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Ressonância do cérebro pode detectar lesões sofridas há muitos anos no esporte

Por| Editado por Luciana Zaramela | 25 de Novembro de 2021 às 10h00

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Wavebreakmedia/envato
Wavebreakmedia/envato

Em um estudo publicado na revista científica Neurology, pesquisadores da Boston University School of Medicine perceberam que a substância branca do cérebro pode detectar sutis sinais de lesão a longo prazo no cérebro. Até então, identificar esse tipo de dano era uma tarefa difícil, mesmo após a morte do paciente. O trabalho contou com a análise do cérebro de 75 ex-atletas — de esportes como futebol, boxe e futebol americano — que já morreram.

O artigo descobriu que 64% desses participantes tiveram demência, e 71% tinham encefalopatia traumática crônica, uma doença neurodegenerativa associada a impactos repetitivos na cabeça. Além disso, a análise possibilitou entender que as hiperintensidades da substância branca (áreas que aparecem brilhantes em imagens de ressonância magnética, vistas como marcadores de lesões) eram mais comuns em atletas que praticaram esportes por mais tempo ou tiveram mais impactos na cabeça durante suas carreiras.

Os pesquisadores descobriram, ainda, que para cada diferença de unidade no volume de hiperintensidade da substância branca, havia cerca de duas vezes a chance de ter doença mais grave nos pequenos vasos e outros indicadores de danos na substância branca, bem como três vezes a chance de ter mais grave acúmulo de tau (um biomarcador para doenças cerebrais progressivas, como o alzheimer) no lobo frontal do cérebro.

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"Nossos resultados são empolgantes porque mostram que a substância branca pode capturar danos a longo prazo ao cérebro em pessoas com histórico de impactos repetitivos na cabeça", concluiu o principal autor do estudo, Michael Alosco, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

Em abril, cientistas da Universidade Heriot Watt, na Escócia, em parceria com a startup HIT, desenvolveram um sensor capaz de prever e evitar lesões cerebrais em atletas.

Fonte: The Guardian