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Radioterapia pode rejuvenescer e curar coração com arritmia, aponta estudo

Por| Editado por Luciana Zaramela | 04 de Outubro de 2021 às 11h50

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Alexandru Acea/Unsplash
Alexandru Acea/Unsplash

A busca por novos tratamentos para doenças do coração, como a arritmia — condição marcada pela falta de ritmo dos batimentos cardíacos —, levou uma equipe de pesquisadores norte-americanos a testar o impensável: a radioterapia. De acordo com um novo estudo, a técnica usada contra o câncer pode reprogramar as células do músculo cardíaco, o que o rejuvenesce e corrige os problemas que causam a arritmia. Isso é feito sem a necessidade de um procedimento invasivo, como cirurgias.

Publicado na revista científica Nature Communications, o estudo demonstrou que a radioterapia — normalmente usada para tratar câncer — pode reprogramar as células do músculo cardíaco para um estado mais jovem e, muito provavelmente, mais saudável. Dessa forma, é possível bloquear os circuitos hiperativos, responsáveis pela arritmia, segundo os pesquisadores da Universidade de Washington.

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Além disso, o estudo sugere que o mesmo efeito de reprogramação celular poderia ser alcançado com doses menores de radiação do que as já testadas. Caso seja comprovado em outros estudos, o novo protocolo poderia ser usado em inúmeros pacientes que sofrem com problemas cardíacos.

Radioterapia é mais eficaz que outros métodos?

No momento, a principal alternativa para o tratamento cirúrgico da arritmia é a ablação por cateter. No procedimento, um cateter é inserido no coração e o tecido que dispara o ritmo cardíaco irregular com risco de vida é queimado. Isso gera cicatrizes (tecido cicatricial) que bloqueiam os sinais errôneos, corrigindo o problema.

Quando os testes foram iniciados, a ideia era que a radioterapia também poderia gerar o tecido cicatricial, mas de uma maneira ainda menos invasiva. Só que os pacientes experimentaram melhorias em suas arritmias, após a terapia de radiação, em um período muito curto de tempo. Este intervalo seria menor que o necessário para a formação da cicatriz, ou seja, outros efeitos positivos da radioterapia foram gerados no corpo e que não estão 100% explicados.

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Como a radiação pode curar a arritmia?

De acordo com os pesquisadores, o tratamento com radiação fez com que as células do músculo cardíaco começassem a expressar diferentes genes. Especificamente, foi mensurado o aumento da atividade em uma via de sinalização chamada Notch — conhecida pelo papel desempenhado no primeiro desenvolvimento, como a formação do sistema de condução elétrica do coração.

Em adultos, o Notch é geralmente desativado. No entanto, os cientistas observaram que uma única dose de radiação ativa, temporariamente, a sinalização Notch. Essa ativação leva a um aumento de efeito duradouro,nos canais de sódio no músculo cardíaco. Por sua vez, esta é uma mudança fisiológica chave que pode reduzir arritmias.

“As arritmias estão associadas a velocidades lentas de condução elétrica”, explica a pesquisadora e professora da Universidade de Washington, Stacey Rentschler. “A radioterapia parece aumentar a velocidade mais rapidamente, ativando vias de desenvolvimento iniciais que revertem o tecido cardíaco de volta a um estado mais saudável”, completa.

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Agora, mais pesquisas estão em andamento para entender o quão segura e eficaz é a nova técnica. Para acessar o artigo completo sobre as novas descobertas, publicado na revista científica Nature Communications, clique aqui.

Fonte: Universidade de Washington