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Pacientes se lembram da "morte" após voltarem de parada cardiorrespiratória

Por| Editado por Luciana Zaramela | 08 de Novembro de 2022 às 10h11

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Pixelaway/Envato
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Cientistas descobriram que 1 em cada 5 pessoas que sobrevivem à ressuscitação ou reanimação cardiopulmonar (RCP), após uma parada cardíaca, conseguem se lembrar das experiências que ocorreram enquanto estavam aparentemente inconscientes e à beira da morte. Experimentos foram realizados nos Estados Unidos e no Reino Unido.

Vale explicar que a ressuscitação cardiopulmonar é um conjunto de manobras que buscam oxigenar os órgãos, enquanto a circulação de sangue de uma pessoa está parada (parada cardiorrespiratória). A técnica é bastante usada para os primeiros socorros e pode ser fundamental para salvar a vida do indivíduo.

Inicialmente, o estudo sobre a consciência de quase morte foi apresentado no evento American Heart Association’s Scientific Sessions. Em breve, a pesquisa completa deve ser publicada em uma revista científica e passar por revisão de pares.

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Como é a experiência de quase morte?

No estudo sobre a experiência de quase morte após uma parada cardiorrespiratória, cientistas da NYU Grossman School of Medicine e de outros centros de pesquisa associados recrutaram 567 voluntários entre maio de 2017 e março de 2020. Em comum, todos tinham mais de 18 anos e sobreviveram à ressuscitação cardiopulmonar.

Segundo os autores, os pacientes relatam ter experiências lúcidas únicas no momento de quase morte, como:

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  • Sensação do corpo ser separado da mente;
  • Lidar com aquela situação extrema sem dor ou angústia;
  • Experimentar uma reavaliação significativa da vida, incluindo suas ações, intenções e pensamentos em relação aos outros.

Nesses casos relatados, os pesquisadores pontuam que as experiências diferem de alucinações, delírios, ilusões, sonhos ou consciência induzida por RCP.

O cérebro dos pacientes que "ressuscitaram" age de forma diferente

Para além dos relatos, o estudo acompanhou a atividade cerebral de cada paciente ao "ressuscitar" da parada cardiorrespiratória. Segundo os autores, é possível observar picos de atividade cerebral até uma hora após a RCP. De forma geral, este nível de atividade é somente relatado quando as pessoas estão conscientes e realizando funções mentais, como pensar ou reviver memórias.

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“Essas experiências recordadas e mudanças nas ondas cerebrais podem ser os primeiros sinais da chamada experiência de quase morte, e nós as capturamos pela primeira vez em um grande estudo”, afirma Sam Parnia, médico intensivista, professor da NYU Langone Health e um dos autores do estudo, em comunicado.

“Nossos resultados oferecem evidências de que, enquanto estão à beira da morte e em coma, as pessoas passam por uma experiência consciente interior única, incluindo consciência sem angústia”, acrescenta Parnia.

Se ainda ficou com dúvidas e quer entender melhor como funciona o processo de ressuscitação cardiopulmonar, vale conferir o seguinte vídeo, produzido pelo Samu 192, do Distrito Federal:

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Fonte: American Heart Association’s Scientific Sessions e NYU