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O que sabemos sobre a Omicron, variante da covid-19 detectada na África do Sul

Por| Editado por Luciana Zaramela | 26 de Novembro de 2021 às 16h47

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A Organização Mundial de Saúde (OMS) está monitorando a "nova variante da África do Sul", agora nomeada de Omicron, que está deixando autoridades em saúde de todo mundo em alerta. A B.1.1.529, uma nova evolução do vírus da covid-19, tem diversas mutações na proteína spike (S) — que ajuda o micro-organismo a infectar as células humanas.

Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS, disse em uma coletiva de imprensa online que a organização está se preparando para avaliar o impacto que as mudanças genéticas podem ter no comportamento do vírus.

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O acompanhamento da nova variante ocorre no momento em que várias regiões do mundo, principalmente a Europa, estão enfrentando novos casos de SARS-CoV-2. O Reino Unido anunciou que iria proibir voos de seis países africanos, incluindo a África do Sul. Pouco se sabe sobre o comportamento da Omicron, mas cientistas já conseguiram mapear alguns pontos que precisam de atenção.

Origem da variante Omicron

A primeira amostra da variante foi coletada em Botswana, país africano, no dia 9 de novembro, mas só foi relatada no dia 24, segundo a OMS. De acordo com os pesquisadores envolvidos, devido à quantidade de mutações, tal cepa pode ter surgido durante uma infecção crônica de uma pessoa imunocomprometida, como um paciente com HIV/Aids não tratado, por exemplo.

Alguns casos já foram relatados na província de Gauteng, na África do Sul, uma área urbana que compreende Pretória e Joanesburgo, nas últimas duas semanas, e em Hong Kong, China. Além disso, Israel e Bélgica também já confirmaram infecções. O chefe da Agência de Saúde e Segurança do Reino Unido, Sajid Javid, descreveu a variante do coronavírus como "a mais preocupante que a comunidade científica já viu".

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Mutações da nova variante

Em live nas redes sociais, o virologista Tulio de Oliveira, diretor do Centro de Resposta a Epidemias e Inovação do país, disse que nova cepa do coronavírus tinha uma constelação incomum de mutações e que era muito diferente de outras que estão em circulação — alguns acreditam, inclusive, que isso pode levá-la a fugir da imunidade.

Ao todo, são 50 mutações descritas na Omicron, sendo 32 delas na proteína S. Para se ter ideia, a B.1.1.529 tem mais mais do que o dobro de variações do que transportado pela Delta, que assolou a Índia e já compreende mais de 99% das amostras de pacientes com covid em São Paulo - SP.

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Preocupação das autoridades de saúde

Já existem algumas mutações em circulação que são mais difíceis de serem reconhecidas pelos anticorpos, reduzindo a eficácia das vacinas e aumentando a letalidade da covid-19. Contudo, a variante da África do Sul é totalmente nova, e com base no conhecimento da lista de mutações — sem revisão aprofundada —, os cientistas acreditam que o vírus terá maior probabilidade de infectar ou reinfectar as pessoas que já têm imunidade a variantes anteriores.

Ainda não está claro o quão transmissível ou perigosa a Omicron pode ser. Mas o quadro de preocupação se torna emergente devido ao aumento repentino de casos na África do Sul: de 273 casos em 16 de novembro , a conta pulou para mais de 1.200 no início da semana do dia 22.

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Os dados apontam que mais de 80% desses casos estão localizados na província de Gauteng. Análises preliminares sugerem que a variante se tornou rapidamente a cepa dominante por lá, aliás. Os epidemiologistas chamam de taxa R a rapidez com que uma epidemia está avançando, em termos de contágio. No caso da B.1.1.529, a taxa R é estimada em 1,47 para a África do Sul como um todo, mas 1,93 apenas em Gauteng.

Diagnóstico

A OMS afirma que os testes de detecção do SARS-CoV-2, como PCR, podem diagnosticar a Omicron. Contudo, ainda não há informações suficientes sobre sintomas ou letalidade.

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As vacinas são eficientes contra a Omicron?

Os pesquisadores se mostraram preocupados com o número de mutações e com o fato de algumas delas já terem sido associadas a uma capacidade de escapar da proteção imunológica. Pesquisas já estão sendo realizadas com os infectados para testar a eficácia com que os anticorpos neutralizam a nova variante — além de avaliarem a extensão dos imunizantes.

Além disso, a comunidade científica acredita que os medicamentos antivirais, como a pílula da covid-19, em atualmente em avaliação pela Anvisa, talvez funcionem com a mesma eficácia contra a nova variante, porque essas drogas não têm como alvo a proteína spike — em vez disso, ela atuam impedindo a replicação do vírus.

Apesar das crenças, essas são apenas previsões. Mais estudos — e tempo — serão necessários para atestar a gravidade da Omicron. Enquanto isso, a OMS recomenda que as medidas de segurança sejam mantidas, como uso de máscara, distanciamento e vacinação.

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Fonte: OMS; The Guardian