XBB.1.5 | O que já se sabe sobre a nova subvariante da ômicron?
Por Augusto Dala Costa • Editado por Luciana Zaramela |
Uma nova variante da covid-19, na verdade classificada como subvariante da ômicron, tem preocupado especialistas pelo grande aumento de casos nos Estados Unidos, além de algumas ocorrências no Reino Unido. É a XBB.1.5, que ainda não teve casos no Brasil, mas está na mira dos cientistas. As últimas variações detectadas pelo Instituto Butantan por aqui foram a XBB.1 e a CK.2.1.1., em novembro de 2022.
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A ômicron é a variante do coronavírus atualmente dominante no mundo, e por isso suas subvariantes vêm surgindo nos alertas desde que superou as anteriores — alfa, beta, gama e delta. Surgindo em 2021, ela costuma gerar subvariantes especialmente contagiosas, características que ajudaram a dominar o cenário infeccioso.
Quais os sintomas da XBB.1.5?
Ainda não foram identificados sintomas da XBB.1.5 que a diferenciam de cepas anteriores, seguindo com características parecidas às de um resfriado. Sua origem está na subvariante XBB, que surgiu em setembro do ano passado no Reino Unido — ela já conseguia ultrapassar o sistema imunológico com maior eficiência, mas não conseguia infectar células humanas tão bem, em contrapartida.
É justamente essa falha da subvariante "mãe" que a XBB.1.5 contornou, adquirindo uma mutação chamada de F486P, que devolve a capacidade de ligação celular junto à habilidade de escape imunológico, infectando humanos e se espalhando com uma facilidade incrível. Ela provavelmente surgiu de um indivíduo infectado por duas cepas diferentes da ômicron.
Nos EUA, mais de 40% dos casos já são da XBB.1.5, evoluindo com grande velocidade — agora dominante, ela abarcava apenas 4% dos casos no começo de dezembro. O aumento de internações por covid-19 gerado pelas infecções fez o governo voltar com o programa de testes gratuitos que oferecia anteriormente.
A nova variante é grave?
Apesar das vantagens infecciosas da nova subvariante, os cientistas não mostram preocupação acerca de sua gravidade, então ela não deve passar pelas proteções vacinais para causar casos mais severos do que já vimos com outras cepas. As pessoas mais vulneráveis à covid-19, como um todo, continuam sendo os que sofrem maiores riscos com a XBB.1.5.
O instituto inglês Wellcome Sanger sequencia, atualmente, pelo menos 5.000 amostras de SARS-CoV-2 por semana em busca de variantes, o que deve ajudar na identificação de quaisquer novos perigos e no desenvolvimento de imunizantes melhores e mais específicos às cepas. Em países com altos níveis de vacinação, é improvável que vejamos muitos problemas.
Fonte: BBC