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Peeling de fenol | Médica esclarece riscos relacionados à técnica

Por| Editado por Luciana Zaramela | 05 de Junho de 2024 às 17h10

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Prostooleh/Freepik
Prostooleh/Freepik

Nos últimos dias, muito se tem discutido sobre o peeling de fenol, que promete rejuvenescer a pele do rosto. Todo o debate surgiu após a morte de um paciente, de 27 anos, que realizou o procedimento estético em uma clínica particular. Além de todas as possíveis complicações de saúde, os produtos usados em si são altamente tóxicos para o organismo humano. É preciso respeitar inúmeros pré-requisitos para reduzir riscos da técnica, como orienta médica.

Afinal, a principal substância adotada neste procedimento estético é o fenol, também conhecido como ácido carbólico (C6H5OH). Ele é constituído por pequenos cristais em forma de agulhas, que variam de incolor a rosado. Quando aplicado sobre a pele, esse ácido provoca uma verdadeira queimadura química. 

"O peeling de fenol é cardiotóxico, hepatotóxico e nefrotóxico, e somente o médico em um ambiente adequado ou em clínica autorizada pode fazer esse procedimento", acrescenta o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), em nota. Entre as possíveis complicações, estão o choque anafilático e a parada cardíaca

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O que é o peeling de fenol?

A base de um peeling químico é a aplicação de um ou mais agentes cáusticos na pele do paciente, o que produz a destruição controlada da epiderme e, em seguida, a sua reepitelização. Basicamente, é "destruir" a pele antiga para permitir o surgimento de uma nova. No caso do peeling de fenol, a substância vai agir na derme reticular.

Na maioria das vezes, é utilizada a formulação de Baker-Gordon, criada nos anos 1960, em que o fenol é diluído em água a uma concentração que varia de 45 a 55%, segundo estudo publicado na revista Anais Brasileiros de Dermatologia.

"Quanto mais diluído está o fenol, mais tóxico ele é, já que ele penetra mais profundamente", explica a médica dermatologista Paula Sian Lopes, especializada em Farmacodermia e Dermatoses Imunoambientais, para o Canaltech. "Quanto mais potente, mais rápido coagula a parte de cima da pele e para por ali. Já a concentração menor vai aprofundar mais e há risco de cair na circulação sanguínea", detalha.

O composto aplicado na pele também contém óleo de cróton, proveniente da semente da planta Crotontiglium, e sabão líquido. Esses dois ingredientes aumentam a penetração do fenol na pele e amplificam os efeitos do procedimento.

“O fenol sozinho tem um efeito superficial. É a combinação de ambos [fenol e óleo de cróton] que permite uma irritação mais intensa, ou seja, uma queimadura mais profunda, penetrando melhor as camadas da pele”, acrescenta Lopes.

Riscos para a saúde

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Existem inúmeros riscos relacionados com a técnica do peeling de fenol, quando o procedimento não é bem executado. Por exemplo, pode levar ao escurecimento da pele ou ainda gerar cicatrizes que comprometem os movimentos do rosto. Em quem tem tendência para manchas, como melasmas, o fenol pode piorar ainda mais.  

Durante o procedimento, há risco de possíveis quadros de choque anafilático. Além disso, "esse ácido, se aplicado de forma errada e sem os pré-requisitos, pode cair na corrente sanguínea e causar arritmia, parada cardíaca e insuficiência renal", pontua a médica Lopes. Quando não é dada a assistência adequada, pode provocar a morte do paciente.

Forma segura de realizar técnica de rejuvenescimento?

"Para o procedimento, é imprescindível exames de sangue com função renal e avaliação do cardiologista", alerta a dermatologista. Durante a aplicação, também é importante que a condição cardíaca do paciente seja monitorizada e, se possível, que haja um anestesista de plantão.

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Para a médica, o problema é que peeling de fenol é "feito de qualquer jeito, em qualquer lugar, por não médicos". Inclusive, tem viralizado em trends nas redes sociais, como algo banal. É onde residem os maiores riscos na visão da profissional. Respeitando as limitações, Lopes pontua que a técnica pode ser feita, dando os resultados esperados de rejuvenescimento.


 

Fonte: Anais Brasileiros de Dermatologia