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Neuralink teria transportado ilegalmente chips contaminados com patógenos

Por  • Editado por Luciana Zaramela |  • 

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Pressmaster/Envato Elements
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A Neuralink, empresa de estudos tecnológicos e neurológicos de Elon Musk, está sendo acusada de transportar patógenos perigosos de forma ilegal, sem a contenção adequada e prevista pela lei, incluindo estafilococos resistentes a antibióticos e vírus como o da herpes tipo B. Pelo menos uma organização de proteção animal busca solicitar investigações da empresa a agências governamentais americanas para confirmar o incidente e aplicar as punições adequadas.

As informações são do Comitê de Médicos para Medicina Responsável (PCRM), que informou o Departamento de Transportes dos Estados Unidos a recepção de e-mails e documentos apontando o uso de embalagens e transporte inseguro de implantes retirados do cérebro de macacos estudados pela Neuralink.

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Problemas no transporte de chips

Compartilhados com a agência Reuters, os dados revelam que os equipamentos inadequados podem ter transmitido as doenças infecciosas contraídas pelos animais para humanos, infringindo leis federais estadunidenses. Tais ocorrências teriam sido em 2019, quando a empresa estava em parceria com a Universidade da Califórnia (UC) para a realização de experimentos em primatas.

Em 2020, a Neuralink já não contava mais com a UC para seus trabalhos, mas continuaria a empregar o neurocirurgião supervisor dos experimentos anteriores e outros funcionários envolvidos nos procedimentos. A universidade afirmou, por meio de um porta-voz, que segue cumprindo todos os regulamentos necessários para a contenção de riscos biológicos, garantindo a segurança laboratorial de seus ambientes.

O PCRM é contra o uso de animais em quaisquer pesquisas médicas, mas não identificou danos relacionados aos incidentes em humanos. Ainda assim, o comitê aponta que ações pouco cautelosas, como a denunciada, podem representar um risco sério e contínuo à saúde pública. Além das ocorrências, também foram descobertos casos de funcionários da UC requerendo treinamento imediato para risco biológico a funcionários da Neuralink, logo após incidentes com preocupações de contaminação.

Pressa teria sido agravante

Em abril de 2019, um funcionário chegou a descrever, em um e-mail, a situação do centro de primatas da universidade como "em risco de hardware contaminado por macacos". Preocupado, ele diz que a exposição ao material contaminado era motivo de alarde e preocupação com a segurança humana.

Funcionários da empresa de Musk relataram à Reuters que a parceria com a UC Davis teria sido frustrante, já que o ritmo dos testes com primatas seria lento. Com isso, a Neuralink passou a construir instalações internas para testagem com animais. Os prazos estabelecidos pelo CEO para testes em humanos acabaram expirando, e a pressão sobre as equipes para acelerar o processo teria contribuído significativamente para os erros ocorridos nos experimentos, como os incidentes de transporte ilegal.

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O Departamento de Transportes dos Estados Unidos e representantes da Neuralink, bem como Elon Musk, não comentaram o caso.

Fonte: Reuters