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Neuralink responde denúncias de maus-tratos de macacos e nega acusações

Por| Editado por Luciana Zaramela | 14 de Fevereiro de 2022 às 18h55

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Ivankmit/Envato Elements
Ivankmit/Envato Elements

Na semana passada, uma organização que luta pelos direitos dos animais denunciou a Neuralink — startup fundada por Elon Musk — de maus-tratos contra os macacos usados em experimentos. Agora, a empresa nega às acusações e alega ter construído um viveiro para melhorar a qualidade de vida dos animais ainda no ano de 2020.

"Na Neuralink, estamos absolutamente comprometidos em trabalhar com animais da maneira mais humana e ética possível", afirma a empresa após as denúncias do Comitê de Médicos para Medicina Responsável (PCRM). Também foi denunciada a atuação da Universidade da Califórnia em Davis (UC Davis), onde os primeiros testes foram realizados.

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Além de acusações de maus-tratos e de pedir pelos vídeos dos experimentos, a organização alega que 15 dos 23 macacos Rhesus (Macaca mulatta) morreram durante a pesquisa. Em resposta, a Neuralink nega que impôs "sofrimento extremo" e informa que apenas 8 animais foram sacrificados, mas a maioria foi por recomendação das equipes médicas veterinárias que acompanhavam o estudo.

Além dos experimentos controversos com animais, a empresa de Elon Musk planeja iniciar os testes com o uso de microchips no cérebro humano ainda neste ano. Até o momento, nenhuma agência de saúde autorizou o início dos estudos clínicos.

Como foram os testes com os macacos da Neuralink?

A Neuralink explica que as primeiras cirurgias do experimento com macacos foram realizadas em cadáveres ou como um procedimento terminal. "Os procedimentos terminais envolvem a eutanásia de um animal anestesiado na conclusão da cirurgia", detalha a empresa. Com isso, a cobaia não sofre "no pós-operatório caso o procedimento de teste tenha um resultado inesperado". Essa etapa é necessária para aperfeiçoar os processos e a tecnologia.

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Outra questão da denúncia era que alguns animais apresentavam partes amputadas, como dedos. "Além de condições pré-existentes, esses animais podem ter perdido dedos ao longo da vida devido a conflitos com outros macacos", pontua a empresa. No entanto, nenhum desses ferimentos teria ocorrido enquanto as cobaias integravam o projeto da Neuralink.

No total, oito macacos foram sacrificados durante os testes da universidade. "Como parte deste trabalho, dois animais foram sacrificados em datas finais planejadas para coletar dados histológicos importantes, e seis animais foram sacrificados por conselho médico da equipe veterinária da UC Davis", explica a startup.

Entre os principais motivos que levaram os animais a serem sacrificados, estavam falhas do dispositivo e "suspeitas de infecções associadas ao dispositivo". Segundo a Neuralink, este último é "um risco inerente a qualquer dispositivo médico percutâneo".

Como são feitos os testes hoje?

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Todas as etapas anteriores dos experimentos da Neuralink ocorreram dentro da universidade norte-americana. Inclusive, os registros de vídeos e imagens dos macacos que a organização sem fins lucrativos pede são deste período.

Ainda em 2020, os estudos passaram a ser realizados na própria empresa. Para isso, foi construído um viveiro que abriga animais de fazenda e os macacos. "Uma vez que a construção de nossas instalações internas foi concluída, conseguimos trazer alguns macacos não implantados da UC Davis conosco para a Neuralink", conta.

O macaco Pager é um desses animais que foram transferidos e que, no novo centro, passaram pela cirurgia que é alvo de polêmicas. O primata ficou famoso por ser a estrela dos vídeos da Neuralink que demonstravam o sucesso do implante cerebral como interface cérebro-computador.

Nas imagens divulgadas na época, o Pager se comportava livremente e sem restrições, como no vídeo Monkey MindPong. A seguir, confira o registro do experimento:

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Além das novas instalações e de uma equipe de veterinários e especialistas, a Neuralink informa que pode afastar alguns animais dos experimentos quando eles não colaboram de forma adequada ou completaram as suas funções em determinado estudo.

"Aposentamos vários macacos em um santuário em março do ano passado, porque eles sempre optaram por passar o dia nadando em suas piscinas, procurando alimentos e relaxando em suas redes, em vez de assistir ao jogo que apresentamos a eles. Seus novos recintos e custos do santuário foram totalmente financiados pela Neuralink", detalha.

Fonte: Neuralink