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É verdade que nosso corpo troca todas as células a cada 7 anos?

Por| Editado por Luciana Zaramela | 29 de Junho de 2022 às 10h07

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Ruwanof/Envato Elements
Ruwanof/Envato Elements

Já pensou se o seu corpo fosse inteiramente renovado, incluindo a troca de todas as suas células, a cada 7 anos. Apesar de estranha, a ideia é bastante popular, mas não tem fundamento científico, segundo especialistas. Inclusive, o conceito é tão errado quanto aquele que aponta para o fato de o ser humano ser capaz de usar apenas 10% do cérebro.

Apesar de o corpo estar em processo de intensa renovação celular, nem todos os trilhões de células, que compõem o organismo, são substituídas quando envelhecem ou são danificadas. O principal exemplo que contradiz a ideia é o neurônio, já que a capacidade de regeneração é limitada e um novo neurônio no hipocampo não conseguirá realizar, de forma exata, a função do anterior. Além disso, alguns deles permanecem os mesmos por toda a vida.

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Quanto tempo as células levam para serem trocadas?

“A maior parte da pele e do intestino é substituída muito rapidamente, provavelmente em meses”, disse Olaf Bergmann, cientistas e professor do Departamento de Biologia Celular e Molecular do Instituto Karolinska, na Suécia, para o site Live Science.

Já as células do fígado se regeneram em um ritmo um pouco mais lento, segundo estudo publicado na revista científica Cell Systems. Após analisar amostras de tecido do fígado, a equipe de cientistas de Bergmann descobriu que a maioria daquelas células é substituída a cada três anos. Inclusive, os autores descobriram que "as taxas de renovação de hepatócitos adultos são independentes da idade do sujeito".

Alguns sistemas nunca são inteiramente renovados

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Apesar dos exemplos, nem todos os sistemas passam por uma renovação completa durante a vida de um indivíduo. No cérebro, sabe-se que apenas alguns neurônios no hipocampo são renovados. Nestes casos, a taxa de reposição é 1,75% ao ano. Apesar disso, a maioria dos neurônios permanece a mesma por toda a vida, segundo Bergmann.

Em mais um exemplo, o pesquisador explica que "o coração humano se renova a uma taxa bastante baixa, com apenas 40% de todos os cardiomiócitos [um tipo de célula do sistema cardíaco] trocados ao longo da vida", o que comprova que a ideia dos 7 anos não passa de uma fraude.

Fonte: Live Science e Cell Systems