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Entre Estranhos | Série com Tom Holland é baseada em uma história real?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Reprodução/Apple TV+
Reprodução/Apple TV+

Um dos principais lançamentos do Apple TV+ em junho, a série de true crime Entre Estranhos tem chamado a atenção do público. Protagonizada por Tom Holland, a produção conseguiu 91% de avaliações positivas dos espectadores no Rotten Tomatoes e nota 7,0 em 10 no IMDb. Mas, afinal, qual crime a série retrata? E ela é inspirada em uma história real?

Criada pelo vencedor do Oscar Akiva Goldsman, The Crowded Room, como é chamada no original, conta a história de Danny Sullivan, um jovem estadunidense que foi acusado de diversos crimes, entre eles estupro, roubos e de ser o autor de um tiroteio. Acontece que, comprovado o seu transtorno de múltiplas personalidades, ele conseguiu se livrar das acusações e se tornou a primeira pessoa dos Estados Unidos a ser inocentada das denúncias de crimes graves.

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Com Tom Holland (Homem-Aranha: Sem Volta para Casa) no papel principal, a série do Apple TV+ é baseada no livro The Minds of Billy Milligan do escritor Daniel Keyes, publicado em 1981, cuja trama conta a história real de Billy, um jovem que foi diagnosticado com múltiplas personalidades, incorporando ao todo 24 delas.

Além de Tom, participam da produção Amanda Seyfried, (The Dropout) na pele de Rya, a psicóloga responsável por interrogar o rapaz, e Sasha Lane (Conversa Entre Amigos) como Ariana, a amiga do mesmo. Também completam o time Will Chase, Lior Raz, Laila Robins, Christopher Abbott e Henry Eikenberry.

Entre Estranhos: qual a história real da série?

Na série de dez episódios do Apple TV+, Danny representa Billy, um homem que nasceu em Miami Beach e que cujo nome real é William Stanley Milligan. Filho de pais divorciados, ele viu seu pai se suicidar com monóxido de carbono na sua frente quando tinha apenas três anos de idade; depois disso, foi obrigado a viajar com a mãe pelo país, sem ao menos entender bem o que estava acontecendo.

Quando ainda era criança, ele personificou três figuras diferentes, sendo elas: Shawn, Christene e uma outra que não tinha nome.

Tudo isso resultou em problemas escolares que só pioraram com o passar do tempo. Quando ingressou na Ohio State University, suas diversas personalidades começaram a aflorar ainda mais.

Sem acompanhamento médico ou apoio da família, e sem entender bem o que estava acontecendo, Billy foi perdendo o controle sobre si mesmo e acabou se tornando um criminoso com extensa ficha policial. Entre os crimes estavam roubos, assalto à mão armada e estupro.

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Em 1975, ele foi preso e registrado como agressor sexual, mas acabou sendo liberado dois anos depois sob liberdade condicional.

A reincidência e a descoberta do transtorno

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Após violar a condicional, Billy foi acusado de mais três caso de estupro, todos ocorridos dentro da universidade em que estudava.

Ele foi identificado com a ajuda dos depoimentos das vítimas, a partir de um banco de foto de agressores sexuais e por meio das suas impressões digitais que ficaram registradas no carro de uma das mulheres. O que chamou a atenção das autoridades, no entanto, é que uma das vítimas disse que Billy se comportava como se fosse uma menina de três anos de idade.

Quando foi localizado pela polícia, dentro da Ohio University, ele não resistiu à prisão e ainda se mostrou surpreso com o que estava acontecendo. No local ainda foram encontradas algumas armas, que contaram como evidências contra ele.

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Os casos pareciam terem sido resolvidos, mas os resultados dos exames psicológicos do rapaz assustaram os médicos.

O transtorno de múltipla personalidade

Após ser preso, Billy foi diagnosticado com esquizofrenia severa, mas seus advogados não ficaram satisfeitos com o resultado e procuraram uma segunda opinião, desta vez com a psicóloga Dorothy Turner, responsável pelo Centro de Saúde Mental de Southwest Community, em Columbus.

Dorothy concluiu que Billy sofria de transtorno de personalidade múltipla, algo até então pouco divulgado e comentado pela mídia.

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Durante as análises feitas pelos hospitais psiquiátricos que Billy passou foi constatado que ele manifestou 14 personalidades distintas, entre elas a de uma garota de 19 anos chamada Adalana e um comunista iugoslavo chamado Ragen que via nos assaltos uma maneira de dividir as riquezas roubadas igualmente entre a população.

Tais análises e demais relatórios foram usados pela defesa de Billy para inocentá-lo, alegando que ele cometeu os crimes quando estava insano. Em 1988, ele foi libertado, sendo a primeira pessoa a ser absolvida de um crime grave ao provar ter um transtorno mental de personalidade múltipla ou de identidade dissociativa, como também é conhecido.

Após sair da cadeia, ele foi acompanhado pelo Estado até 1991, e cinco anos depois mudou-se para a Califórnia, onde abriu uma produtora de vídeos, a Stormy Life Productions.

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Billy morreu em 2014, aos 59 anos, vítima de um câncer.

A história de Billy Milligan na TV

Se engana quem pensa que a série do Apple TV+ é a primeira produção audiovisual a se basear na história real de Milligan. Em 2021, a Netflix lançou o documentário As 24 Personalidades de Billy Milligan, dirigido por Olivier Megaton. A produção explora os detalhes sobre o caso e faz uma provocação: estaria Billy mentindo sobre seu transtorno?

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Com quatro episódios apenas, a produção ainda traz depoimentos de especialistas que lidaram com o jovem e outros pacientes com diagnósticos semelhantes.

Entre Estranhos no Apple TV+

Já quem quiser dar uma chance à série do Apple TV+ e ver Tom Holland se desafiando como Danny Sullivan (o Billy), já pode dar o play no streaming da Maçã. Lembrando que Entre Estranhos será uma antologia e que as próximas temporadas serão focadas em outros criminosos que fizeram história.