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Crítica La Casa de Papel: Coreia | Série falha em renovar história já conhecida

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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La Casa de Papel nem mesmo havia acabado quando a Netflix anunciou que a série ganharia um reboot. Apostando todas as suas fichas nas produções sul-coreanas, antes mesmo de ver os resultados estrondosos de Round 6, a plataforma de streaming decidiu que já era hora da trama espanhola ganhar uma versão asiática.

Foi anunciado, então, que La Casa de Papel ganharia uma versão da Coreia do Sul e que não demoraria muito para a estreia. Poucos meses depois, os primeiros episódios da primeira temporada da série chegaram à Netflix e já garantiram seu espaço entre as produções mais assistidas pelos assinantes. Essa conquista já era de se esperar, uma vez que a trama se tornou uma das mais populares do serviço de streaming.

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Conforme as novidades sobre La Casa de Papel: Coreia eram anunciadas, fomos descobrindo que a história central seria diferente, em outro contexto político e social, mas que os personagens seriam os mesmos. O que muitos não esperavam, no entanto, é que os esforços para inovar a trama, ainda que o mesmo roteiro fosse utilizado, seriam poucos.

Premissa

Como as realidades da Espanha e da Coreia do Sul são diferentes, o país asiático teve a liberdade de criar uma nova história baseada em sua situação sócio-econômica. Então, por que não abordar a divisão das Coreias do Sul e Norte, uma questão bastante delicada para a população há décadas? A Netflix explorou a premissa e a apresentou ao público, causando expectativas de uma série que se diferenciasse da original, ainda que a base fosse a mesma.

O primeiro episódio traz Tóquio, mais uma vez, como uma das personagens principais e a sua história é bastante interessante. Natural da Coreia do Norte e fã do grupo de k-pop BTS, a jovem sempre foi reprimida pela ditadura em que vivia, e com a união das Coreias, precisou atuar como soldado. A pureza de uma apreciadora de música pop foi violada com a realidade do abuso sofrido por imigrantes, e a sua forma de sobrevivência chamou a atenção do Professor.

Muito cedo para um reboot?

Após a apresentação do contexto, La Casa de Papel: Coreia vai ficando cada vez mais fiel à produção original. O recrutamento dos ladrões, suas personalidades, penteados e até seus trejeitos são iguais aos vistos na trama espanhola, o que não é estranho quando se fala em reboot. No entanto, mal deu tempo de esquecermos quem eram os personagens e todos os detalhes da história para ficarmos nostálgicos, deixando o sentimento de assistir à série funcionar como um "déjà vu" em looping.

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Seria mais interessante se a nova série criasse personagens com novas personalidades, talvez até com outros nomes, e se reinventasse apenas como uma trama que se inspira em La Casa de Papel original. É um tanto quanto cedo ouvir a mesma risada caricata de um mesmo Denver, mais uma Nairóbi de personalidade forte e abusada, um novo Berlim tão perigoso quanto, entre outros detalhes simplesmente copiados.

Até mesmo muitas das situações são as mesmas, com pequenos ou grandes detalhes replicados. La Casa de Papel: Coreia prometeu inovar, principalmente por ter em mãos uma temática política mais interessante e que pode ser imensamente explorada. Como resultado, a produção é simplesmente um reboot que aconteceu muito cedo.

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Por outro lado, a qualidade visual da trama impressiona, assim como as técnicas e atuações. Parece que ficou mais bonito visualmente ver o contraste das cores sóbrias do local do roubo e do céu nublado com as vestimentas vermelhas e as máscaras Hahoetal. A nova série, então, é tão ou ainda mais dramática que a versão original nesses aspectos, o que acaba nos mantendo até o fim.

A produção ainda não teve a temporada completa liberada, somente os seis primeiros episódios. Com a estreia da segunda parte, marcada para acontecer ainda em 2022, talvez vejamos algumas diferenças mais relevantes em relação à versão da Espanha. Mas até o momento, quem espera por algo novo pode dispensar o play.

A primeira parte de La Casa de Papel: Coreia já está disponível na Netflix em seis episódios.