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O coração consegue se regenerar quando descansa, descobre pesquisa

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Uma pesquisa liderada por um médico-cientista da Universidade do Arizona descobriu que o coração consegue se regenerar em pacientes com partes cardíacas artificiais, um achado que pode ajudar no tratamento de insuficiência cardíaca e até mesmo curá-la no futuro.

A insuficiência cardíaca é a principal causa de internação por problemas no coração no Brasil, afetando entre 1% e 2% da população do país. Até o momento, não há cura para a condição, e apenas o uso de medicações pode retardar seu progresso. Com a nova pesquisa, no entanto, publicada no periódico científico Circulation, isso poderá mudar em breve.

O descanso do coração

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Quando o paciente está com insuficiência cardíaca avançada, a única solução fora um transplante é a substituição do bombeamento do órgão com um dispositivo de assistência ventricular implantável (DAVi) — também conhecido como coração artificial —, ajudando a bombear o sangue.

Bem, nos músculos esqueléticos, que ficam grudados aos ossos, a regeneração é comum: depois de se machucar jogando futebol, basta descansar os músculos da perna para que se curem. No coração isso não acontece, então a perda de músculos no órgão é irreversível, afinal, ele nunca descansa. E se ele conseguisse descansar?

Foi com isso em mente que os cientistas da Universidade de Utah providenciaram tecidos de pacientes com transplante cardíaco para estudo. No Instituto Karolinska, em Estocolmo, análises desses tecidos com datação por carbono levaram à descoberta de que o tecido do coração desses pacientes continha novas células, recém regeneradas, por serem mais novas do que as outras.

Pacientes com corações artificiais, ou DAVis, regeneravam células musculares mais de seis vezes mais rápido do que corações saudáveis. Essa primeira prova de que os músculos do coração conseguem regenerar só foi possível graças à pesquisa do cientista Hesham Sadek.

Ele mostrou, em 2011, que as células do músculo cardíaco se dividem no útero, mas param após o nascimento para se dedicarem ao bombeamento de sangue. Em 2014, ele mostrou evidências de divisão celular em células do coração, inspirando a pesquisa.

Quando um DAVi está instalado no coração de um paciente, o órgão recebe o sangue direto na aorta, deixando o coração descansar e permitindo a regeneração — isso faz, por exemplo, com que 25% dos pacientes possam até mesmo remover o coração artificial após recuperação dos sintomas.

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O próximo passo dos pesquisadores é buscar descobrir porque só uma minoria dos pacientes com o aparelho conseguem essa regeneração. Como os DAVis já são testados e funcionam bem, a parte animadora é que o tratamento já é utilizado — basta saber como fazer com que ele permita a regeneração de todos para que a insuficiência cardíaca seja definitivamente curada.

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Fonte: The University of Arizona, Circulation