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Delta Plus: tudo o que já descobrimos sobre a nova subvariante do coronavírus

Por| Editado por Luciana Zaramela | 24 de Outubro de 2021 às 16h30

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IciakPhotos/Envato Elements
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Nos últimos meses, o mundo enfrentou um aumento de casos da covid-19 desencadeados pela variante Delta (B.1.671.2) do coronavírus SARS-CoV-2. Agora, uma sublinhagem — uma forma que o vírus encontra de evoluir e é marcada por novas mutações — da Delta é responsável por novos surtos da doença, como no Reino Unido e na Rússia. Sem um nome oficial, a A AY.4.2 foi apelidada de Delta Plus.

No Reino Unido, as autoridades de saúde pública acenderam um alerta para os riscos da sublinhagem e estão monitorando “muito de perto” a Delta Plus. Isso porque a variante já representa cerca de 6% dos casos britânicos da covid-19, segundo a Agência de Segurança Sanitária local.

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Além disso, a Delta Plus foi detectada em Israel, na Dinamarca e nos Estados Unidos, mas em menor quantidade. Na quinta-feira (21), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos EUA, informou que a AY.4.2 ainda é "muito rara" no país e representava menos de 0,05% das amostras sequenciados do vírus da covid-19. No total, foram menos de 10 casos identificados entre os norte-americanos.

Problema de saúde na Rússia

Agora, na Rússia, a subvariante também chama a atenção das autoridades. Inclusive, é apontada como a responsável pelos novos recordes diários de novos casos e óbitos da covid-19 no país. Segundo a agência de notícias Reuters, o prefeito de Moscou anunciou, na quinta-feira (21), rígidas medidas de bloqueio que não eram adotadas desde junho do ano passado

Na última terça-feira (19), o primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin disse, em uma reunião de força-tarefa contra a covid-19, que a carga sobre as instituições médicas está aumentando seriamente no país.

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Analisando a subvariante Delta Plus

Até o momento, não foram realizados estudos específicos com a Delta Plus. Dessa forma, os principais apontamentos sobre os riscos da variante são feitos a partir de outros dados, como aumento de casos em determinadas regiões do globo, onde sua incidência está em alta.

Com os dados de saúde do Reino Unido, o diretor do Instituto de Genética da University College of London (UCL), Francois Balloux, estima que a variante AY.4.2 pode ser cerca de 10% mais transmissível em relação à Delta. O pesquisador russo Kamil Khafizov também estimou a probabilidade dela ser 10% mais infecciosa. 

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Vale lembrar, agora, que a variante Delta já é de 40% a 60% mais contagiosa que a Alfa (B.1.1.7) e quase duas vezes mais transmissível que a cepa original do coronavírus, descoberta em Wuhan, na China.

A nova versão da Delta é mais mortal?

No momento, não é possível confirmar que a Delta Plus seja mais perigosa que a versão original. Além disso, os pesquisadores levantam outras hipóteses para explicar os novos surtos: fim de medidas restritivas, como aglomerações e abandono das máscaras; e cobertura vacinal insuficiente —  estudos já apontaram para a importância de imunização de 75% de uma população para a queda na taxa de transmissão. 

Outra preocupação é se a Delta Plus poderia escapar dos anticorpos produzidos pelas vacinas, já que estas foram produzidas com a primeira versão conhecida do coronavírus. No entanto, o ministro da Saúde britânico, Sajid Javid, afirmou acreditar que não existem motivos para pensar que a subvariante representa uma ameaça maior do que a Delta. No caso da Delta, os imunizantes perderam um pouco da eficácia, mas se mantiveram significativamente eficazes.

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Segundo o imunologista russo Nikolay Kryuchkov, a Delta e as subvariantes permanecerão dominantes. Inclusive, podem, no futuro, se adaptar aos imunizantes disponíveis, especialmente onde as taxas de vacinação estão abaixo ou um pouco acima de 50%. Nesse caso, as doses de reforço deverão passar por reformulações regulares.

Evolução da variante Delta

Vale explicar que uma sublinhagem é nomeada quando se identificam pequenas mutações no código genético do vírus e que estas continuam a se perpetuar em novos casos. Até agora, a Delta já originou mais de 45 sublinhagens, sendo a principal a  AY.4 —  é a responsável pela maioria dos casos conhecidos da variante — e nova AY.4.2. A versão mais recente carrega duas mutações principais, a Y145H e a A222V.

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Até o momento, a Organização Mundial da Saúde não elevou a Delta Plus ao status de nova variante e, consequentemente, não a incluiu na lista de variantes do coronavírus que podem causar complicações para a saúde pública global. Caso novos casos sejam identificados em escala significativa, a mudança deve correr e, muito provavelmente, a Delta Plus ganhará um novo nome, inspirado em outra letra do alfabeto grego.

Fonte: Reuters, OMS, BBC e O Globo