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Máquina de ressonância revela detalhes impressionantes do cérebro

Por| 05 de Abril de 2024 às 15h56

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Rawpixel/Envato
Rawpixel/Envato

A máquina de ressonância magnética (RM) mais poderosa do mundo acaba de fazer sua estreia com imagens absurdamente nítidas do cérebro humano. Levando apenas quatro minutos para concluir o procedimento, o resultado é uma imagem com uma riqueza de detalhes incomum para um exame desse tipo.

Munida de extraordinários 11,7 Teslas (uma boa máquina de ressonância magnética possui, em média, 1,5T a 3T), a máquina, chamada Iseult, foi desenvolvida pela Comissão Francesa de Energias Alternativas e Energia Atômica (CEA) entrega uma intensidade de campo magnético que gera imagens de alta resolução de diversos órgãos e tecidos de maneira muito mais rápida.

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Para se ter uma ideia, nestes quatro minutos de exame, o equipamento conseguiu captar imagens de 0,2 mm, na horizontal, do tecido cerebral em pequenas fatias de 1 mm de espessura. Em comparação, esse volume equivale a alguns milhares de neurônios. Uma máquina convencional, usada atualmente na maioria dos hospitais, levaria mais de duas horas para fazer a mesma imagem com a mesma resolução, já que a maioria possui 1/4 ou 1/8 da potência da Iseult.

Por que uma ressonância tão potente?

Imagine que, para conseguir uma imagem dessas, em um aparelho convencional, o paciente precisaria ficar imóvel por todo o tempo de escaneamento. Como isso é humanamente impossível, a menos que a pessoa estivesse sedada, claro, a chance de resultados borrados e tremidos seria extremamente alta. O novo aparelho consegue fazer imagens precisas em tempo hábil, com altíssima resolução.

Outra vantagem do novo equipamento é o "túnel" onde o paciente deve entrar com a cabeça para fazer o exame. Hoje, o padrão para escaneamentos cerebrais é uma abertura de 60 cm a 70 cm, mas a Iseult possui 90 cm, oferecendo mais conforto na hora do exame.

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Primeiras imagens do cérebro

Quando a Iseult foi desenvolvida, alguns anos atrás, as primeiras imagens de teste foram realizadas com abóboras, em vez de animais ou pessoas. Só agora, em 2024, foram realizadas as primeiras ressonâncias magnéticas do cérebro humano.

Tais imagens abrem caminhos inéditos na área da saúde, uma vez que nunca foi visto, na medicina, um resultado de RM com tantas informações em uma só imagem. O novo equipamento gera resultados que revelam informações detalhadas sobre como o cérebro funciona, inclusive no que tange representações mentais, com assinaturas neuronais e padrões de consciência.

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Dito isso, o novo aparelho oferece um potencial extraordinário para entender assinaturas neuronais relacionadas a diversas condições neurológicas, aliás. Com ele, especialistas poderão ter novos insights para conduzir pesquisas sobre Alzheimer, Parkinson, transtornos psiquiátricos e condições variadas originadas no cérebro, graças à alta sensibilidade aos sinais captados pelo seu poderoso campo magnético.

"Nosso objetivo é investigar doenças neurodegenerativas até 2026-2030, bem como condições psiquiátricas, como esquizofrenia e transtorno bipolar", revela Nicolas Boulant, chefe do projeto Iseult e diretor de pesquisa na CEA.

Devido à sua complexidade e à potência de seu ímã (magneto), a Iseult é, também, maior em tamanho. A máquina pesa 132 toneladas e possui cerca de 182 km de fios emaranhados em seu interior. Para manter o sistema em arrefecimento (na temperatura ideal para que os ímãs trabalhem, de - 271,35 °C), a Iseult necessita de incríveis 7,5 mil litros de hélio líquido.

Tanta tecnologia aliada a uma estrutura tão complexa não poderia deixar de resultar em um aparelho de altíssimo custo. Apesar de ainda não ter valor de mercado vinculado ao modelo, esperamos ver a Iseult em ação em hospitais e universidades mundo afora — e muito em breve.

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Fonte: CEA