricantes. Isso com cada vez menos frequência, como as novas versões da TouchWiz atestam, assim como a nova ZenUI das novas gerações de Zenfones.

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Isso sem entrar em detalhes na proporção de desempenho da GT7600 do A9 para a tela do iPhone em comparação com uma Adreno 530 em um Galaxy S7. Se há algo que aprovamos nos iPhones é que a Apple mantém uma resolução menor em seus aparelhos com um foco em não sobrecarregar a configuração, isso sem abrir mão da qualidade, já que a densidade de pixels de todos os modelos desde o iPhone 4 (o primeiro com Retina) é alta o suficiente para que seja impossível enxergar pixels individuais. Vamos para a quarta parte.

Com informações de: PhoneArena, MacRumors